Destinada

10 coisas que eu odeio em você

Pedro Moura

Sinto um peso enorme no meu corpo, cada músculo meu está gritando e não faço a miníma ideia do porquê, talvez por ter dançado demais ou por alguma briga. Meus olhos estão pesados e abri-los não é uma possível, hoje ficarei deitado o dia inteiro tentando me curar dessa ressaca, o único problema é saber que além da ressaca física que se cura com café e alguns remédios, irei precisar lidar com a ressaca moral ao lembrar da noite anterior, como acordei agora e estou meio grogue ainda não me lembro dos detalhes mas ao decorrer do dia vou me martirizar ao rever mentalmente minhas burradas icônicas.
Escuto alguns resmungos aleatórios e me forço a abrir os olhos, a primeira coisa que vejo é um pequeno e delicado braço em volta da minha cintura. O que aconteceu? Me forço para tentar lembrar da noite anterior pois não sei quem está deitada ao meu lado. Fecho os olhos assim eu só falarei com essa garota depois de lembrar de como parei aqui. Recapitulando a noite anterior... briguei com a Catarina, depois beijei a Catarina ai mais uma vez briguei com Catarina e depois eu já não consigo lembrar. Minha cabeça está latejando e sou vencido por ela e paro de me forçar tanto, logo me vejo pegando no sono novamente.

_ Acorda logo, Pê._ Uma voz feminina ecoa na minha mente. Sinto beijos e pequenas mordidas pelo meu pescoço e abro os olhos instantaneamente e me viro para encarar a tal garota.
Essa não, é só o que me faltava. O que eu fiz?

_ Carolina!_Praticamente gritei ao ver seu rosto tão próximo ao meu. _ O que está fazendo aqui?_ Ela gargalha com a minha pergunta e passa a mão pelo meu abdômen. Que diabos estou fazendo sem camisa? Eu preciso parar de me fazer perguntas e tentar lembrar o que me fez chegar a essa situação.

_Estou aqui porque é a minha casa._ Olho ao redor e percebo a sua decoração, é o quarto bem estereotipado de uma garota, edredom rosa, paredes alternadas em lilás e branco, abjur ao lado da cama e não poderia faltar pôsters de sucessos pop. _ Já você, querido Pedro, não pode dizer o mesmo, queria tanto ficar comigo que veio para minha casa._ Eu quis vir? Foi por livre e espontânea vontade ou foi por espontânea pressão? Não consigo me lembrar de como eu cheguei a essa situação, já fiquei bêbado algumas vezes mas sempre me lembrava do que fiz, só que dessa vez eu não consigo me lembrar absolutamente de nada, somente das brigas e do beijo com a Catarina.

_ Não acredito que não se lembra do que aconteceu aqui Pedro._ Carol choraminga ao perceber que estou um pouco alienado com a situação._ Nós ficamos juntos, daquele jeito...sabe?_ Assinto e confesso que acho fofo seu constrangimento. 
_Você disse que me desejava mas eu te pedi para ir embora porque você estava muito bêbado e chateado devido todos acontecimentos no seu aniversário mas você insistiu em ficar e eu fui fraca e deixei. Agora eu sou uma idiota, porque você está aí, sem se lembrar de nada._Carol esconde o rosto no travesseiro, ela não costuma ser vulnerável dessa forma e não sei como agir nesse momento.

 Passo a mão pelo meu rosto como se fosse me ajudar a lembrar de algo, no máximo traz uma sensação de calma, e preciso acalmar meu espírito para lidar com essa situação. Eu não sei se deixo levar, finjo que é como se eu estivesse em um parque de diversão adulto pois a Carolina é linda e dizer que me arrependo por completo seria mentira, sinto um breve momento de remoço pois ela é uma das melhoras amiga da Catarina mas fora isso não vejo problema algum, assim como eu, Carol é solteira... Merda, eu fiz a Catarina trair o namorado de plástico, eu não posso acreditar que fui imbecil a esse ponto, eu deveria me desculpar com ela depois por isso e também deveria pedir desculpas por me deitar com a Carol, ou eu devo fingir que isso não aconteceu? Eu só faço besteira mesmo.

_ Ei, Carol._ Digo gentilmente e ela levanta seu rosto e me encara. _Me desculpa, vem cá. _ A trouxe para mais perto deixando que seu rosto ficasse encostado no meu peito.