Marcas ou cicatrizes?

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- Alô - Respondo a Sophia

- Manu! - Diz ela e continua - Eu acho que mereço uma explicação.

- Claro, com certeza merece. - Digo.

- E então?

- Eu não queria aquilo, Jason não me pegou a força, mas também não me deixou muita opção. Estava muito próximo eu acabei ficando nervosa e não percebi mais e mais sua aproximação e foi aí que você chegou. - tento explicar.

- Sim, entendi. - Diz ela com uma pequena pausa - Acho que não posso o culpar, ele jamais faria isso se soubesse sobre nós.

- Ele me disse isso quando expliquei a situação para ele. - Digo.

- Então agora ele sabe que estamos namorando? - Pergunta ela.

- Sim, ele sabe. Mas eu não. - Digo

- Por que disso? - Diz ela.

- Tive um sonho. - Digo.

- Por isso ficou perguntando se transei com Nicole? - Pergunta ela.

- Sim. Mas você não me respondeu e deixou que ela o fizesse. - Digo brava mas mostrando calmaria na voz.

Mais uma vez ela ficou muda por alguns segundos, eu pensei que Nicole tivesse tirado o celular dela novamente, mas nada aconteceu. Ela continuou ali em silêncio e eu deixei, não podia apressa-la para essa resposta.

- Somos conectadas. Eu tive um sonho assim, provavelmente você sonhou com o meu sonho. - Diz ela por fim.

- Será que foi apenas isso? - Pergunto desconfiada.

- Sim, eu juro. - Diz ela.

- OK. Mas, voltando a nosso assunto. Você me perdoa? - Digo quase em súplicas.

Ela da um suspiro profundo e mais uma vez demora a responder como se tivesse pensando. Mas diferente do outro, eu não conseguia aguentar aquele silêncio que estava me destruindo.

- Sim. Te perdoou porque não chegaram a se beijar, mas se tivesse acontecido você poderia ter certeza que não iria haver perdão e muito menos relacionamento - Diz ela duramente.

Algumas lágrimas insistem em cair de meus olhos e eu não faço menção a impedi-las de modo algum. Dou um suspiro de alivio, e sigo a conversa com Sophia por mais alguns minutos até ambas precisarmos desligar, fico por mais uns minutos ali parada olhando fixamente para o nada sem acreditar no que acabou de acontecer e agradeço as divindades por não ter a feito ficar brava demais comigo.

Após algum tempo, vou caindo em si, então, caminho até minha cama e me jogo nela dando um sorriso para os ventos, fico ali deitada até que as lágrimas de meu rosto sequem com o fervilhar de emoção que eu estava sentindo. Comecei a pensar em como seria encarar aqueles olhos brilhosos a minha frente e poder abraça-la dizer que ela seria minha e de mais ninguém, aquilo era algo que me enchia de emoção e me tomava no peito um sentimento belo, imaginei nossos lábios se tocando novamente e aquele arrepio de sempre percorrer por todo meu corpo com uma frequência incontrolável de um modo desesperador e ao mesmo tempo confortável e viciante. Esses pensamentos me fazia delirar e quere-la cada vez mais perto de mim, isso, me fez releva completamente o fato do quanto está sendo difícil para Sophia lidar com a situação de que no somos meias irmãs, mas isso era um problema que estávamos dispostas a superar juntas.
Fiquei ali jogada de qualquer jeito na cama até ser retirada completamente dos meus pensamentos quando ouvi minha mãe bater na porta e me chamar para o almoço.

Abro a porta e desço junto a minha mãe, me sirvo com pouca comida, apenas o suficiente para me alimentar e não me trazer a fome pelas próximas horas, o olhar de minha mãe era duvidoso provavelmente ela estava se perguntando porque cheguei mal ontem e agora já estou melhor, eu acabará de lembrar que disse que daria a ela uma explicação ontem, mas ate agora não fiz isso, para evitar o assunto, termino meu almoço e vou direto para meu quarto, hoje era domingo e havia muito o que curtir, queria ver Sophia, queria abraça-la e beija-la, queria dizer que a amo, queria ter relações com ela, aquele desejo me tomava conta, eu não sabia nem de longe como era ter relações assim, nunca toquei numa só mulher, mas o que rolará outro dia... Bom, foi realmente instinto, impulso, foi tudo menos experiência.

I'm LesbianOnde histórias criam vida. Descubra agora