Na dor de uma lagrima

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Manuelle*

Cheguei em casa e subi direto para meu quarto ignorando a presença da minha mãe e a evitando, ela não poderia ver minhas lágrimas e minha dor, isso seria demais para ela e com certeza iria procurar saber o motivo cujo qual a faria me afastar ainda mais de Sophia, estava tudo péssimo, meu coração doía como nunca, as lágrimas que do meu rosto caíam eram tão pesadas quanto a mão de uma divindade sobre meu destino, não sei o quão mal fiz para a vida para ela está sendo tão dura comigo, meu destino desde sempre esteve marcado para sofrer e por mais que eu não aceitasse isso, tal coisa me perseguia e me tirava a paz.
Quantas e quantas vezes pensei em uma família comum, com um pai presente e uma mãe normal, um namorado que me amasse, amigos verdadeiros, pessoas sinceras e sensatas em minha vida que não achasse ridículo e anormal o fato do meu gosto musical e paixão por rock, queria tanto poder ter aquela família "perfeita" das novelas ou aquele final feliz que os mocinhos sempre tem, mas pelo visto, na vida real, os mocinhos sempre se ferram pois é isso que vem acontecendo comigo desde meu nascimento até o meu doloroso presente da atualidade.

Hugo tinha me tirado do serio confesso, suas palavras ainda ecoavam em minha cabeça, palavras cujo quais não queria recordar, pensei em Sophia e na nossa semana, em seus sorrisos carinhosos, seus abraços e todas as vezes que ela batia o pé e brigava comigo me dizendo que deveria sorrir mais e ser pouco menos séria. Meus olhos estavam inchados de tanto chorar, cansada de enxugar as lágrimas do meu rosto agora apenas as deixava escorrerem em uma tentativa de pelo menos, amenizar o peso e a dor que se tornava insuportável em meu peito, minhas pálpebras pesavam, realmente não estava com sono mas estava entorpecida, Fechei meus olhos e a escuridão tomou conta de minha visão, sentia-me triste demais para abrir os olhos e retornar a realidade, o real me doía, doía muito mais que o meu mundo de ficção, a escuridão me tomava e o rancor em meu peito aumentava, sentia uma amargura em minha boca, talvez fosse apenas gosto do veneno da vida, infelizmente o que eu sentia era mais que rancor e gosto de veneno, era vontade de matar Hugo, queria ve-lo agonizar e pedir clemência, tais pensamentos alimentavam mais e mais minha raiva, então, acabei dormindo.

Meu sono foi profundo e intenso, primeiras imagens que me veio a mente foi a de Sophia desmaiada naquele sofá da sala de sua casa, estava em pé, eu e Hugo, não dava para ouvir nada mas sabia exatamente quais eram suas palavras, eu, em pranto chorando e Sandra apenas observando pasma, preocupada com Sophia e até talvez com a gravidade do assunto, não sei.
Não conseguia entender, era como se meu espírito tivesse revendo toda aquela cena em um modo diferente, de camarote, não dava para os ouvir então, simplesmente caminhei pela sala e cruzei até a cozinha. Estava tudo em seu devido lugar como a deixamos antes de sair da mesma para socorrer Sophia a sala, assim que voltei para a sala ignorei minha breve discussão com Hugo e me agachei afrente de Sophia, coloquei a mão em sua testa e medi sua temperatura corporal, isso, realmente me fez se sentir aliviada perante tudo que estava acontecendo mas ao mesmo tempo me fez se sentir mal, aflita com seu estado, com saudade de seus abraços. Passava a mão suavemente em seu rosto angelical e sua pele pálida, sentia seu calor e seu amor transbordar por sua pele e entrar em contato com meus dedos, por uma momento pude sorrir, me levantei e fiquei de frente para a minha discussão com Hugo, me via indo embora agora. Tudo voltou ao normal, como em um filme a cena se congelou e vi em todos os ângulos possíveis, fez um giro a cena de 365° graus, e logo saiu do 'pauser', tudo prosseguiu, o som, agora tinha voltado e ouvia Hugo gritando a Sandra e Sandra gritando com Hugo, ambos falando sobre o fato do Hugo ter outra filha e Sophia inocente não saber de nada dos podres que estavam sendo revelados ali.

