Capítulo 9 - A Dor

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~OLÁ! Estamos aqui de novo nessa sexta-feira linda de minha deusa. Este capítulo recebeu meu sangue. Sim. É sempre visceral escrever cenas ruins e traumáticas com seus personagens e nenhum personagem meu sai impune de um passado sangrento. "Mas Nana, ter sido queimada aos oito anos de idade não é o bastante?" Quem já leu outras histórias minhas, sabe que não. Não é nem perto de ser o bastante.

Peço desculpas pela hora tardia, essa semana foi louca e foi uma sexta-feira muito louca também. (BA DUM TSS!)

Se vocês quiserem, colocarei na página inicial da história o link para o meu painel inspiracional para Queimada. Arruinada não tem um, por que não pensei ser necessário, mas Queimada foi minha primeira incursão aos selvagens ano 20 e ás doenças e tratamentos mentais antigos.

Na mídia, temos uma imagem que achei que resumia bem a cena final deste capítulo (não adianta pular! Leia tudo!) e a música que não saiu do repeat enquanto escrevia! Beijos e boa leitura! o/ ~


Naquela noite, tomei meus remédios como devia ter feito desde o começo, determinada a cooperar, embora as palavras de Bram ainda ecoassem em minha mente. Por que meu pai me trancou aqui?

Fui a sessão de terapia com Lyzander depois do jantar e lhe passei a lista de livros que queria que Kassian trouxesse. Dormi quase instantaneamente depois de tomar banho e mudar de camisola. Sonhei que sentia dor, muita dor, mas se eu ficasse quieta, ganharia uma recompensa. Acordei ofegante, sem conseguir respirar muito bem e encharcada de suor.

Depois de tomar banho, segui para o café da manhã e tomei meu remédio. Quando estava na metade de meu mingau nojento, avistei minha mãe. Parecia mais sã do que quando a vi apena um par de dias antes. Ela acenou para mim, mas desviei o olhar, o mingau formando um bolo nojento em minha garganta que eu parecia incapaz de engolir.

Bebi meu suco colorido e sai para minha reunião de grupo. O dia estava ainda mais quente que o habitual, seria verão? Não sabia dizer. Comentei que Lyzander havia concordado em entrevistar minha empregada para averiguar minhas alegadas alucinações e o terapeuta me parabenizou por compartilhar algo embora parecesse entediado. Peguei um copo de plástico com chá quente da sala de terapia e sai pelos corredores soprando o líquido quente enquanto rumava para o pátio.

Sentei em uma mesa de piquenique enquanto observava as pessoas perambularem. Joguei xadrez com Pete a manhã toda depois disso, estava entediada, sentia falta de meus livros e de beber vinho enquanto lia, de Mara servindo chá.

Pete percebeu meu estado de espirito e tentou me distrair com histórias, mas de nada adiantava.

-Que há com você, hoje? Geralmente é tão mais viva.

-Deve ser meu remédio. –Comentei e dei de ombros. –Não me sinto disposta, acho que quero voltar ao meu quarto.

-Achei que estava esperando visitas hoje.

-Ele não vem. –Falei indo embora pelos corredores.

Perambulei sem olhar por onde ia, alguns paciente balbuciavam coisas sem sentido enquanto estavam encostados pelas paredes. O caminho para meu quarto nunca pareceu tão longo e eu estava tão sonolenta, que mal prestava atenção aonde ia. Acabei caindo enquanto abria a porta que achava ser a minha, desabando sobre um carpete fofo.

-Jesus Cristo! –Era a voz de Lyzander.

-O que está acontecendo? –Balbuciei.

-Enfermeiro, me ajude aqui. –Enfermeiro? Me senti sair do chão carregada por quatro braços. –Não achei que faria efeito tão rápido.

Queimada ( #2 Duologia Arruinada)Onde histórias criam vida. Descubra agora