Dezoito - Alice

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Jax era uma pessoa completamente diferente

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Jax era uma pessoa completamente diferente.

Quer dizer, ele ainda xingava, grunhia e rosnava de vez em quando – coisas da qual eu secretamente gostava, pra falar a verdade – mas, sempre que passava por mim dava um sorrisinho, um aceno de cabeça, uma apertadinha meu braço ou, quando queria me desconcertar, pousava um beijo em minha cabeça.

Eu estava ficando maluca.

Quer dizer, eu gostava de toda a atenção, é claro, mas existe um limite físico para o quanto alguém pode aguentar desse tipo de coisa sem, bem... você sabe. Jax já tinha me feito extrapolar o meu há tempos.

Nós estávamos na cozinha, sozinhos, limpando a louça quando eu decidi que ei, talvez aquela fosse a minha chance. Jax estava muito concentrado com seus pratos e copos, o que, para falar a verdade, era bastante adorável. Quer dizer, não parecia que ele queria assassinar ninguém nem coisa do tipo.

Então, como quem não quer nada e é completamente inocente, soprei um pedaço de espuma na direção dele, que foi parar em seus cabelos desgrenhados. Ele nem percebeu, então comecei a rir.

Jax se virou para mim, parecendo meio confuso.

– Não sabia que eu ficava tão engraçado quando lavava louça. – disse ele, com uma expressão meio difícil de decifrar. A espuminha balançou em seus cabelos, e eu comecei a rir mais.

Jax ergueu as sobrancelhas e, lentamente, levou a mão aos cabelos. Assim que ele tocou a espuma, tapei uma risada com as mãos e, no segundo seguinte, a espuma estava voando de volta em minha direção.

Comecei a fazer mais espuma para soprar nele, mas Jax estava ao lado do balde e começou a jogar água em mim. Queria muito dizer que foi um momento romântico, mas não foi. Eu fiquei encharcada, o chão da cozinha foi tomado por sabão enquanto nós dois ríamos como dois idiotas. Não queria nem pensar no que Sebastian ia dizer se nos visse daquele jeito. Provavelmente ia celebrar o casamento ali mesmo.

– Vem cá. – chamou Jax, parando de rir com certa dificuldade. – Parece que você se enfiou num monte de neve.

Eu me aproximei.

– Bom, na verdade você também não está tão limpinho assim.

Jax deu uma risadinha e esticou a mão para tocar meu rosto. Devagar, ele tirou uma pelota de espuma da minha bochecha e correu os dedos pela minha pele. Eu me aproximei mais dele e também toquei seu rosto, deixando que minha mão explorasse seus contornos.

Os fiapos de barba crescendo pinicavam meus dedos e eu podia sentir sua respiração ficando mais pesada. Subi meu olhar para o dele, querendo, precisando que ele me puxasse para mais perto. Mas Jax, idiota e indecifrável como era, não fez nada.

Então eu decidi que era hora de agir.

Em um impulso meio desajeitado, fiquei na ponta dos pés e, de uma vez, inclinei meu rosto na direção do dele. Por um segundo, talvez menos que isso, pude sentir seus lábios sobre os meus antes que Jax me afastasse com uma determinação que me machucou mais do que um tapa machucaria.

Coração de vidro [FINALIZADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora