Eu te amo.

398 26 11
                                    

"Hermione Jean Granger.  O que você acha que está fazendo?  Você enlouqueceu? Cheguei em casa e descobri que você está se encontrando com o Malfoy.  Quando você ia me contar?  Ele é um Comensal da Morte Hermione. Não importa o que o Ministério diga ele sempre será. Amanhã quero você aqui em casa e nós vamos ter uma séria conversa.

Harry Potter"

Hermione não sabia o que dizer.  Harry parecia estar muito irritado.

- Desculpe por isso. Harry só está preocupado. - disse Hermione

- Está tudo bem. Eu entendo a preocupação dele. As pessoas ainda tem essa imagem de mim. Até um tempo atrás meus funcionários também achavam isso. - disse Draco batendo no lugar ao seu lado no sofá para Hermione sentar. - O que importa pra mim é que você sabe que não sou mais.

Hermione sentou-se ao lado dele novamente e se aconchegou em seu abraço.

- Agora voltando ao nosso assunto. Quando vi que estava me tornando um monstro eu pensei em desistir. Pensei seriamente em abandonar o plano de Voldemort e fugir dali, mas parecia que ele podia ler meus pensamentos.  Cada vez que eu pensava nisso a marca negra no meu braço queimava e as poucas horas que eu conseguia dormir, quando eu conseguia, eu tinha pesadelos em que Voldemort torturava minha mãe e dizia que a mataria se eu falhasse. Ele sabia que eu não sentiria nada se fosse com meu pai, era culpa dele estarmos naquela situação. Mas minha mãe era meu ponto fraco.

Hermione não falava nada. Só o observava enquanto ele encarava o nada pensando em como continuar.

- Eu comecei a ficar cada dia pior. Não dormia, não comia, me afastei de todos. Nunca havia me sentido tão só. O único que sabia minha missão era Blásio, mas ele não podia me ajudar, eu tinha que fazer aquilo sozinho. Quando Katia acordou e eu a vi conversando com o Potter eu entrei em pânico, não estava preocupado comigo, pensava no que Voldemort iria fazer com minha mãe se eu falhasse, quando o Potter foi atrás de mim no banheiro eu vi uma forma de extravasar toda a raiva de mim que eu sentia e comecei a atacá-lo. Quando ele me atingiu com aquele feitiço estranho, eu senti minha vida indo embora e estava estranhamente aliviado por aquilo estar acabando.  Mas o Snape chegou e fez um contra feitiço. Fiquei fraco por uns dias mas tinha que continuar com a missão, envenenei a garrafa de Hidromel e entreguei para a madame Rosmerta vender para o Slugorn, como você deve saber ele estava sob o feitiço Imperius também, tudo teria dado certo se ele não tivesse aberto antes de entregar para o Dumbledore para dar para o Weasley.

- Ronald tinha comido alguns bombons endereçados ao Harry que tinham poção do amor.

- Agora esta explicado. - disse ele. - No fim, não havia mais tempo e o armário sumidouro já estava pronto. Só o que me restou foi enviar uma coruja com a data da invasão.  Era minha a missão de matar Dumbledore, porém eu só consegui desarmá-lo. Eu não queria matá-lo.

- Harry me contou tudo o que aconteceu na Torre de Astronomia. Ele me disse que você não queria matar o Dumbledore.  Ele ficou muito surpreso aquele dia na mansão Malfoy quando você não o entregou para Bellatrix. 

- Eu estava cansado de tudo aquilo. Eu sabia que era ele no momento em que vi você, e dizer a ele que era o Harry a faria saber que você era nascida trouxa. O que aconteceu aquele dia eu ja te contei.

- Já sim. Tudo o que aconteceu na sua casa me assombra até hoje. Ainda tenho pesadelos com Bellatrix. - disse Hermione passando a mão no braço inconscientemente.

Draco segurou a mão de Hermione e depois passou os dedos longos sobre as cicatrizes no braço dela.

- Eu deveria tê-la impedido. Deveria ter te ajudado.