Sophia no sofá se mexeu, estava acordando então, Hugo e Sandra trocaram olhares que significavam claramente "vamos parar de falar nisso temporariamente" lentamente ela foi abrindo seus olhos negros esverdeados, sua pureza e inocência me enchia de orgulho, seus lindos olhos a mistura com sua pele pálida me fazia lembrar do quão enganada ela era, realmente não desejava nunca a ela descobrir toda a verdade sobre seu papaizinho, isso a faria sofrer muito mas ao mesmo tempo via isso como um modo de me vingar de Hugo. Claro que nem brincando faria isso com ela, afinal, ela não tem nada haver com isso e na real foi apenas mais uma vítima,se eu queria acertar o Hugo, tinha que ser onde mais dói e não estou me referindo ao fazedor de filhos dele.

Sophia se levantou do sofá tonta e atordoada, a pureza de poucos segundos atrás havia sumido, seus olhos crepitavam raiva, podia notar em seu olhar, rancor, dor, raiva, mágoa e desespero, seus olhos estavam em fúria, seus punhos estavam cerrados, sentia sua raiva emanar de seus poros, sua boca rosada agora rígida e bruta, sua expressão realmente me dava medo agora, pois, aquela garota doce que era se transformou em duas vezes pior em um lado oposto de doçura isso realmente não conhecia nela e pela expressão de Hugo e Sandra, nem mesmo os próprios conseguiam entender o olhar daquela doce menina em fúria, ela apenas os olhou de lado e sua pose de garota má foi por água abaixo em seguida, seu olha antes rude, agora chegava a dar dó, podia perceber sua dor e me identificar, ela não chorava pelas cachorradas de Hugo e sim, por essas cachorradas nos fazer se distanciar de um modo bruto e doloroso. Seus olhos negros esverdeados estavam quase todo verde esmeralda escuro, lágrimas começaram a inundar seus olhos e essa cena me agonizou, me fez sofrer, meu peito se apertou queria a abraçar e dizer que irá ficar tudo bem, mas com tal situação, ficar bem seria missão impossível. Sentia sua dor e a compreendia isso fez com que meu rosto novamente fosse inundado por lágrimas tão pesadas quanto a mão de uma divindade sobre meus árduo destino.

Tudo escureceu e pude então abrir os olhos, meu travesseiro estava encharcado pelas lágrimas que derramei durante o sonho infeliz que tive, não sabia se era normal chorar dormindo mas com a dor que sentia, parecia totalmente normal. Tentei me por de pé e foi uma missão totalmente falha, estava tonta e minha cabeça doía tanto.
Sem demora enfiei um remédio qualquer na boca e fui tomar um banho para tirar um pouco do peso do meu corpo e até amenizar esse inchaço em meu rosto.
Precisava bolar um plano de emergência, precisava ver Sophia amanhã, beija-la e dizer que não importa se somos irmãs ou não, eu estava preparada para poder passar por cima de qualquer dificuldade para ficar ao seu lado e a amar mais que nunca. Por mais que tenha sido apenas algumas semanas que nos conhecemos já sentia um amor incontrolável por ela, poderia comparar meu amor por ela ao nível de ódio que sinto pelo Hugo, porem, eu sei bem que meu amor é vezes maior que isso.

Capitulo pequeno mesmo, me desculpem a demora, realmente não queria que fosse assim, mas precisarei adiantar as coisas e acabar o conto com uns 50 a 60 cap. E quem sabe de gostarem muito eu não faço talvez uma parte dois ...
Ainda estou sem NET mas já estou a adiantar alguns EP e me dedicarei muito para que possa fazer uns 20 cap e deixar já pronto para depois apenas ir postando.

I'm LesbianOnde histórias criam vida. Descubra agora