Podemos ser amigas

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LAUREN

Essa manhã despertei sentindo-me mais estranha que o comum, meu corpo estava pesado e eu estranhei a madeira escura do teto, minha casa não têm essas cores. Foi então que me lembrei rapidamente do acontecido naquela noite em que aquele maldito homem alto havia me prendido em seus braços fortes, eu esperava que aquilo tudo fosse apenas um sonho, mas infelizmente não era.

Sentei-me na cama e assim que bati meus olhos na porta eu o vi, escorado na batente encarando-me com um olhar que eu já não sabia mais decifrar como antes quando estávamos juntos, eu esperava que fosse qualquer coisa, talvez alguém que tivesse me sequestrado para me estuprar ou algum tipo de serial killer, mas nunca imaginaria que meu ex namorado chegasse ao ponto de me capturar.

Eu sentia minha bile bater contra a minha garganta, a vontade de vomitar era real, no entanto nada aconteceu, era inacreditável todas as coisas ruins que ele me fazia sentir e eu só queria ter forças para ter levantado daquela cama ou daquela mesa de café da manhã exageradamente preparada pronta para lhe socar a boca do estômago e acabar com a raça daquele maldito esquizofrênico.

E embora eu quisesse muito matá-lo eu confesso que também tinha muito medo dele, medo como uma criança tinha do escuro e dos monstros embaixo da cama. E eu me encontrei extremamente assustada no momento em que ele voltou a conversar com as suas vozes mentais e se aproximou de mim, eu achei que ele fosse me socar como antes ou me segurar pelos pulsos como fizera no shopping, eu sentia meu corpo todo tremer, mas eu não iria conseguir ficar calada diante dele, eu nunca consegui. Talvez fosse isso que o fizesse ficar tão raivoso na época em que ainda namorávamos e que o fizera chegar ao ponto de me socar dolorosamente

E por falar em criança, nesse axato momento eu procurava o quarto do qual vinha o choro estridente da irmã de Camila, ainda tentava acreditar que fosse só um sonho e que Cody não havia trazido a pequena garota junto a mim. Era tanto barulho, tinha minha mente da qual gritava nervosa, o choro de Alexa e os gritos do homem no andar de baixo me faziam lembrar do dia em que Jason sofrera o acidente e fatidicamente morrera. Às vezes eu acreditava que minha vida estava fardada a sempre acontecer tragédias.

Tentei desviar meus pensamentos para longe e focar no que procurava, realmente essa casa era enorme, entretanto consegui encontrar a menina encolhida na cama enquanto chorava no quarto mais afastado do andar de cima. A encarei e ela parecia uma versão em miniatura de Camila, seus cabelos castanhos como e sua pele morena como a dela, parecia ser uma bela criança de seis anos.

- Quem... Quem é você? - a menina me tirou dos meus devaneios e adentrei o cômodo fechando a porta - vai me machucar?

- O que? Claro que não! - sorri gentilmente e me sentei ao seu lado - você é a Alexa, não é?

- Sim... - a garotinha se encolheu mais e as lágrimas ainda corria por seu rosto angelical e caramba! Ela é mesmo parecida com Camila - você ainda não me disse seu nome...

- Eu me chamo Lauren - voltei a sorrir - por que está chorando?

Ok, eu sei que é uma pergunta idiota de se fazer a uma criança que acabou de ser sequestrada e está longe de seus pais e da segurança de sua casa, mas eu precisava usar alguma maneira de conquistar a sua confiança e essa foi a única forma que encontrei de fazer isso.

- Eu quero a minha mama - suas palavras foram baixas o suficiente para que eu fosse capaz de ouví-las e suspirei.

- E o que acha de sermos amigas?

Amor a distância {BOOK ¹}Onde histórias criam vida. Descubra agora