PROMETIDOS (Concluída)

Capítulo 2 - "Novato"

"E eu desistiria da eternidade para te tocar

Pois eu sei que você me sente de alguma maneira

Você é a mais próxima do paraíso que sempre estarei

E eu não quero ir para casa agora

E tudo que posso sentir é este momento

E tudo que posso respirar é a sua vida

E mais cedo ou mais tarde se acaba

Eu só não quero ficar sem você essa noite

E eu não quero que o mundo me veja

Porque eu não acho que eles entenderiam

Quando tudo é feito para ser quebrado

Eu só quero que você saiba quem sou eu"

(Iris – Goo Goo Dolls)

Em frente ao espelho do banheiro Angelina terminava de escovar os dentes. Guardou a escova, a pasta de dente e secou o rosto, ainda amassado de sono. Depois ficou se olhando. Sonhando acordada.

Seu ondulado cabelo castanho-acobreado escoria sobre seu rosto, levemente quadrado, e caia sobre os ombros, quase alcançando o quadril; sua pele era clara, mesmo indo para a praia em todas as férias de verão, seus olhos eram grandes, em um tom belíssimo de castanho-mel.

Pensava sobre seu sonho. Mais um para sua coleção, pois desde pequena os tinha. Sempre acontecia a mesma coisa, só mudavam os cenários, castelos assombrados; cidades abandonadas; florestas tenebrosas, e muitas outras coisas. Sendo que em todos eles, Ele sempre estava: o Cavaleiro Prateado. Pronto para salva-la das trevas, as quais também sempre estavam lá.

Entretanto, esse havia sido um pouco diferente, o Cavaleiro tinha decido de seu cavalo, tirado o elmo e ia a beijar. Isso nunca tinha acontecido antes. Como também Angelina descobrir quem é o seu misterioso salvador.

Nunca entendeu o sentido desses sonhos, como também nunca entendeu o medo que tinha neles, porque já os viveu diversas vezes e sempre foi salva, então porque sentia medo se sabia o que ia acontecer?

Nesse momento começou a juntar o sonho com "aquilo", seu maior medo. Poderia ter alguma relação?

Medo que alguém descubra tudo e, ela tenha que pagar por isso.

Arregalou os olhos para seu reflexo no espelho e sentiu um grande arrepio a dominar. Decidiu de imediato esquecer esses pensamentos, era cedo demais para começar sua tortura metal e solitária. Levou as mãos ao rosto e as escorreu pelo cabelo. Olhou seu reflexo pela última vez e saiu da frente do espelho.

Calçando um gasto chinelo que seus pés encontraram ao descerem da cama e vestindo seu pijama azul de babados na blusa, Angelina caminhou até seu quarto logo ao lado do banheiro. Entrou fechou a porta e foi direto ao guarda-roupa.

Em seu quarto tinha somente sua cama de solteira, encostada em uma das paredes pintadas de bege. Um guarda-roupa, cor mogno, de quatro portas e duas gavetas. Uma estante com algumas gavetas, livros, retratos e algumas outras coisas bagunçadas em cima. Havia também uma antiga mesa de máquina de costura, que agora ela usava como mesa para seu notebook, logo abaixo de sua única janela, dando vista para um muro velho de divisa.