Por Sophia*
Realmente estava tudo confuso, Manuelle dizendo que meu pai é o pai dela, meu pai agressivo e alterado, seus olhos demonstravam claramente o medo de Manuelle falar algo que eu mais tarde se pudesse a questionaria sobre, minha mãe assustada e desesperada, seus olhos estava prestes a escorrer lágrimas de dor.
Manuelle antes havia dito sobre meu pai ou nosso pai ter abandonado sua mãe e ela para ficar comigo e com minha mãe tudo isso me deixou com raiva e com nojo de Hugo, não entendia seus reais motivos para ter abandonado Manuelle daquele jeito, já vi tantos pais com outras famílias mas mesmo assim não deixando de lado seus primeiros filhos, fiquei com raiva dele por ele ter sido um cafajeste a vida toda enganando por completo minha mãe e eu, sentia raiva de tudo naquele homem que literalmente eu não conhecia, nunca conheci aquele cara que dormia debaixo do nosso teto, apenas dele sabia que era meu pai e trabalhava muito e longe para poder vim para casa todos os dias, mas ao que parece não era bem isso que acontecia, ele abandonou Manuelle.Estava pensando em todas as maneiras possíveis que ele poderia ter lhe dado com a situação de Manuelle e sua mãe até que fiquei parada e em choque, Manuelle outra vez me disse sobre seu pai ter outras famílias e sua mãe ter descoberto então, desde este dia a mãe dela vem fugindo de Hugo e de seu passado tentando esquecer que foi apenas mais uma, Manuelle explicou que sua mãe descobriu de pelo menos duas famílias diferentes que ele tinha além da dele com ela e todos os seus filhos tinham aproximadamente a mesma idade, e realmente faz sentido eu e Manuelle temos apenas um ano de diferença e ela alegou que ele tinha um filho com apenas alguns meses de diferença de idade comparada com a de Manuelle que por sinal nunca teve a oportunidade de conhecer já que estava sempre fugindo de Hugo. Pensar nisso me deixou ainda pior, eu tinha mais irmãos, ele tinha mais famílias e só Deus sabe o que ele faria com Maria e Manuelle se as encontrassem, afinal, elas sabiam demais sobre suas famílias, ele teve coragem de ter tantas então obviamente teria coragem de mata-las se tentassem interferir.
Minha pressão parecia baixar, alguns segundos que pareceram minutos de tontura, estava sem chão e tudo parecia girar, o que ele seria capaz de fazer comigo e com minha mãe já que descobrimos tudo? Teríamos que viver fugindo também? Esses pensamentos me atormentavam, era muita coisa para assimilar, estava vindo tudo de uma só vez, todos os pecados que cometi voltando para mim do modo mais doloroso que poderia imaginar. Agora, precisava dar força a Manuelle e tira-la das garras de Hugo, mas minhas pernas não se mexiam, estavam traumatizadas demais com tais informações o que me deixou incapaz de reagi, além disso, Manuelle é minha meia irmã mesmo que eu a defenda agora nosso destino não está selado como nós pensávamos, nosso destino é seguir juntas mas não como casal e sim como irmãs para avisar as possíveis outras famílias de Hugo sobre essa farsa de personalidade que ele tem, me vê sem seus beijos me atormentava mais que saber sobre o caráter de Hugo, me doía saber que agora não poderíamos mais ter nossos poucos momentos raros e super agradáveis juntas, meu coração palpitação depressa, meu sangue circulava em minhas veias como veneno de víbora, gelado e devastador, tudo estava girando, um tornado de lembranças felizes de quando eu era pequena girava em torno de mim diante dos meus olhos, via todas as vezes que desejei um irmão e uma irmã, todas as vezes que corria para os braços do "meu pai" quando ele chegava do trabalho, quando fomos ao parque e ele me ensinou a andar de bicicleta, quando ele fez meu curativo no joelho ralado, de todos os seus sorriso que me dava quando tudo estava perdido restabelecendo toda a minha confiança total, mas tudo aquilo se quebrou e agora só podia ver todos esses momentos sumindo aos poucos sem poder fazer nada, todos esses raros e felizmente momentos dando lugar a possíveis outros irmãos, outras madrastas, uma reunião futura de uns cinco a seis anos a frente com todos meus irmãos eu e Manuelle se encarando sem poder se tocar, Maria e Manuelle se mudando desse bairro, me deixando, a tristeza de ser separada de meu amor, minha dor no coração e todas as vezes que ela chorava no escuro de seu quarto em sua nova casa por agora não poder mais comigo está e eu igualmente na mesma situação, via minha mãe querer se mudar para esquecer Hugo, via ela triste sem consolo e toda sua felicidade que um dia pude presenciar indo embora e dando lugar a uma depressão incurável. Estava tonta agora todos esses pensamentos estava me fazendo ficar tonta, dei um passo tentando sair deles mas cai no chão de forma brusca, minha visão agora estava limitada com as bordas negras que cada vez mais dominavam minha visão, pude ver Manuelle e Hugo correr em minha direção para impedir que minha cabeça se choque contra o chão mas sinto que é tarde e que eles não conseguiram pois apenas ouço um bac e o grito estético de apavoro de minha mãe, assim minha visão apaga e desmaio.
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Por Manuelle*
Estavamos todos de cabeça quente, vi pelo canto dos olhos Sophia cair, ela parecia desmaiar, ouvi seu corpo chocar-se contra o chão e rapidamente corri em sua direção para tentar impedir que sua cabeça fizesse o mesmo, infelizmente para isso foi tarde, Hugo que antes estava me segurando pelos braços na saída da cozinha e entrada para o Hall estava agora ao meu lado agachado em um movimento de socorro, vi um galo se formar na cabeça de Sophia quando ele suspendeu a mesma para colocar em seu colo, isso de fato me aliviou pois significava que não ocorreu nada de muito grave com ela.
Sentia nojo desse homem por está segurando em minha garota com tais mãos sujas por um passado imundo que agora estava resultando no presente de forma tão dolorosa que mal podia anestesiar a dor de vê-lo a minha frente. Ainda mais por fazer de meu único e maior amor verdadeiro uma parente, alguém que pelas leis da natureza jamais poderei amar e conviver em um relacionamento.Meu coração estava partido, Hitler não teria nenhuma chance perto do que Hugo fez, isso é fato. Não podia mais me imaginar sem Sophia mas agora estava tudo, tudo acabado.
Sandra teve uma ação rápida e agiu em ligar para os paramédicos que disseram que não seria preciso vir já que tinha um galo o que significava que estava tudo bem, Hugo a ergueu em seus braços e a levou para sala, onde a deitou no sofá, Sophia não demorou muito para acordar e aquele pouco tempo que esteve desmaiada pude sentir na pele o que ela sentiu lá em casa quando me desmaiou ao me atropelar com sua bicicleta.- Manuelle, entenda, não foi eu que não quis te procurar, sua mãe que sempre esteve fugindo. - Disse Hugo olhando para mim e voltando aquele assunto.
- Hugo, entenda, minha mãe esteve fugindo por medo de você me magoar muito mais do que já me magoou e a magoou.
- Você não entende... - antes dele terminar o cortei com voz grossa e arrogante.
- Quem não entende aqui é você. Acaba de acabar com a última esperança que tinha de felicidade em minha vida - enquanto falava olhava com mágoa para Sophia fixamente desmaiada no sofá.
- Você precisa compreender, tive meus erros, mas me arrependi, o que custa perdoar?
- Quer meu perdão? Se estivesse pouco presente saberia que te perdoei a muito tempo, apenas nunca esqueci e nunca deixei de reparar a sua ausência.
- Huf... - Suspirou ele.
- Porque você não some de vez? Eu lembro muito bem, tinha apenas uns 8 anos e você me disse para nunca mais interferir na sua vida, nunca mais te procurar e que minha mãe nunca mais iria voltar para você pois você já tinha uma outra família onde não poderíamos fazer parte, isso doeu Hugo, doeu muito. - Disse já escorrendo lágrimas por meu rosto.
Sua cara estava detestável, ele parecia muito mais bravo que o normal, sua face estava ficando vermelha e garanto, tenho certeza que não era por vergonha do que fez.
- Se é assim que você acha, pense o que quiser, mesmo após isso sempre tive te observando de longe e de uma maneira cabível, mas você não entende... Outra, você e Sophia namoram, a partir de hoje esse namoro acaba aqui, vou falar com sua mãe e com certeza ela irá se mudar sabendo que estou tão perto, você nunca mais verá Sophia, sua Lesbica safada, você é estranha demais para ser considerada minha filha, essa sua camisa com esse triângulo, você é satânica, Sophia é lesbica mas ainda não tem esses pactos então se afaste.
Essas palavras foram duras demais, primeiro uma mentira dizendo que era presente, agora me proibindo de ver Sophia ameaçando fazer minha mãe por motivos concretos se mudar, as coisas realmente estavam feias, mais lágrimas desciam por meu rosto, chorava de dor, não podia suportar o peso de saber que estava tudo acabado, isso me doía muito, muito mesmo e ainda ele me criticou por gostar de rock e linkin Park, me chamou de satânica, eu não era lesbica e muito menos do satã isso era injustiça eu sabia bem disso mas mesmo assim tudo isso me doeu, me virei com lágrimas inundando o meu rosto e fui para o hall de entrada saindo daquela casa que agora só me trazia más energias.
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I'm Lesbian
RandomNesse livro lésbico, um romance se forma entre Manuelle e Sophia, uma, lésbica assumida, a outra, apenas uma pessoa que se entregou para seu amor, idependente do sexo ou gênero. Mas então me pergunto, o que as impedem de ficarem juntas? Talvez o fat...