Eu não entendo

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LAUREN

Foram um, dois, três dias e agora já eram três semanas nessa ilha e a esperança de voltar para casa ainda estava viva, mas me dava a impressão de que me abandonaria a qualquer instante, deixando-me totalmente sem amparo algum.

Parecia que a cada momento ficava pior e de certa forma a comodidade já chegava a mim arrebatadora, eu já estava cansada e farta de ficar presa. Embora não fosse totalmente presa já que eu podia sair pela praia deserta e sem mais nenhum ser humano além de Cody, Alexa, dona Maria e eu, é claro. Mas ainda assim era desesperador não poder ver mais gente e os movimentos da cidade, era apenas árvores e mais árvores, mar e mais mar.

Talvez meu inferno tenha aumentado depois daquele maldito jantar do qual Cody havia preparado, como sempre sob seus comandos e nada poderia sair dos seus trilhos ou então quem sofreria as consequências seria eu, como era em todas as vezes no passado e agora voltava a ser.

Até que tivemos uma boa conversa no jantar, quando Cody queria ele sabia como conversar civilizadamente e até tinha um papo legal, mas tudo piorou quando ele iniciou uma aproximação querendo mais contato físico, já era de se esperar tendo todo o seu histórico e ele não estaria me mantendo sob cativeiro sem querer algo a seu favor. Primeiro veio o seu beijo nojento do qual eu fui obrigada a corresponder e eu não imaginava que aquilo fosse ser elevado à algo mais, eu até tentei resistir, no entanto eu não deveria ter feito isso porquê foi bem pior do que o esperado.

Eu nunca havia sido forçada a fazer sexo em momento algum da minha vida e depois daquela noite eu decidi que não iria o contrariar fosse qualquer um dos seus pedidos, visto que eu estava sem saída alguma fui obrigada a achar uma forma daquilo tudo acontecer de uma maneira que não fosse tão bruta para mim, a solução foi acabar me embriagando antes de ir para a cama com ele. Ainda era doloroso e torturador, mas era uma forma de me entregar um pouco e não ser machucada como naquele maldito jantar.

No início da semana Cody vinha sendo mais carinhoso e eu ainda fugia de todo e qualquer contato físico que não fosse no sexo, eu não queria tê-lo por perto em nenhum momento, entretanto ele sabe como ser insistente e me perturbar o tempo inteiro. Algumas vezes eu conseguia usar a presença de Alexa para fugir das garras deles e conseguir respirar um pouco, mas chegava a noite e junto vinha o sono da criança fazendo minhas fugas se tornarem apenas uma desculpa esfarrapada para o homem.

O mais constrangedor era ter que ficar totalmente despida de roupas a sua frente e deixá-lo me tocar como se fosse o meu marido, aliás imaginá-lo como meu marido era perturbador, não que eu pensasse nisso, no entanto eu imaginava como seria se fossemos casados, talvez ainda pior.

Quando Cody sumia pela ilha eu dedicava o meu tempo para pensar em uma maneira de conseguir me libertar dele e levar Alexa comigo, mas nada parecia surgir na minha mente. Havia um telefone fixo na sala e outro no andar de cima, mas quando eu tentei pegá-lo para fazer uma ligação pude ver que a linha era muda e o aparelho nem ao menos tinha cabos. Provavelmente essa foi a idéia mais burra que tive, segundos depois de eu voltar com o telefone no gancho o homem surgiu do além e seu olhar era ameaçador, talvez um dos piores que eu já vira.

- Quer dizer que não está contente aqui comigo?

Medo era o que eu sentia todas as vezes em que sua voz se tornava nervosa e sombria, sempre vinha um tapa, ou um soco, ou qualquer outra coisa dolorosa depois disso.

- Não está bom a minha casa moderna e sofisticada, no meio de uma ilha e te dei até uma filha postiça para que não se sentisse sozinha aqui! - sua voz era nervosa e se aproximou de mim - eu faço de tudo por você, Lauren! Quando vai perceber que tudo o que eu faço é por amor e só não quero que alguém destrua tudo o que criamos?

Amor a distância {BOOK ¹}Onde histórias criam vida. Descubra agora