Eu precisava logo poder ajudar os meus filhos. Minha mãe e minha avó já estavam se preparando para irmos até o henry para podermos nos comunicar com o meu pai e ele nos dizer onde ele escondeu o pergaminho com o feitiço que salvaria os meus filhos. Não seria nada fácil, não mesmo. Mas eu faria tudo por eles e eles sabem muito bem disso.
Tínhamos já marcado de irmos no dia seguinte até onde o henry e o Gabriel moravam para poder começarmos o ritual de rompimento. Parecia algo estranho falar isso, mas era assim que a minha avó vinha falando. Eu estava com muito medo, muito mesmo de arriscar meus filhos nisso, mas convenhamos que seria melhor assim. Teve um tempo que eu até pensei em não realizar isso. Queria poder viver com meus filhos até onde pudesse até a hora que fosse a hora deles irem, do que arriscá-los num ritual tão poderoso como esse. Mas sabe o que acontece? Scar acontece.
Eu já sei que ela pode se sucumbir as trevas, mas acontece que eu não poderia esperar mais, ela estava cada dia mais distante, cada dia mais distraída e isso pode ser reflexo de algo que possa acontecer, então resolvi o mais rápido possível fazer isso.
— Pietro. – Falou o Yuri chegando – Preciso falar com você, algo bastante sério.
Eu estava assistindo TV com a Scar, o Yan e o Joey.
— Crianças, vocês podem ir brincar no quarto? – Perguntei para eles.
Eu fiquei meio assustado com o olhar da Scar para mim, porem o que veio em seguida me tranquilizou.
— Vai ficar tudo bem, papai. – Falou ela subindo as escadas.
— Acho que a Scar tem algum tipo de poder clarividente? – Perguntou o Joey sentando-se no sofá e eu logo em seguida.
— Acho melhor irmos direto para o assunto, já que não é nada bom. – Falou o Yuri.
Isso já estava começando a me deixar assustado.
— Pode falar então.
— Eu não te contei, mas tenho um beta infiltrado na alcateia do Maicon e tive as primeiras informações. – Falou o Yuri.
— E quais seriam? – Perguntou o Joey.
— O Maicon estar disposto a pegar as crianças e segundo o que o meu informante falou, ele passará por cima de tudo e de todos para ter o que quer. – Ele fez uma pequena pausa, mas logo em seguida continuou – E quando eu digo, tudo e todos, digo você também.
Eu não sabia o que falar, ou não tinha o que falar, porque era difícil de acreditar que o Maicon, que dizia me amar tanto, estava marchando para uma guerra que eu não queria travar. Que estranho, pensei que amor verdadeiro durasse para sempre, mas percebo agora que nem todo amor é eterno.
— Mas isso não é o pior. – Falou o Yuri.
— O que seria pior dele querer uma guerra comigo? – Perguntei.
— Eu tinha resolvido não te falar, mas você poderia descobrir sozinho e descobrir que eu sabia e ficar com raiva por eu não ter te contado.
— Pode falar.
Yuri olhou para o Joey e depois novamente para mim.
— Ele estar com uma garota. – Falou ele.
Aquilo foi como um tiro em meu coração. Eu poderia morrer se quisesse, porque me sentir morto. Ele realmente acreditou que eu tinha o traído e já se jogou no colo de outra pessoa. Não me importo se seja mulher ou não. Eu só não acreditava no que estava acontecendo. Eu não acreditava.
— Você tem certeza? – Perguntei.
— Tenho.
— Como sabe que esse seu informante não estar mentindo para você? – Perguntei para o Yuri.
— Porque alfa e beta tem um laço onde posso saber se é verdade ou não. – Falou o Yuri.
— Isso é verdade. – Confirmou o Joey.
— O que é verdade? – Perguntei para o Joey.
— A parte da ligação.
Eu não falei mais nada, apenas fiquei tentando digerir a informação. Sentia o peso das lagrimas vindo em direção aos meus olhos e foi então que me levantei e sair correndo para o quintal. Passei pela horta correndo sem olhar para trás. Me infiltrei na floresta e continuei correndo.
As folhas e galhos batiam na minha cara e assanhavam-me, mas não sentia dor nenhuma, nada disso. Pois as lagrimas derramavam como chuva. Foi então que de repente alguém pegou no meu braço e parei de correr. Eu não queria olhar para trás, não queria que me vissem chorando daquele jeito. Apenas fiquei parado, olhando para frente e com meu braço puxado para trás, e alguém o segurando.
— Vai ficar tudo bem. – Falou o Joey.
Ele me puxou para perto dele e me abraçou. Comecei a chorar nos braços dele. Mas não era choro de tristeza, era choro de raiva. Eu estava com raiva, muita raiva e não aguentava mais segurar. Foi que o Joey me jogou no chão.
— Sabe o que você precisa? – Perguntou ele – Liberar essa raiva.
Ele falou e ficou me olhando.
— ME bata. – Falou ele.
— Não. – Respondi.
Por mais que eu estivesse com raiva eu não podia descontar minha raiva nele. Ele estava tentando me ajudar, não iria bate-lo.
— seja forte Pietro. Não um covarde. Lute pelos seus filhos.
Eu não aguentei ser chamado de covarde. Eu então levantei e dei um soco no rosto dele.
— Mas forte, você consegue ser mais forte.
Foi então que dei uma sequência de socos nele, um atrás do outro e ele tentando se defender o mais possível que fosse. Ele não desistia, pedia para eu ser mais forte e que isso iria me ajudar. Foi então que depois de socos, eu comecei a atirar nele. Usei magia. Mas parece que fiquei descontrolado, porque comecei a lançar diversas bolhas de poder.
— Pietro? – Chamou ele.
Eu o ouvia, mas não queria parar.
— Magia, não. – Repetiu ele.
Continuei lançando.
— PIETRO? – Gritou ele.
Foi então que percebi que estava quase o matando, parei de atirar e quando olhei para ele, ele estava agachado, com as mãos apontadas para mim, escondendo o rosto. E uma cúpula transparente ao redor dele, o protegendo, mas percebi que aquilo não era de mim, não tinha sido eu que criei isso, e sim, ele.
Assim que ele percebeu que eu tinha parado, ele abriu os olhos e viu a cúpula ao redor dele e se assustou, foi então que ela se desfez.
— O que eu sou? – Perguntou ele.
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Amor Selvagem - O Herdeiro - Volume III
Hombres LoboTudo parecia que ia acontecer naturalmente e como todos esperavam. Mas a vida de Pietro não seria mais a mesma depois da chegada dos novos integrantes. Eles foram pegos de surpresa, mas teriam que aprender a viver com essa nova vida. ele tinha que s...