PROMETIDOS (Concluída)

Capítulo 44 - "Lúcios"

Me desculpe pelo atraso.

Lucy havia encontrado a liberdade novamente.

O sol brilhava naquele dia frio e a neve resistia arduamente, mantendo-se dominante.

Ela e os demais fugitivos tinham encontrado o pátio central do castelo, e também o grande portão que levava para fora daquele lugar. Contudo, tentavam fugir de pessoas cruéis e capazes de tudo. E mesmo tendo provado que eram fortes, os Perpétuos não desistiriam tão facilmente.

Sob os altos muros que rodeavam o pátio, Perpétuos e mais Perpétuos os enfrentavam com o olhar. O pequeno grupo capaz de matar qualquer um se uniu pela primeira vez com um objetivo em comum. Lucy, perdida em meio a tudo, não teve escolhas se não se juntar aos foragidos.

O cheiro de sangue que exalavam tomou seus sentidos e despertou a sede que adormecia em seu ser. A raiva que todos imanavam a contagiou por algum motivo. Mas tudo se silenciou e não importou mais quando ele falou.

– Olá queridos. – A voz calma e aguda fez um silencio sepulcral dominar o lugar. – Vejo que estão fazendo arte. Crianças malvadas.

O silencio pareceu se perpetuar.

Lucy encontrou o dono da voz.

– Para aqueles que não me conhecem. Prazer, Lúcios. – Ele se apresentava, enquanto caminhava pacatamente de um canto do pátio em direção a ela e seus amigos foragidos.

Diferente dos demais, Lúcios vestia um terno branco e sapatos lustrosos combinado. Os cabelos eram compridos, lisos e amarelados, quase da cor de sua pele pálida. Olhos semelhantes aos de uma serpente e lábios finos arroxeados.

– Eu vim aqui resolver o problema que vocês causaram em minha casa.

Foram as últimas palavras que Lúcios disse antes de seu semblante mudar drasticamente e ele matar todos com a maior velocidade e crueldade que Lucy já havia visto um dia.

– Olá pequena – falou quando chegou próximo a ela. O cheiro azedo que ele exalava invadiu seu olfato aguçado e por algum motivo paralisou Lucy. – Qual seu número?

Ela hesitou, temendo o que ia acontecer. As cenas de sua mãe, seu pai e seu irmão sendo mortos passou por sua mente mais uma vez.

– Odeio quando não me respondem! – esbravejou Lúcios agarrando seu pescoço. – Qual-é-o-seu-número?

– Nú-me-ro 8.

– Hum... ela fala – disse a pondo de volta no chão. – Já estava pensando que não teria minha mensagem divulgada.

...

A mensagem que Angelina tinha que passar, acabou sendo deixada para trás. Junto com seu passado como Lucy. Talvez por esse motivo, Lúcios estava ali, na sua frente.

– Pensei que já estivesse morta. Número 8. Mas quando soube que estava viva e que havia se esquecido da minha mensagem. Achei melhor vir lhe fazer uma visita. – Falava Lúcios com a paciência de sempre, ao caminhar em direção a ela, seus amigos e familiares.

– Pessoalmente!

Em um piscar de olhos Lúcios já estava segurando seu pescoço com mais força do que havia feito quando era criança.

– Vim te passar a mensagem novamente – começou ele a falar quando sua mão começou a se apertar ainda mais ao redor de seu pescoço. – E garantir que não se esqueça.

As imagens daquele dia vieram de imediato a mente de Angelina.

– SOLTE-A!

Algo atingiu Lúcios com uma força capaz de fazê-lo solta-la e ser lançado no chão a alguns metros. 

Buscando o ar que havia sido privado de seu ser, Angelina pode ver quem tinha a salvado.

– Gabriel... Não...

Lúcios se levantou antes que ela pudesse dizer qualquer outra coisa.

– Maldito! – disse ele, levantou-se limpando seu terno branco.

– Não vou deixar você machucá-la novamente – falou Gabriel tomando a frente de todos. Nunca o tinha visto irritado daquela maneira.

– Não iremos!!! – Todos se uniram em uma só voz, ao entrarem entre Angelina e Lúcios. Formando uma barreira para protege-la do Perpétuo.

– Não...

Lúcios os observou com cautela e um semblante de desdenho logo surgiu.

– Sendo assim – falou abrindo os braços.

Por todos os lados, do alto daquele morro, dezenas de Perpétuos surgiram. Cercando Angelina, Gabriel e todos que lutavam ao lado dos dois.

(A guerra começou!)

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Até daqui a pouco!