Capítulo 36 - "Paixão"

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"Se o mundo inteiro se acabasse por um beijo teu

Ainda assim, te beijaria mais

Não seria em vão

Se cada toque me quebrasse em mil pedaços, seu

Ainda assim te tocaria

Mais, mais

E se você soubesse que não existe nada

Nada no mundo que me faça o que você faz?

E se soubesse que eu te entregaria tudo

Meu passado, meu futuro, sem olhar pra trás?

Eu sou seu, seu

Faça o que quiser de mim

Sou seu, seu

Não sei como acabei assim

Tão seu, só seu

Só seu, só seu"

(Seu – Bellamore)

"Quem é Lucy?" – se perguntou.

Uma garota que não existe mais! – respondeu com amargura.

A lembrança de um passado esquecido a força, reencontrada no fundo da caixinha, quebrada por "aquilo", apenas fez o ódio ganhar mais força dentro de Angelina. Fez o ódio a tomar em suas garras dominadoras e falsamente apaziguadoras.

Lucy era um personagem fora de cena. Esquecido a muito tempo. Alguém que já terminara de contar sua história e apenas existia para lembra-la do que o mundo é capaz de fazer com pessoas fracas. E ela não era mais fraca, "aquilo" estava ali para consola-la, para torna-la forte. Sempre devia se lembrar disso.

Na sua frente, uma chance de provar sua força se apresentava. Uma Patrícia assustada, gritando palavras fortes, que Angelina não entendia, ou se quer ouvia.

Percebeu que mundo tinha entrado em completo silencio durante o tempo em que esteve a relembrar sua história. Todo o som parecia ter sumido, assim como as pessoas que a rodeava. Conseguia ver somente Patrícia. "Aquilo" a destinava a Patrícia.

Contudo, não demorou muito para um Igor perdido, notavelmente confuso se levantar ao lado de Patrícia, e ficar olhando para Angelina. Sentiu algo poderoso a tomar quando viu pressas tão fácies. Uma vontade imensa de se livrar daqueles dois. Sabiam de seu segredo, e isso, era imperdoável. Um motivo pertinente para elimina-los sem se culpar mais tarde. Porque de toda forma, "aquilo", às vezes, sedia para a culpa.

"Mate-os" – sentenciou sua mente.

O ódio residente em seu coração gostou da ideia. Mata-los aliviaria o peso que carregava e resolveria todo o problema. Eles sabiam de muita coisa, não podiam continuar vivos.

"Mate-os" – repetiu.

Sem hesitar, sem titubear, sem pestanejar serrou as sobrancelhas e deixou acontecer...

De súbito, o mundo voltou a ter sons. E os primeiros sons que ouviu, foi o das batidas descompassadas, que os corações de suas davam. Silencia-los seria libertador. Muito veloz, voou para cima deles...

PROMETIDOS (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora