Capítulo 42 - "Reviver"

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"Quem sabe os segredos que o amanhã trará?

Nós realmente não precisamos saber

Porque você está aqui comigo agora, eu não quero que você vá

Você está aqui comigo agora, eu não quero que você vá"

(Jonas Blue - Perfect Strangers)

Abrir as celas daquele lugar foi a pior decisão que os Perpétuos tomaram...

Lucy hesitou em sair da sua cela por alguns instantes. Talvez, foi exatamente esse momento de hesitação que a mantiveram viva.

Assim que as grades das celas deixaram os prisioneiros livres, eles saíram pacientes e cuidadosos. Uma paciência e cautela que durou pouquíssimo tempo, pois quando notaram que a liberdade era verdadeira correram para saciar a sede que os consumia. A sede de sangue.

As experiências feitas pelo Perpétuos e seus cientistas tomaram uma direção diferente da qual poderiam prever. Lucy não descobriu isso de início, mas logo tudo ficou claro.

Com a liberdade nas mãos e uma sede insaciável dominando cada um deles, os prisioneiros começaram a se atacar, a se matar, a saciar a sede de toda forma possível. Um banho de sangue, dor e sofrimento invadiu os olhos de Lucy.

Foi então que ela começou a ver o desespero tomar conta dos espectadores, os Perpétuos e seus cientistas olhavam tudo do alto, seguros do massacre. Analisando o semblante deles Lucy, percebeu que toda aquela destruição não estava prevista. Todavia já era tarde para tentar impedir o pior.

Logo as experiências sobreviventes decidiram que não queriam mais ficar presos e começaram a buscar uma saída do lugar.

Para tentar salvar alguma coisa, os guardas responsáveis pela segurança entraram em cena. Contudo não esperavam ser mais fracos do que os prisioneiros e acabaram sendo cruelmente assassinados.

Dessa forma Lucy viu sua liberdade se aproximar. Seus colegas de prisão foram abrindo buracos e invadindo cada canto escuro daquele castelo.

Sentindo-se segura para sair, Lucy saiu de sua cela e olhou uma última vez para seus torturadores no alto. Eles já não estavam mais lá.

Seguindo a destruição causada por seus colegas de cela, ela foi se esquivando pelos escuros corredores do castelo, até ver a luz do dia e o início do fim daqueles dias de sofrimento.

Estava finalmente livre.

...

– Foi naquele dia que eu consegui fugir – contou Angelina.

Todos ouviam em silencio. Sua família, Gabriel e Fernanda já sabiam da história. Dona Marta e os anjos ouviam tudo com muita atenção. Enquanto Igor e Patrícia permaneciam dormindo.

Que horror! – Angelina ouviu Maria sussurrar.

Aos poucos Angelina criou forças e, apoiada por Gabriel, foi-se pondo em pé novamente. Fernanda também a ajudou.

Por mais poderes que ela poderia ter, nenhum era forte o suficiente para a ajudar a vencer a si mesma. Nenhum além do amor. Aquele que Angelina jurava ser perigoso e capaz de trazer o ódio e a sede de sangue de volta a sua vida. Ela estava errada, naquele momento ela começava a ver isso.

Ao se pôr em pé, olhou o mais fundo que pode nos olhos de Gabriel. No mar de paz que encontrou, viu seu reflexo se ampliar e tomar forma... sentiu-se segura. Segura o suficiente para abandonar seus medos e abraçar Gabriel para o resto da vida.

– Eu te amo – falou em seu ouvido, enquanto se inebriava com seu perfume suave.

Sentiu seus braços a envolverem e seu calor tomar seu corpo frio. A vida que já não existia mais em seu ser se revivia e as lembranças do passado tenebroso sumiam aos poucos. Tudo se acalmava dentro de Angelina como ela nunca esperou que se acalmasse.

– MONSTRO!!!

Assustando-se com o grito, Angelina se voltou para o lado e viu Patrícia a olhando assustada.

– MOSTRO!!! – Continuava ela a gritar. Igor acordou em seguida, notavelmente confuso.

Os gritos assustaram a todos que logo se aproximaram dos prisioneiros.

– O que vamos fazer? – perguntou Fernanda.

Ninguém disse nada até Dona Marta se por afrente de todos e falar:

– Deixem que eu cuido deles. – Sua voz saiu fria e rouca, e calou Patrícia.

(O que a Bruxa será capaz de fazer com Patrícia?)

Desculpe meus erros. Novamente agradeço imensamente a você por me acompanhar. Agradeço por me ajudar nesse grande sonho. Obrigado.

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Até daqui a pouco!

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