Livro 5: Contra-ataque

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Depois do tiroteio, a noite se acalmou. Os moradores chamaram a polícia e a feira estava tomada de oficiais em busca dos atiradores. Relatos dos comerciantes e consumidores ajudariam a localizar quem fizera aquela algazarra.
- Ele aparentava ter cinquenta e cinco anos, barba rente ao rosto, cabelo curto grisalho, olhos e pele clara. - Dizia o vendedor, que tivera seu carro roubado, para o policial. - O corpo era atlético, a camisa azul claro com gola polo, calça jeans preto e All Star da mesma cor. Talvez tivesse um metro e oitenta. Estava armado com uma pistola e um fuzil nas costas, eu acho.
- Ele estava acompanhado? - Perguntou o policial enquanto anotava as informações.
- Sim. Havia uma mulher com ele e uma criança, uma menina.
- Descreva a mulher.
- Ela estava usando Hijab verde claro e camisa branca com uma borboleta perto da cintura. Foi tudo o que eu consegui ver.
- E a criança, como estava vestida?
- A única coisa que deu para ver foi o Hijab azul claro.
- Tudo bem, obrigado Sr. Muta' Seif. Quando tivermos mais informações sobre seu veículo entraremos em contato.

A alguns quilômetros Mac e Samirah estavam arquitetando o plano de ataque:
- Ashley, o que nós temos sobre Al Gharban?
- Não muito, eu rastreei um dos veículos que estava perseguindo vocês. Eles foram para um galpão abandonado a doze quilômetros a sul de sua posição.

As telas do computador brilhavam a sua frente. Várias informações eram passadas a ela. Sua garrafa de água estava na metade, seus biscoitas já haviam acabado a meia hora. Metade da base já havia ido dormir, restava apenas ela e mais alguns operadores. Além é claro do pessoal da limpeza e da segurança noturna. A temperatura era controlada eletronicamente, e estava fazendo agradáveis vinte graus. Diferente da parte externa da base, onde os termômetros indicavam dez graus. Ao lado de um dos monitores a foto de Carl, seu namorado. Ele estava em campo havia 10 dias, mas sempre que podia, conversa com ela via Skype. Ela o amava muito, e ficou observando sua foto por um estante. Nela, ele estava sorrindo com enquanto fazia um sinal de 'V' com os dedos para a Câmera. Sua pele marrom e seus olhos castanhos fazia a combinação perfeita, no ponto de vista de Ashley.
- Como faço para chegar lá? - Perguntou Mac, tirando-a do transe.
- Ir pelos bairros é mais seguro do que pelas rodovias. vou lhe enviar o destino pelo GPS do PDA.
- Tente saber mais sobre o galpão, Ashley. Eu e Samirah estamos indo para lá agora.
- Você tem certeza que quer leva-la Mac. Não sei se é uma boa ideia. - Ashley tinha suas dúvidas em relação a jovem egípcia. Nunca confiava em quem tentava ajudar muito. " quando a esmola e demais, o santo desconfia." dizia sempre seu pai.
- Ela tem habilidades. E além do disso, preciso de uma equipe.
- Tudo bem. Você é quem sabe.

Enquanto isso, Samirah pensava calada no banco do carro, parado num beco escuro de um bairro silencioso. Já havia passado uma hora desde a morte de Amidala. Sua mente conseguia agora, associar todas as informações que recebera desde então. Ela não ouviu o que a tal 'Ashley' falava com Mac, mas entendia sobre o que eles estavam conversando quando ele falava. Talvez ter um comunicador para que também escutasse as informações poderia ser uma boa ideia. E ela sabia exatamente onde conseguir um. Mac observou o seu PDA e depois repassou os dados. Samirah tinha uma noção de onde ficava o tal galpão.
- Era usado como base de um grupo terrorista menor que acabou a alguns anos. Pensei que tivessem destruído o local.
- Aparentemente não. Lá talvez encontramos alguém disposto a nos ajudar.
-Vamos para num lugar primeiro.

Mac conduziu o veículo roubado por mais meia hora dentro da cidade. Ele havia tampado a placa para não ser identificado pelos radares e câmeras de segurança. Samirah pediu para que ele parasse em frente de uma loja de aparatos eletrônicos numa rua movimentada. O fluxo de carros ainda era intenso, mesmo para aquela hora da noite. Ela entrou, sozinha, e depois de quase vinte minutos voltou com uma sacola cheia de coisas.
- Podemos ir agora. - Respondeu ela.
A garota havia comprado um comunicador para poder falar com Mac e com Ashley enquanto estivessem no campo de batalha. Comprou também dois rastreadores do tamanho de um botão com uma superfície colante, um cabo USB e um binoculo.
- Como conseguiu tudo isso? - Indagou Mac.
- Digamos que eu conheço um cara com habilidades especiais e que por coincidência me devia um favor.

O Ataque do CorvoOnde histórias criam vida. Descubra agora