Capítulo 14 - "Chamas"

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"E eu ouvi a sua voz clara como o dia

E você me disse que eu deveria concentrar-se

Era tudo tão estranho

E tão surreal

Que um fantasma deve ser tão prático

Só se por uma noite

E a única solução era ficar e lutar

E meu corpo estava machucado

Eu estava incendiada

Mas você veio sobre mim como um rito sagrado

E, embora eu estava queimando

Você é a única luz

Só se por uma noite"

(Florence And The Machine - Only If For a Night)

Os flocos de neve caiam em uma dança lente e majestosa sobre todo o lugar. Sobre a neve já acumulada no chão perfeito, sobre sua cabeça desprotegida e sobre aquele grande farol antigo onde a luz ficava a correr de um lado para o outro, procurando alguma coisa.

Angelina usava um vestido vermelho-paixão que cobria seus pés e pulsos, era feito de um tecido leve. Estava descalço, mas não sentia o gelo congelar seus pés.

- Onde estou? – se perguntou.

A neve não parava de cair e todo o lugar era abraçado por um tenebroso silencio sepulcral.

Com o vestido enrolando-se em seus pés ela começou a descobrir o lugar.

Andou ao redor do farol, extremamente alto, e não viu nada além do branco e da luz percorrendo tudo em sua frente.

O lugar começou a assusta-la.

A procura de um abrigo ou algo que a protegesse do mal Angelina tentou entrar no farol. No entanto, quando segurou na velha maçaneta daquela imensa e quase apodrecida porta de madeira, ela não abriu.

O desespero começou a procura-la.

Tentou em todas as outras portas e até janelas, entrar no lugar, contudo todas as tentativas falharam, pois tudo estava fechado, lacrado.

O desespero a atingiu.

- O que eu faço agora?

Não tinha uma resposta para a pergunta.

- Calma – disse ao levar as mãos no rosto e pressioná-lo. – Calma.

O medo já a assustava e a desesperava cada vez mais. Sabia perfeitamente o que estava para aparecer...

As Trevas.

Com as mãos escondendo o rosto ela pode sentir pela primeira vez o frio. Suas mãos estavam gélidas e somente elas estavam, o gelo do lugar praticamente as congelava, as transformavam em pedra. O frio que elas exalavam começou a doer seu rosto e a levou a desprotege-lo.

Uma dor fulminante começou a faze-la querer arrancar as mãos fora. Tinha que aquecê-las de alguma forma então as enrolou no vestido.

Foi quando o frio do lugar começou a ser sentindo por todo seu corpo e quando notou os flocos de neve pararem de cair. Cessaram-se por completo e uma brisa quente começou a soprar, aquecendo-a e dando vida a seus membros novamente.

PROMETIDOS (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora