Capítulo 5 - "Sonho"

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"Você tem cor em suas bochechas?

Você já teve aquele medo de não poder mudar

O tipo que gruda como algo em seus dentes?

Esconda alguns ases na sua manga

Você não tem ideia de que você é minha obsessão?

Eu sonhei com você quase todas as noites essa semana

Quantos segredos você consegue guardar?"

(Do I Wanna Know? – Arctic Monkeys)

Com uma angustia a massacrar o coração e um medo a devorar seus pensamentos confusos, ela corria. Corria e corria. Estava em meio ao mar, sobre uma tranquila e límpida água azul-marinho. Ao longe estava uma praia, deserta, vazia. Seu medo era que o estranho poder de andar sobre a água acabasse e ela afundasse. Para sempre. No fundo do mar.

Não suava, porque o vento salgado e frio que soprava enquanto corria não deixava. Seus cabelos esvoaçavam em uma dança frenética. Seus músculos estavam em ótimas condições, pois o cansaço estava bem longe de chegar. De tudo o pior era o único barulho que escutava. O barulho da água espirando para os lados com seus passos ligeiros. Aquilo a angustiava.

Tinha que chegar a praia. Praia essa, que nunca chegava, sempre parecia mais distante. No entanto, Angelina não desistia, seu medo e pavor de afundar eram maiores.

Quando achou que finalmente estava chegando à terra firme, eis que elas surgem. As Trevas. Fazendo um barulho pavoroso ao formarem uma gigantesca onda negra, que vinha da beirada da praia e contra o calmo mar azul.

Em um susto e reflexo absoluto Angelina parou. Tinha dois medos agora: o poder de andar sobre a água acabar e as Trevas lhe matarem afogada com a onda negra.

Sem mais nenhuma opção, teve que abandonar a ideia de chegar à praia, agora teria que lutar para fugir daquela direção. Sendo assim, virou-se nos calcanhares e começou a refazer o caminho de volta.

O barulho angustiante, de seus passos sobre o imenso mar, tinha sido abafado pelo barulho apavorante daquela onda de trevas que a perseguia. Como iria escapar daquilo? Para onde correria, se estava em meio ao mar?

Foi com a mente conturbada, e aquele vento gélido batendo em seu rosto, que ele apareceu. O Cavaleiro Prateado. Ele cavalgava velozmente em sua direção, com sua espada apontada empunhada, e sua cálida luz branca brilhando intensamente.

Aproximando-se com rapidez o Cavaleiro já estava bem próximo dela, quando Angelina percebeu que ele não iria parar ali. Passou como um raio ao seu lado, seguindo em direção as Trevas. Claro, tinha que acabar com o mal que aterrorizava sua Protegida.

Mesmo com um tamanho extremamente menor, do que as Trevas em forma de onda, ele continuava indo em sua direção com eximia bravura. Todavia, logo se viu que ele tinha um plano.

Sua luz ia aumentando a, cada passo que seu destemido cavalo branco, dava em direção as Trevas. Quando já estava bem perto de colidir contra o mal, já não era mais possível ver o que estava acontecendo. Foi quando Angelina teve de proteger os olhos, para não ficar cega com uma luz tão grandiosa que, aqueceu aquele lugar no meio do mar.

A angustia que apertava seu coração, o medo de afundar dentro daquela água escura, e, o medo das Trevas a afogarem, tinham acabado. Mesmo não vendo nada, sabia que o Cavaleiro Prateado a defenderia de qualquer mal. O mesmo Cavaleiro que estava naquele exato momento destruindo as Trevas.

Passaram-se alguns minutos e Angelina percebeu que já era seguro retirar os braços da frente dos olhos. Retirou-os, e esfregou os olhos meio embaçados.

A poucos metros de distância ele vinha em sua direção. Seu cavalo havia sumindo, assim como as Trevas. Estavam somente os dois em meio aquele límpido mar azul-marinho, e seguros agora.

Um vento quente, vindo da direção do Cavaleiro, soprou em seu rosto. Bem próximo de chegar até ela, ele retirou seu elmo prateado. Angelina podia ver seu rosto, no entanto estava embaçado. Esfregou e esfregou os olhos para ver se conseguia ver a identidade de seu protetor. Entretanto nada mudou.

Quando chegou a menos de um metro dela, jogou o elmo ao mar. Angelina não viu aonde foi parar, porque estava totalmente compenetrada no homem. Mesmo não conseguindo distinguir quem era, sabia que poderia confiar nele, pois a tinha havia salvado diversas vezes.

Abriu os braços e sentiu seu calor. Primeiro pelos braços que roçaram em sua cintura, a envolvendo. Depois por seu corpo, que se colou ao seu, a aquecendo de uma maneira única e intensa. E finalmente, por sua indistinta boca, sedenta por um beijo.

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Até daqui a pouco!

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