Coração de vidro [FINALIZADA]

Onze - Alice

Sebastian não fez nenhum comentário sobre a fonte, o que não me deixou tão tranquila quanto eu imaginava. Será que ele tinha reconhecido os olhos de Jax também? Ou será que eu só estava maluca por causa da minha mais nova obsessão mal educada? Não era possível mesmo que aquela fonte idiota tivesse me mostrado os olhos de Jax, era? Porque ele não estava no meu coração coisa nenhuma. Coisa nenhuma.

Algumas pessoas ainda me encaravam assustadas conforme andávamos pela alameda principal sob o sol forte, como se eu fosse um dragão em extinção ou algo assim. Será que eles tinham visto os olhos de Jax? E o que aquilo significava? Eles me olhavam com um misto de pena e expectativa, era quase como se compartilhassem um segredo, todos eles, mas ninguém quisesse me contar qual era.

E eu estava ficando realmente irritada.

– Sebastian. – disse com um sibilo, puxando a manga de sua blusa e trazendo-o para perto. – Me explique o que está acontecendo aqui. Agora.

Ele coçou a cabeça, o que não era nada bom. Eu já tinha percebido que sempre que estava desconfortável, ele coçava a cabeça.

– Como disse, eles só estão curiosos.

– E você espera – respondi – Você realmente espera que eu acredite nisso? Eles me olham como se soubesse de alguma coisa que eu não sei. E tivessem pena de mim por isso.

Sebastian se livrou da minha pegada e coçou a cabeça com as duas mãos, furiosamente. Definitivamente, havia alguma coisa errada, muito séria, com a família Trent.

– É melhor deixar isso para o Sebastian, Alice. Não quero me meter nos assuntos de vocês.

– Mas não tem nenhum assunto entre nós! – gritei, e ele se encolheu um pouco. – Meu Deus, Sebastian, vocês são completamente malucos. Não sei o que o Tobias tinha na cabeça quando disse que eu devia ficar aqui.

Aquilo parecer chamar sua atenção. Suas sobrancelhas se franziram, formando um vinco em sua testa.

– Você disse Tobias?

– É, eu disse. – respondi de mau humor. – Algum problema?

Ele voltou a encarar a alameda.

– Não, é só que é um nome familiar.

Não, é só que é um nome familiar, o imitei com uma voz de deboche, cruzando os braços, brava. Sebastian olhou para mim com um sorriso esboçado no rosto, como se eu fosse uma criança birrenta engraçadinha.

– O que foi? – grunhi.

– Nada. É que se você não der um jeito no Jax, não sei mais quem vai ser capaz.

Cerrei os dentes e o empurrei para longe de mim, o que só o fez rir mais ainda.

– Você não muito delicada para uma princesa – Sebastian disse, brincalhão, mas eu já estava completamente irritada.