Capítulo 11 - O Limite

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~Olá pessoas! Desculpem a demora para a postagem de um capítulo mas essa semana foi uó e teve dia que eu acordava querendo apenas voltar a dormir! Felizmente, isso serviu de combustível para concluir Queimada e começar Abandonada.

Para quem não sabe, Arruinada, Queimada e Abandonada são parte da mesma serie e Abandonada deve começar a ser postada em abril. O prólogo já está disponível online e você pode dar uma olhada nele clicando na foto do meu perfil :3 

Deixem a música da mídia num loop infinito enquanto lêem. Boa leitura *---*~

Fez-se silêncio por algum tempo enquanto ele absorvia a notícia, acabou tendo que beber todo o licor que ainda havia em seu copo e se servir de um copo de vinho. Quando finalmente olhou de volta para mim, a pena em sua expressão me fez encolher na poltrona.

-Quem fez isso?

-Isso importa?

-Claro que importa! –Chocada com a intensidade do melhor amigo do meu irmão e meu médico, olhei para ele que se apressou em concluir. –Precisamos alertar a polícia.

-Isso já faz muito tempo. –Eu disse amarga. –Eu sequer lembrava até hoje. –Ele acenou.

-TEC tende a trazer memórias antigas à tona.

-TEC?

-Terapia Eletroconvulsiva, seu tratamento.

-Ah. –Suspirei. –Preferia ficar sem lembrar esse tipo de coisa. –Disse e bebi o restante de meu vinho pelo canudo.

Lyzander não tirava os olhos de mim, não que ele desviasse o olhar com frequência quando conversava comigo. Tirando as vezes em que sentia envergonhado com algum comentário meu ou quando se sentia culpado pelos efeitos de meu tratamento, ele sempre olhava em meus olhos como se buscasse algo.

Engraçado, pensando agora, estando aqui eu posso dizer o que quiser, não preciso me importar com moral ou etiqueta, afinal, estou louca. Não preciso sequer me importar com as horríveis cicatrizes que percorrem minha pele. Sem Bram, quem olharia para mim duas vezes?

Bebemos em silêncio por quase todo o restante de minha sessão e embora não fosse um silêncio desconfortável, eu me sentia extremamente desconfortável por sua falta de sensibilidade em não parar de me encarar como se eu fosse algo frágil que fosse quebrar quase ele respirasse muito profundamente.

-Lyzander, estou aborrecida. –Apontei.

-Com o que?

-Você.

-Eu? Por causa do seu tratamento?

-Se continuar financiando meu "vício". –Frisei as palavras com aspas aéreas. –Vou tentar ignorar o tratamento.

-Com o que então?

-Pare de olhar para mim com esse olhar de pena, isso faz anos. Não sinto nada. –Mentira, acusei mentalmente e suspirei. –Não muito de qualquer forma.

-Quem fez isso com você?

-Não importa, já disse, já faz mais de dez anos.

-Você era uma criança, um bebê. –Dei de ombros.

-E agora não sou mais. –Disse levantando e indo deitar no divã, de costas para ele. –Tocar nesse assunto não vai resolver nada.

-Ao menos diga quem foi, tomarei as devidas providências. –Suspirei derrotada, ele não desistiria até que eu dissesse toda a verdade.

-Meu pai.

Lyzander me acompanhou até o quarto, segundo ele, eu não parava de tremer. Perguntou-me vez após outra se eu realmente não sentia nenhum incômodo ou se não atrapalharia para dormir.

Queimada ( #2 Duologia Arruinada)Onde histórias criam vida. Descubra agora