- Onde vamos? Estou com medo de ter me arrumado demais. _ Digo timidamente. Ele me abraça passando os dedos pelo meu braço.
- Está ótima para ocasião, mas vai sentir frio.
- Eu estou bem, relaxa.
- Já está gelada e moto venta muito. _ Moto? Será que ainda da tempo de correr? Minha cara de susto é motivo de piada pra ele.
- Eu prometo que vou devagar, se quiser que eu aumente o ritmo é só falar. _ Enquanto ele diz isso observo o movimento da sua língua que me faz ficar curiosa sobre como seria...
- Para de pensar isso, estou falando da moto. _ Ele diz gargalhando e me entregando sua jaqueta.
Evito olhar pra ele já que estou vermelha como um pimentão.- Você vai morrer de frio, sem blusa.
- Tenho outra aqui. _ ele pega uma nova jaqueta preta.
Depois de uma certa ajuda pra subir na enorme moto, me agarro em sua cintura e fecho os olhos.- Pode ir? _ Ele pergunta com uma preocupação na voz.
- Claro.
- Não me solta por nada. _ Pode ter certeza que não vou, a moto arranca e leva meu coração junto, tenho que parar de ser tão medrosa.
Depois desse momento de tortura, desço da moto cambaleando e praguejando mentalmente alguns palavrões.
- Tudo bem?_ Concordo com a cabeça e ele sorrir e me puxa pelo braço me levando para entrada de uma boate.
O lugar era gigante e o som alto fazia o chão tremer, não sou muito fã disso mas estava disposta a ver onde isso ia dar. As luzes deixava o Thaigo ainda mais bonito e ele sorria e parecia louco para ir dançar.
- Isso aqui é só um esquenta para o lugar final que vamos. _ Ele grita pra mim e me arrasta até o balcão, onde uma mulher morena muito bonita por sinal, serve os drinks.
- Apenas uma dose, tanto eu quanto você. _ Ele diz e pede algo que não sei o que é, a mulher coloca dois copinhos na nossa frente e fala pra mim.
- Você é novinha, não vai querer virar isso. _ Ela diz e joga uma cereja dentro do meu copo.
- Eu aguento. _ Digo e viro o copinho, desceu rasgando foi pior do que da primeira vez que bebi. Depois a garota sorri para o Thaigo que faz o mesmo que eu.
- Boa dança. _ Ela diz e agora entendo. Meu corpo ganhou uma energia nova e queria colocar pra fora, dessa vez eu que puxo o Thaigo e o levo para a pista.
Tocava dangerous woman e meu corpo estava junto ao do Thaigo, dançavamos com uma sintonia que eu não tinha nem com minhas parceiras de ballet, a cada batida da música eu sentia o toque dele em alguma parte do meu corpo, pescoço, cintura e até mesmo na minha coxa entre minha pele e a barra da meia.
- Ta como sorte hoje em Jesus. _ uma loira diz cumprimentando o Thaigo.
- Oi Ciça. _ ela a abraça e segura meu pulso, como se tivesse medo que eu fosse embora.
- Quem é a gata?
- Catarina essa é Ciça uma amiga, e Ciça essa é a Catarina. _ Ele diz e vamos andando para um lugar mais silêncioso na boate, em outras palavras, perto do banheiro.
Consegui olhar essa amiga dele melhor, ela era bem bonita, tatuada e magra, tinha cabelos loiros tão claros quanto o meu.- Como ele conseguiu te trazer aqui? De duas uma, ele fica em casa ou sai com esquisitinhas mas hoje ele teve bom gosto. Me diz que podemos dividir Thaigo? _ Ela diz e meus olhos se arregalam. Ai caramba, como reagir a isso?
- Sai Ciça, vai caçar outro ou outra vai. _ eles se abraçam e ele olha pra mim, mas acho que disfarcei bem meu susto.
- Do jeito que falou no quarto, parecia ser o cara mas acho que não em.
- Vai do momento, com você posso ser o cara. _ Ele diz me levando até a saída da boate.
Olhei as horas e ainda eram 21:00.- O que foi?
- Eu te falei que aqui seria como esquenta, não é um lugar pra gente. Eu gosto de conversar com você. _ Meu sorriso é involuntário, mas minha curiosidade também, onde será que ele ai me levar?
- Está com fome? Aquela bebida me da uma puta fome.
- Pra ser sincera, to morrendo de fome também.
- Ah cara você é perfeita. _ ele diz e joga a cabeça pra trás de uma maneira muito fofa.
- Meninas são chatinhas quando você chama pra comer e fica fazendo charme, me diz que aguenta hamburguer e batata e ainda sobre espaço pra sobremessa._ Minha gargalhada preenche todo o lugar pois pessoas param pra me olhar.
- Eu posso tentar.
Conversamos por umas 2 horas, ficamos rindo, comendo e comentando sobre a vida dos outros na lanchonete tentando advinhar o que estavam pensando.
- Aquele ali que ta encarando, está se perguntando como eu tive chance de sair com você._ Ele aponta para um carinha atrás de mim.
- Dúvido.
- Vamos fazer o teste... Poxa mana, você é muito problemática além de bêbada me faz comprar isso tudo e não trouxe dinheiro. _ Ele grita e sai da mesa, indo a recepção e em seguida saindo da lanchonete. Que idiota, todos me olham agora, e em poucos segundos o garoto que estava me encarando senta na minha frente.
- Tudo bem com você garota?
- Eu não sei, você sabe como volto pra boate? Eu não sei como chegar até lá. _ Digo na minha melhor voz de bêbada e aponto para a boate do outro lado da rua.
- Não quer ir pra minha casa?_ O garoto diz e é levantado no mesmo instante, puxado pela camisa por Thaigo.
- Ela não é pra você, nem sóbria e nem bêbada. _ o garoto sai de cabeça baixa sem olhar pra mim de novo. Olho pro Thaigo e começo a rir, ele estava certo no fim das contas mas ainda era idiota, mas de um jeito convidativo para ver como é em todos momentos.
Saio cambaleando pelos cantos para o garoto não achar que mentimos.
- Você é uma ótima atriz.
- E você é um bocó, tadinho do garoto.
- Bocó? Isso era pra ser um xingamento? Mas fala sério, o cara tava tentando o impossível, você é linda e não só de rosto, acho que ninguém seria suficiente pra você.
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Destinada
Romance"Carta de número que não me lembro. Querida eu mesma, Tudo mudou novamente, mas já estou acostumada e nem me sinto tão perdida como antes. Aprendi que o amor muda as pessoas e a dor muda a concepção do amor... Com amor, Catarina Sanches." PLÁGIO É C...