Capítulo 2. Um livro e um vinho

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~Bom dia, boa tarde, boa noite, gente bonita! E aí? Então, como deve ter dado para notar a história se move de forma diferente comparada a Arruinada, mas nada temas, as postagens ainda serão a cada três dias. Na mídia, a camisola bafônica da Cássia.

P.S.: O nome dela é pronunciado em inglês, então é algo tipo "Késhia":P~


Depois de tomar banho e prender meu cabelo com os grampos e rolinhos, vesti minha camisola marrom de manga comprida e larga, com gola canoa e saia até os joelhos. Deixei o colar que usava, um colar simples de miçangas coloridas e sentei na espreguiçadeira de meu quarto, uma peça clássica de cor dourada com estofamento em marfim, uma almofada rolinho e outra quadrada. Peguei o livro que estava lendo, era um mistério de uma autora britânica relativamente nova, Agatha, qualquer coisa e me pus a ler com uma garrafa de vinho como companhia.

Estava interessante, o livro. Papai e Kassian vieram me desejar boa noite horas antes, mas eu não conseguia soltar o livro. "O Assassinato de Roger Ackroyd". Já passava de uma da manhã quando ouvi o barulho vindo da sacada do meu quarto. Sou uma garota sulista, então sei muito bem o que fazer em caso de invasão. Armei-me com a arma mais próxima.

Segurei a garrafa de vinho com força e caminhei em silêncio até a porta, no exato momento em que alguém entrava. Um homem. Congelei. Homens só entravam em quartos de mulheres para uma coisa apenas, mas com esta aparência, eu nunca cheguei a temer de verdade estupradores. Exceto Bram, quem iria querer algo comigo? Minha família não tem muito dinheiro, eu sou deformada. Ninguém tentaria nada comigo.

Ergui a garrafa acima de minha cabeça para golpeá-lo, ele era pelo menos uma cabeça mais alta que eu, quando ele se virou e me viu, chocado, ele recuou de volta para a porta da sacada e então ergueu os braços.

-Por favor, não me machuque, eu só preciso me esconder! –Ele era um homem muito bonito, devo dizer, um belo espécime de macho. Seus olhos verdes arregalados e as pupilas dilatadas, sua pele bronzeada estava suada e encharcada, fazendo seu cabelo castanho grudar em sua testa e pescoço. Ele estava com medo.

-Esconder de que? –Perguntei, a voz trêmula, assustada.

-Alguns... Bem, uns caras perigosos estão atrás de mim, só preciso me esconder aqui até que eles desistam de me procurar.

-Procure outro lugar, rapaz, este é o meu quarto.

-Eu sei, eu sei, desculpe, por favor, não conte a ninguém, fico na sacada se quiser, mas olhe. –Ele disse e ergueu um lado de seu casaco, mostrando um ferimento sangrento. –Preciso cuidar disso.

-Cristo! –Exclamei abaixando a garrafa e deixando no chão ao lado da espreguiçadeira em seguida voltando até ele e o empurrando pelo quarto até que ele sentasse. –Como isso aconteceu?

-Um tipo de faca, não sei bem. –Ele disse.

-Tire o casaco e a camisa, vou dar um jeito nisso. –Falei.

Precaução acima de tudo, eu não estava completamente indefesa, havia um rifle atrás de minha penteadeira e estava carregado.

Peguei meu quite de costura na penteadeira, vela e fósforos na gaveta da cômoda e voltei a espreguiçadeira onde ele se despia com todo o cuidado. De fato, ele era um belo espécime, seu peito e barriga eram bem definidos, mas não exagerados, o sangue cobria a lateral direita de seu tronco e o suor fazia sua pele brilhar. De repente, percebi que desejava tocá-lo, mas bani o pensamento rapidamente, lembrando-me de Bram. Sentei ao lado dele esperando, enquanto acendia a vela e queimava a ponta da agulha, depois lembrei que a ferida precisava ser limpa antes de costurar, então lhe entreguei a garrafa de vinho.

Queimada ( #2 Duologia Arruinada)Onde histórias criam vida. Descubra agora