Livro 9: Culpa

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Já estava próximo do meio dia, e o Drive-in começava a se tornar movimentado. Diversas pessoas estavam estacionando seus veículos para poder almoçar confortavelmente em seus carros. No Nissan Pahfinder ano 2014 em que Mac, Samirah e Abdul estavam o clima era pesado. O jovem terrorista conseguiu total atenção do soldado Omega e de sua companheira, mas logo ele percebeu que isso não era exatamente uma coisa boa. A polícia logo estaria ali, ele só precisava enrolar os dois por tempo suficiente para todos serem presos.

Ainda em Assuão, a polícia examinava a câmera de segurança no local das explosões, a fim de conseguir as imagens da companheira de Jonatan. Assim como pediu, o Capitão teve as imagens gravadas em um CD posto em sua mesa, logo depois de interrogar e liberar os motoristas que estavam na delegacia. Eles ainda eram suspeitos, mas talvez a ele pudesse usa-los como bode expiatórios, além disso, tinha outras prioridades. As imagens mostravam o momento em que o furgão chegava ao local, onde dois SUV's pretos esperavam. Em seguida um dos rapazes entrava no furgão, e era alvejado em seguida, Mac e sua companheira saiam do furgão e começavam o massacre. O Capitão ao ver aquelas cenas, não ficou triste, pois todos que morreram não eram boas pessoas, mas ainda assim, ficou indignado. A matança durou alguns minutos até a explosão do primeiro veículo, o capitão pausou o vídeo e analisou a arma que Mac usará para tal destruição. De alguma forma, dentro do furgão tinha um Javelin pronto para o ataque. "Mais um motivo para interroga-lo" pensou Capitão. Seguindo com as imagens, ele percebeu que um sobrevivente estava escondido atrás do SUV restante, e como por automático, anotou a placa quando ergueu a cabeça para o monitor, Samirah olhava para o horizonte. Pausou novamente. "Ai esta você" pensou ", mas, eu conheço você?" aquele jovial rosto lhe era familiar mas a imagem preto e branco de baixa resolução impedia ele de reconhecer a mulher. Pegou o telefone e chamou um investigador para sua sala.
- Quero que você descubra quem é essa mulher, emita um mandado de prisão para ela. Descubra também onde está esse veículo.

Ainda no Drive-in, Mac se preparava para sair do local, pois o movimento aumentara de mais. Eles seguiram de carro até bem próximo ao templo de Kom Ombo, que por ser afastado, teriam mais privacidade, mesmo com os turistas indo e vindo toda hora.
- Tudo bem, Abdul - Disse Samirah - Você disse que sabia onde ela estava. Diga-me agora, e eu liberto você.
- Como vou saber se diz a verdade?
- Você não vai, mas não acho que tenha muita escolha.
- Não vou dizer nada até que seja provado que sairei com segurança daqui. - Um onda de coragem traspassou por Awad, em algum lugar da sua mente, acreditou que estivesse com o controle da situação, mas esqueceu, ou quis esquecer, que estava em desvantagem numérica. Samirah estava pronta para falar com ele, quando Mac saiu do carro, abriu a porta traseira e arrastou o terrorista para fora. Com a arma em punho, bate na cabeça do rapaz, causando-lhe um corte profundo. A paciência dele estava esgotada, e a única pessoa para descontar a raiva, era o terrorista. Ainda com a arma, acertou-lhe uma coronhada na boca, tirando dois dentes de lá. Sua parceira observou de longe, sem interferir, mas estava preocupada com a atitude do companheiro de batalha.
- Escuta aqui, seu verme insolente! - Esbravejou. - Você não está em posição de dar ordens nenhuma entendeu? VOCÊ ME ENTENDEU? - E esperou o aceno de cabeça como resposta - Bom! Então agora me diga onde está Gabrielle Daviau ou eu vou fazê-lo se arrepender de ter nascido!
- Tudo bem, tudo bem! - Balbuciou o rapaz - Eu digo.
- AGORA!
- 21º 37' N 16º 28' O - Respondeu rapidamente.
- Números não me interessam seu verme! - E segundos anos te puxar o gatilho Samirah salvou a vida do pobre rapaz amedrontado.
- Hei! - Mac se segurou. - Qual é o seu problema? Não são simplesmente números seu velho, são coordenadas. - Por algum motivo o soldado Ômega estava envergonhado, pois não percebeu as informações que recebeu, sua raiva o havia cegado
- Bir Gandus - Disse Ashley pelo comunicador para os dois. - Marrocos.
- Parece que você conseguiu sua carta de alforria. - Disse para Abdul. O rapaz se levanto e preparou-se para correr. No momento em que virou as costas, Mac acertou-lhe um tiro. Exatamente no ponto onde Amidala havia sido atingida, e antes de morrer, ele chegou ao ouvido do terrorista caído e disse:
- Isso foi por Amidala, talvez você não a conheça, mas ela morreu por sua causa. – E ficou ali, respirando fundo enquanto a vida do homem se esvaecia e so foi embora quando ele morreu. Nos olhos de Samirah, raiva atacava silenciosamente as costas de Mac. Quando ele passou por ela, nem ao menos dirigiu-lhe o olhar, seu pensamento estava longe para prestar atenção em detalhes. Ele abriu a porta do carro, e hesitou em entrar. Por algum motivo ele não confiava em seus instintos.
- É melhor você dirigir. - Disse ele para Samirah. Deu a volta no carro e entrou no banco do carona, sempre de cabeça baixa. Será que ele estava certo? Os meios justificavam o fim? Valeria a pena matar tantas pessoas, para achar só uma? As perguntas estavam o consumindo por dentro quando sua companheira deu partida no carro.


- Como vamos chegar até Marrocos, Ashley? - Perguntou ela.
- Vocês terão que ir até Luxor, a três horas da sua localização e lá terá um helicóptero que o levará para o Marrocos.
- Ashley preciso que você se desconecte dos servidores da sua organização. Fico conosco somente pelo comunicador. - Mac estranhou esse pedido. Olhou para sua companheira com suspeitas.
- Por que eu faria isso?
- Por que você é a única pessoa aí que eu posso confiar. E digamos que Mac já teve experiências ruins com helicópteros. Preciso da sua ajuda off-the-Records.
- Ela tem razão. – Completou MacMiller olhando para frente. – Você conectada a U.A.C.T. não é seguro nem para nós, nem para você.
- Tudo bem, em alguns minutos eu volto. - Era esse o momento que Samirah deveria conversar com seu companheiro

- Que droga foi aquilo lá trás em velhote? atirar em um homem pelas costas? Você o deu a alforria apenas para poder mata-lo? E isso? - Toda a indignação da ruiva foi jogada para cima de Mac. Sua vergonha aumentou a ponto de seu rosto corar.
- Ele estava lá. - Respondeu timidamente. - O disparo que acertou Amidala. Foi ele quem deu.
- Como sabe?
- Jaqueta.
- E atirar nas costas dele faz você se sentir melhor? - A pergunta não precisava de resposta, pois estava na cara que não. A acusação saindo da boca de sua jovem companheira o fez sentir pior do que estava. - Matar quem atirou nela não vai vinga-la. Isso apenas te torna igual a eles. Um animal armado atirando em qualquer.
- Desculpe. – Seus olhos encheram-se e uma lagrima escorreu pelo rosto de Mac. Ela estava certa, os meios não justificavam o fim. Matar todos que se movem não era o certo a fazer.
- Estou de volta. Mas por favor, seja rápida. - Disse Ashley.
- Precisamos de um helicóptero, que seja discreto. Aposto que quando chegarmos a Luxor nosso transporte vai estar em chamas, então arrume-nos outro, um que ninguém saiba que você nos disponibilizou.
- Esse é um pedido que pode me colocar em maus lençóis, garota. Posso ser dispensada com desonra se o que você propõe estiver errado.
- E se ela estiver certa, Ashley, uma guerra será evitada. Milhões de pessoas serão salvas. Faça isso por mim, e prometo que será recompensada por isso. - Interviu Mac.
- Você tem sorte que eu o admiro, MacMiller. Pois estou colocando meu pescoço em risco.
- E salvando milhares Ashley. Tenha certeza disso. - Samirah o olhou num agradecimento silencioso. Ela estava certa, e era hora de pegar o responsável por toda aquela bagunça. Ele pagará pelo que fez com Amidala.

Ainda na delegacia, o Capitão esperava pacientemente o reconhecimento do rosto da jovem companheira de Jonatan. O investigar chegou trazendo o resultado da pesquisa. "Samirah Lyli Macleod, Nascida no Egito. trinta anos. Filha de pai escocês com mãe egípcia. Serviu no PPK por 10 anos até ser capturada. Vive como civil desde em tão." Não era muita coisa, mas era o suficiente. No computador, seu rosto aparecia. Um mandado de prisão foi emitido, e a televisão e os rádios deveriam informar a população sobre os dois 'Ladrões' e agora 'assassinos' também. Cada vez mais, o cerco no pescoço de Jonatan estava se fechando e o Capitão ficava satisfeito com isso. Em pouco tempo eles seriam avistados por algum policial à paisana e seriam presos e julgados pelos seus crimes.
- Quero o retrato deles nos jornais. Todo policial, deverá dar ordem de prisão imediatamente assim que os vir. Uso de força não letal está autorizado. - Ordenou o Capitão. - Quero eles vivos!

O Ataque do CorvoOnde histórias criam vida. Descubra agora