Capítulo 8 - Mara

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~Olá cidadãos de Arruinada City (tah, parei :P ) como vão? Estamos aqui reunidos mais uma vez para celebrar (agora parei de verdade ><' ) Na mídia de hoje, essa música linda que não saiu do repeat enquanto eu escrevia :v Espero que gostem do capítulo e até sexta que vem! o/ ~

Fui acordada cedo de manhã por uma enfermeira, tomei banho e escovei os dentes com a escova que estava no banheiro, embalada ainda. Tomei banho e me enfiei de volta na camisola e nas pantufas, deixei meu cabelo cair por cima de meu rosto, sem que eu o estilizasse, ele caía ondulado até meus ombros, mas ainda poderia cobrir minha cicatriz com ele e isso teria de bastar. Sai do meu quarto e segui até o refeitório, sozinha para comer o café da manhã, um mingau nojento, suco amarelo e uma porção de ovos com bacon para comer com uma colher de plástico.

Ao fim da fila, duas enfermeiras nos esperavam com uma bandeja de copinhos com comprimidos dentro. Engoli em seco. Percebi que elas esperavam os pacientes abrirem suas bocas e provar que tinham mesmo tomado sua dose de remédios para deixa-los seguir em frente. Respirei fundo, tinha planejado isso a noite toda. Quando entregaram meu copinho de remédios e um copo com água, engoli os dois comprimidos, um cor-de-rosa e outro amarelado, e bebi a água, normalmente, escondendo os comprimidos entre as bochechas e os dentes. A enfermeira olhou minha boca e me deixou passar.

Quando sentei a mesa, sozinha, cuspi os comprimidos na mão e os pus no chão, cobrindo com minhas pantufas. Comi quietamente, não vi minha mãe em nenhum lugar, perto de oito da manhã, uma enfermeira veio me buscar e me levou ate uma sala onde uma roda com dez cadeiras estavam dispostas num círculo e mais da metade delas ocupadas com pacientes Sentei em uma delas e esperei.

Todos falaram sobre seu dia ontem e como tinha sido a noite, mas resumi meu discurso a "não é o pior lugar do mundo" e o terapeuta teria que lidar com isso pois eu não disse mais nada. Depois disso, tivemos permissão para ficar nos jardins, para o horário de visitas e foi quando recebi uma visita inusitada.

-Pete? –Perguntei para ter certeza que alguém além de mim o via, parecia que sim.

-É enfermeiro McCabe, senhorita Balmer. –Sorri.

-Há quanto tempo trabalha aqui?

-Quase uma semana, hoje é meu quinto dia de serviço. –Sorri para ele.

-Que bom que as coisas estão dando certo para você. –Sorri e então lembrei que ele apenas ficara olhando enquanto eu era arrastada para cá. –Por isso não me ajudou ontem? –Envergonhado, ele sentou ao meu lado no banco sob o salgueiro.

-Por isso também. Acabei de conseguir esse trabalho, preciso do dinheiro, mas também fiquei chocado com a cena, não consegui entender a princípio e quando entendi, era tarde de mais. –Acenei positivamente.

-Você viu Bram? –Ele apertou os lábios numa linha reta e aquilo era uma resposta mais do que suficiente para mim. Abaixei a cabeça.

Ficamos em silêncio por um tempo enquanto eu batia às portas do desespero, confusa e cansada. Será possível que eu realmente estava louca?

-Ouça, aqui não é o pior lugar do mundo e além do mais, podemos conversar a manhã toda se você quiser, como gente normal. Sem mais invadir seu quarto na calada da noite! –Ele disse e ri um pouco, fungando as lágrimas contidas.

-Tem realmente algo errado comigo, não é? –Perguntei e ele me abraçou enquanto eu chorava.

-Não tem nada de errado, você só tem um problema de visão. –Ri de sua piada sem noção. –Vamos, não chore, vão pensar que me aproveitei ou ofendi você, não quer que eu perca meu emprego, não é? –Funguei me separando dele. –Está fazendo tratamento? –Foi minha vez de apertar os lábios numa linha e desviar o olhar. –O que você fez?

Queimada ( #2 Duologia Arruinada)Onde histórias criam vida. Descubra agora