Maicon - Capitulo VIII

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Eu não conseguia entender por qual motivo ele tinha feito isso. Ele feriu meu coração mais do que qualquer pessoa poderia fazer. Eu abandonei uma alcateia por ele. Vivi minha vida para protege-lo, eu fui contra minha própria raça para ficar ao lado dele, e ele simplesmente me trai de uma hora para outra.

Para onde foi o amor? Temos dois filhos juntos, momentos, historias. Corremos perigos juntos. Ele quase morreu e eu sempre estive ao lado dele, eu quase morri e ele sempre esteve ao meu lado, por qual motivo ele faria isso comigo?

— Porque você anda tão mal ultimamente? – Perguntou a Karina.

Karina era uma beta que eu tinha recrutado para minha nova alcateia, já que a minha eu tinha deixado para trás, para poder seguir o Pietro onde quer que ele fosse. Ela tinha me encontrado no mesmo dia que tudo aconteceu. Eu estava vagando sem rumo quando ela apareceu:

— O que faz aqui perdido, garotão? – Falou ela com um pirulito na boca.

Ela estava recostada em uma arvore e olhou para mim, os olhos dela cintilaram um amarelo brilhante, foi então que entendi que ela tinha me escolhido como seu alfa.

— Só estou tomando um ar. – respondi para ela.

— Não parece que está apenas tomando um ar.

— Porque acha isso? – Perguntei.

— Sem querer eu vi tudo que aconteceu e acho que você merecia algo muito melhor do que aquele garoto ingrato. – Falou ela.

Por um breve momento eu me enfureci pelo o que ela tinha dito, mas foi então que percebi que nada era mentira. Realmente o Pietro não me mereceu, ou não merecia mais.

— Isso não é da sua conta. – Falei para ela.

— Talvez você mereça um novo lugar, precise de uns betas para sua nova batalha.

— Que nova batalha? – Perguntei para ela.

— Pegar os seus filhos! – Falou ela.

Eu ainda não tinha parado para pensar nessa situação. Entendo o fato do Pietro ter carregado as crianças durante meses, mas o fato era, ele me traiu, queria sim meus filhos comigo e parando para pensar, o Pietro não daria eles de mãos abertas. Era uma situação para ser pensada com bastante cuidado, pois eu não queria uma guerra, ou uma batalha. Queria algo com bom senso.

— Você tem razão. Mas não quero nenhuma guerra. – Falei para ela. – Quero tudo feito com calma e disciplina.

— Então venha comigo. – Falou ela.

Agora estou aqui com ela, e com os outros betas da minha alcateia, em uma casa no meio de um vale, era tudo muito silencioso. Tentei com disciplina a uns dias atrás pegar meus filhos, mas como esperado o Pietro não entregou, pelo contrário, agora meus filhos estão contra mim.

— Só acho que depois daquele dia, não será fácil recuperar minhas crianças. – Falei olhando para ela.

Estávamos os dois em uma sala enquanto os betas faziam uma fogueira do lado de fora dela. Estava um pouco frio por se tratar de um vale, mas eu adorava aquele clima. A Karina tinha me ajudado bastante desde que eu cheguei aquele lugar. Todos os outros betas me aceitaram como o alfa deles. Era tudo muito diferente para mim, vivíamos como pessoas longe do mundo e de todos, eu estava começando a me acostumar com aquilo. Até parecia que estava começando a não sentir falta do Pietro, que foi uma coisa insuportável nos primeiros dias.

— O que iremos fazer então? – Perguntou a Karina sentando ao meu lado e colocando a mão sobre minha coxa.

— De verdade?

— Sim, de verdade. – Respondeu ela.

— Creio que o único jeito de fazer isso é indo à luta. – Respondi.

— Sem se importar com as consequências? – Perguntou ela.

— Só quero meus filhos comigo, não importa as consequências. – Respondi.

— Mas eles podem querem nos matar para defender o seu ex. – falou ele subindo um pouco mais a mão.

Eu olhei a mão dela enquanto subia um pouco mais, da coxa até o meu cinto da calça.

— Só se certifique de que eles morram primeiro. – Respondi para ela.

— Até o Pietro?

— Não, não quero que toquem um dedo sequer nele. – Respondi.

Foi então que nesse momento ela subiu sobre mim, e ficou me olhando nos olhos.

— Por que não podemos tocar nele?

— Porque eu mesmo irei cuidar dele, faze-lo sofrer pelo o que fez comigo.

— Esse é o meu alfa.

Ela falou e me beijou. Nunca esperei que uma garota fosse me beijar, fosse me desejar, acontece que sempre fui do Pietro, temos a droga de uma maldição Soulmate que nos liga um ao outro. E devido a isso nunca iria conseguir desejar outra pessoa. Ou pelo menos foi isso que pensei nos primeiros momentos do beijo. Pois sentir uma excitação crescendo dentro da minha calça.

— Você não estar 100% perdido. – Falou ela.

— O que quis dizer com isso? – Perguntei para ela.

— Que farei de você, meu, somente meu. – Falou ela me beijando novamente.

— Não terá que se esforçar muito. – Falei para ela.

— Depois de hoje, iremos com força total pegar seus filhos. – Falou ela.

Eu estava me sentindo bem com eles. Por mais que eu ainda amasse o Pietro, sabia que ele poderia estar bem sem mim, já que foi fácil se entregar a outro tão facilmente. E porque eu não poderia fazer o mesmo? Já que ela me fazia bem e estava me ajudando a superar tudo isso? Ela me deu uma matilha que parecia ser mais forte do que a matilha do Yuri, e com a ajuda deles eu teria meus filhos comigo, e com um tempo eles aprenderiam a me amar novamente, já que até isso o Pietro conseguiu colocar contra mim.

— Então vamos aproveitar a noite. – Falei.

Foi então que a levei para o meu quarto...

Amor Selvagem - O Herdeiro - Volume IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora