Amor certo, hora errada

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 Pedro Moura

Eu estou me segurando para não toca-lá, é torturante pra mim, mas sei que é preciso para o bem dela, eu não quero pressiona-la ou assusta-la de novo, mas eu gostaria muito de poder tocar no seu rosto delicado ou na sua perna para passar conforto, mas isso faria com que ela entrasse em pânico, eu não quero a ver aos prantos por minha culpa.

A maneira que ela quica no banco quando vê as borboletas, a forma que ela esbanja felicidade apenas por estar encantada com o lugar me deixa louco por ela ser tão meiga assim. Eu daria tudo por ela e faria de tudo para que ela sinta o mesmo em relação a mim.
Estou cada vez mais frágil e eu não gosto disso, esconder o que sinto e agir como um idiota faz parte de ser homem, e no momento eu me expus demais pra ela. Quando fui informado da separação dos meus pais, por saber o motivo fiquei decepcionado e só pensava em me abrir com a minha melhor amiga, a única que conhecia os dois, mas no minuto seguinte minha mãe avisou que voltaríamos para antiga casa, na hora eu me arrependi de ter desejado conversar com a Cat, só porque virou realidade. Apesar de querer, não posso afirmar que estou pronto pra isso, ser um homem pra ela pode ser mais difícil do que aparenta, ela merece muito e eu não acho que alguém que transa com melhores amigas pode ser um bom homem. 

Quando eu e minha mãe pegamos estrada de volta para Belo Horizonte, eu decidi que não iria me envolver com ninguém, mas assim que a vi pela primeira vez depois de anos não pude resistir, ela estava nervosa, mas doce, como sempre. Essa garota é do caralho, além de linda é maravilhosamente gente boa e eu espero poder fazer ela feliz, pelo menos por hoje eu irei tentar a todo custo.

_ Ai meu Deus! Olha que coisa mais linda._ Ela aponta para uma borboleta azul que pousou em sua perna. Catarina não está nem respirando para que o bichinho continue estagnado lá, menina natureza.

_ Opa, quebra mola._ Digo e acelero o carro. Isso a irrita de uma maneira tão fofa, Catarina fica vermelha por ver a borboleta voar para fora do carro, irrita-la é divertido. Oh céus, o que está acontecendo comigo? Como posso estar com sorriso bobo só por está tirando ela do sério?

_ Eu odeio você._Catarina força uma cara de raiva e preciso segurar o riso.

_ Odeia? Tem certeza?_Indago.

_ Odeio e muito._ Ela alonga as letras da palavra para mostrar o tamanho do seu ódio, isso só faz com que a ache uma princesa mas isso ninguém precisa saber, nem ela.
Estaciono o carro e me viro para encara-la.

_ Então desce do carro._ Digo firme.

_Pedro, eu estava brincando. Por favor, não leve a sério._ Catarina começa a ficar aflita, não acho que ela acredite por muito tempo que eu realmente vou deixa-la aqui, mas se ela achar isso é uma garota problemática, a horas atrás eu disse que a amava. Como alguém que ama larga a outra pessoa no meio do nada? Seguro o riso e continuo com a minha cara séria, vamos ver se ela surta muito.

_ Desce agora, não quero você aqui dentro._ Uma versão da Cat cabisbaixa me deixa agoniado e sei que não consigo provoca-la mais.

_ Mas Pedro..._ Cat resmunga.

_ Desce logo, Catarina. Ou a gente vai perder o dia todo._ Começo a  gargalhar ao notar a cara que ela faz ao perceber que já chegamos no lugar desejado, seu alívio por eu não estar bravo de verdade é uma verdadeira cena cômica.

_ Babaca!_Catarina grita e bate a porta do carro ao sair.

_ Você mereceu. _ Digo em meio a gargalhadas.

_ Eu achei que ia me largar aqui._Ela rebate furiosa.

_ Eu não sou um mostro._ Ela da os ombros e isso me faz da um meio sorriso. _Agora se permite, quero te mostrar o lugar._ Vamos caminhando em direção aos chalés de madeira. É um lugar lindo, com um jardim enorme e cheio de flores distintas, a minha intenção sempre foi a distrair e como ela é do tipo romântica incurável, sei que o lugar ideal é um lugar bonito.

DestinadaOnde histórias criam vida. Descubra agora