- Não havia nada que você pudesse fazer, se você tivesse feito algo talvez estivéssemos mortos hoje.

Hermione olhava nos olhos de Draco procurando algum indício de que ele estivesse a enganando, de que tudo aquilo fosse mentira, que uma hora ele diria que estava apenas caçoando dela mas, tudo o que ela via era uma sinceridade pura e verdadeira.

- Pra onde vocês foram depois que descobriram que Harry ainda estava vivo? Não lembro de vocês lutando. - questionou Hermione

- Quando vi o Potter sendo carregado pensei que tudo estivesse acabado. Eu iria resistir quando meu pai me chamou, não iria ficar do lado de Voldemort, mas então minha mãe me chamou, havia algo em seus olhos como se ela soubesse de algo que ninguém mais sabia. Quando vi o Longbotton eu me assustei. Nunca pensei que ele trocaria de lado, mas então ele desafiou Voldemort e quando dei por mim, o Potter estava saltando dos braços do Hagrid, foi ai que entendi o olhar da minha mãe.  Ela sabia que ele não havia morrido, aproveitamos a confusão e fugimos. Saímos de Londres e fomos para uma pequena cidade de interior. Só voltamos algumas semanas depois do fim da guerra quando recebemos a intimação do Ministério da Magia. Meu pai voltou contra a vontade mas já estava na hora de fazer a coisa certa. Desde então assumi os negócios e o resto você já sabe.

- Tudo parece tão irreal. - disse Hermione apoiando a cabeça no ombro de Draco

- O que parece irreal?

- Você, sentado na minha sala, contando todas essas coisas. Eu sempre imaginei isso em segredo, nós dois juntos, na verdade não em segredo pois a Gina sabe de tudo, mas eu vivi essa cena tantas vezes na cabeça, nunca imaginei que pudesse de fato acontecer. Acho que te amei desde o primeiro dia em que te vi, buscava sempre um jeito de estar por perto mas você sempre me afastava. Em algumas vezes eu te odiava tanto mas depois, a raiva passava e eu ja te amava outra vez. - disse ela sorrindo

- Hermione Granger me amava? - disse Draco brincando

- Sim, amava. Mas odiava também.  Mas como diz um ditado trouxa: "A linha entre o amor e o ódio é tênue."

- O que quer dizer?

- Que a linha existente entre o amor e o ódio é muito suave, muito fina.

- Agora entendi.

Nesse momento o badalar do relógio indicou que mais uma noite estava chegando ao fim. Hermione não pode deixar de pensar que quando estava com ele o tempo parecia passar mais rápido.

- O que vai fazer amanhã? - perguntou Draco

- De manhã vou dar uma ajeitada em casa e a tarde vou jantar na casa do Harry.

- Ia te chamar para um passeio mas amanhã você precisa se entender com seu amigo. Eu te prometo Hermione, não vou te fazer sofrer. Diga isso ao Potter. - disse Draco se levantando do sofá

- Eu direi. Você precisa mesmo ir? - perguntou Hermione levando-o até a porta

- Gostaria muito de ficar Mi, mas você precisa descansar. Qualquer coisa basta me enviar uma coruja e eu aparato pra cá.

- Tudo bem. Vá para casa com cuidado.

Draco a abraçou, segurou seu rosto com uma das mãos e a beijou. Eles podiam sentir a eletricidade que percorria seus corpos.  O beijo de despedida realmente parecia uma despedida e Hermione não queria que acabasse jamais.  Então, cedo demais ele a soltou.

- Qualquer coisa me chame e eu virei correndo.

- Eu chamarei.

Quando ele estava pronto para aparatar ela o chamou.

- Draco!

Ele se virou para ela.

- Eu amo você.

- Também te amo Mi.

Então, dizendo essas palavras e com um grande sorriso no rosto Draco aparatou para sua Mansão e Hermione sorridente fechou a porta pensando que seu conto de fadas finalmente estava começando.

Anos DepoisOnde histórias criam vida. Descubra agora