Nove - Alice

528 77 15
                                    

– Desculpa meu irmão

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

– Desculpa meu irmão.

Era Sebastian. Outra vez. Eu tinha acabado de abrir os olhos, tentando recordar o que havia acontecido na noite anterior, e ele já estava falando. Esfregando os olhos, eu me sentei.

– Sebastian, acho que você disse isso umas quinze vezes ontem. Não consigo nem raciocinar agora.

– É que você não me respondeu. – ele se ajoelhou no colchão de palha e veio até mim, apoiando os braços em minha cama. Duas olheiras se destacavam em seu rosto, como se ele não tivesse dormido nada. – Por favor, eu preciso que você perdoe o Jax.

Minha cabeça ainda estava zunindo, mas consegui entender aquilo. O único problema é que eu não tinha a menor intenção de fazer o que Sebastian me pedia.

– Acho que o Jax já é bem grandinho e pode se responsabilizar pelos próprios atos – disse. – Não é você que decide se eu devo perdoá-lo ou não.

Ele pegou meu pulso e me olhou como se estivesse com algum tipo de dor mortal.

– Por favor, Alice. É muito importante – Sebastian engoliu em seco – Você pode ajudá-lo. Eu sei que pode.

Senti um arrepio percorrer minha pele, porque era exatamente o que Tobias tinha dito na noite anterior.

– Qual é o problema do seu irmão, afinal de contas? – perguntei. Seria tão mais fácil se ele simplesmente me contasse o que havia de errado com Jax de uma vez por todas. – Como eu vou saber se posso ajudar se eu nem sei o que ele tem?

Sebastian sorriu um pouquinho, fazendo seu rosto cansado se iluminar.

– Eu sei que você pode.

Não me convenci, obviamente. Simplesmente deitei na cama outra vez, o braço sobre meus olhos, aproveitando meus últimos momentos de descanso enquanto ainda podia.

– Sebastian? – chamei. – Por que o Jax ficou tão bravo quando toquei naquela rosa, afinal de contas? Eu achei... Realmente achei que ele fosse me atacar.

Sebastian ficou em silêncio por um tempo, mas eu ouvi o arfar pesado de sua respiração. Quando tirei o braço dos olhos e virei o rosto em sua direção, ele respirou fundo e coçou a cabeça.

– Aquela rosa tem uma espécie de valor sentimental muito grande para ele. É como se fosse... – ele coçou o queixo onde a barba começava apontar. – É como se fosse uma ligação que ele tem com o passado, sabe? O Jax... Ele não foi sempre assim.

– Uma fera insensível com o coração de gelo, você quer dizer?

Achei que ele fosse rir, mas seus olhos ficaram sérios.

– Meu irmão não foi sempre assim – Sebastian continuou, como se eu não o tivesse interrompido, embora ele estivesse mais distante de minha cama agora. – Aquela rosa... ele já foi capaz de amar uma vez.

Coração de vidro [FINALIZADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora