Saudades e Raiva - Capitulo XV

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Parecia que a ficha ainda não tinha caído, foi por fim que resolvi dar um passei no quintal da casa do Gabriel e do henry que dava acesso a um lindo campo onde tinha uma arvore ao longe. Eu caminhei por meio o Capim do campo, eles passavam em minhas pernas como se fossem laminas. Eu não me importava com o incomodo disso, eu só sentia as lagrimas começarem a cair, rolarem pelo meu rosto.

Era uma espécie de vários sentimentos misturados em um só, raiva, tristeza, desolação, indignação. Eu tinha perdido minha mãe, uma das pessoas que mais amei em toda minha vida. E tudo isso por causa do meu ex namorado, que estava se mostrando um ser muito cruel. Estava seguindo eu e nossos filhos como se fosse uma caçada as bruxas. Tinha deixado, como disse antes, minha mãe morrer, e agora estava prestes a travar uma guerra pelo poder.

Eu não quero poder, quero apenas criar meus filhos sem problemas alguns. Quero poder livrar eles de qualquer mal que posso os machucar, mas acontece que o Maicon está atrapalhando nisso tudo. Mesmo se ele não quisesse mais nada comigo depois de tudo que ele acha que aconteceu, ele poderia muito bem conversar comigo para que pudéssemos entrar em um acordo. Eu deixaria de bom grado ele com as crianças durante uma semana e vice-versa, mas acontece que ele está sendo uma pessoa egoísta. Está querendo tudo para ele como se eu tivesse feito algo de errado.

Cadê o namorado perfeito que eu tinha? Cadê o amor verdadeiro que ele dizia sentir por mim? Parece que tudo era mentira e começo a desconfiar que essa maldição Soulmate não era verdadeira, ou ele não era minha alma gêmea de verdade.

Quando eu me vi, estava chorando novamente, mas dessa vez não era de raiva e sim de tristeza. Eu queria minha mãe de volta, queria ela ali, comigo, para me ajudar a encontrar a alma do meu pai, descobrir como salvar meus filhos e para que ela continuasse a ser a avó dedicada e amável que ela sempre foi. Sem falar da mãe perfeita que ela sempre foi.

Ela me aceitou do jeito que eu era, um garoto Gay. Sabia ela que eu passaria por várias dificuldades devido a minha opção sexual, mas ela não se importou, esteve ali, sempre comigo, me poiando em tudo que eu sempre necessitei de apoio, e em tudo aquilo que também não necessitava de apoio. Afinal, mãe é isso. Mas infelizmente nem as mães são assim, eu tive sorte da minha mãe ser como ela era, compreensiva e mãe. Só queria que agora ela estivesse em um lugar melhor. Me protegendo de tudo que estava por vim, e eu sempre a amaria, de verdade.

Eu não pude conter as lagrimas e cair de joelhos no chão, chorando desesperadamente.

— Ele não devia ter feito isso. Ele não podia fazer isso comigo. – Falei para mim mesmo – Ela não tinha culpa de nada. Nada.

Eu sentir as lagrimas descerem com mais força quando sentir alguém me abraçar por trás e me apertando lentamente, fazendo nossos corpos se encaixarem perfeitamente. O abraço dele era perfeito, era a coisa mais sutil e doce ao mesmo tempo, e me dava vontade de não querer sair daquele abraço tão cedo possível. Sim, eu estava apaixonado.

— Fica bem, tudo vai ficar bem. – Falou o Joey para mim.

— Promete não me abandonar? – Perguntei para ele.

— Porque abandonaria? – Ele perguntou.

— Eu achava que o Maicon também não abandonaria. – Respondi.

— Pois bem. Me chamo Joey, não Maicon. Já somos diferentes começando pelo nome. Isso serve como resposta para sua pergunta de não te abandonar? – Perguntou ele.

Eu não respondi, porque algo que a gente já tinha criado era uma espécie de comunicação apenas por gestos e silencio. Ele já sabia que quando eu fico calado é sinal de concordância com ele e isso já bastava para uma boa convivência.

Amor Selvagem - O Herdeiro - Volume IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora