Livro 8: Busca

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A polícia tinha informações de um homem comprando numa loja de roupas em Assuão. As informações da câmera de segurança e do relato do vendedor batem com o retrato falado feito na feira na noite anterior. Ele havia trocado de roupa, usando agora um uniforme militar camuflado, muito fácil de se identificar, principalmente num centro urbano. Segundo o vendedor o homem comprou usando cartão de credito internacional. "Ótimo" pensou o capitão " Finalmente uma falha". A máquina que ele usou para passar o cartão foi levada sob custodia para ser analisada e depois de algumas horas, a polícia conseguiu informações cruciais para a captura do ladrão.
" Jonatan P. MacMiller, cinquenta anos, casado, canadense. Pai de uma filha. Serviu ao exército canadense por oito anos onde conheceu Jason Carter que o indicou para trabalhar na CIA. Atualmente dispensado de seus serviços na CIA vive com a mulher e a filha no Brasil." dizia o resumo das informações conquistas pelos investigadores. O Capitão estava extremamente satisfeito com o que tinha, mas não era o suficiente. " O que um canadense, agente da CIA aposentado está fazendo em Assuão?" Perguntava-se. " E quem é a mulher que o acompanha? Teria ela ligação com a garota morta na feira?"

- Emita um mandado de prisão para esse tal Jonatan. Divulgue o rosto dele para a população. Quero esse homem sobe minha custodia. - Ordenou. - Me atualizem sobre qualquer notícia que tiverem a respeito dele.
- Sim senhor. - Respondeu prontamente o policial.
Analisando mais o número do cartão obtido pelo laboratório descobriu-se que MacMiller estivera em Kom Omb, onde encheu o tanque de um gol geração 3 azul com placa de Assuão. As informações da câmera de segurança do posto de gasolina batiam com as do carro roubado na feira. " o cerco está fechando Jonatan" pensou o Capitão vitoriosamente.

Em Kom Omb Mac ainda estava no 'furgão de queijo'.
- Ashley escaneie esses equipamentos para mim agora. - Ordenou - Quero saber a origem dele o mais rápido possível. Enquanto isso um dos motoristas disse algo para Samirah que depois repassou para Mac.
- Eles têm que entregar a carga em vinte minutos no viaduto. O contrato exige que isso seja feito.
- Entre o furgão. Vamos deixá-los entregar o 'queijo.' - Com isso, os motoristas foram para a frente do veículo e continuaram com o trajeto e a egípcia se enfiou no compartimento falso junto com o soldado Omega. Ashley usou o PDA de Mac para escanear as armas e munição. Com algum tempo ela teria todas as informações. A viagem seguiu tranquila, mas a jovem egípcia estava preocupada, para não falar com medo.
- Quando chegarmos lá, haverá muitos inimigos para receber a carga. Como vamos encarar tanto de uma vez, numa posição tão ruim? - Questionou ela.
- Isso aqui - Pegou a arma de uma das caixas para mostra-la. - é uma modificação da clássica Cold M4A1. Ela tem mais precisão e cadencia, e menos recuo. Naquelas caixas tem munição de três tipos: Incendiara, com ponta oca, e explosiva. Na caixa atrás de você tem granadas para o lançador acoplado nessa menina aqui. Aquilo - Apontou para trás de si - é um míssil teleguiado, modificação do Javelin. Causa um dano absurdo em carros, aviões, helicópteros e até tanques. Com precisão melhorada, aquele brinquedo nunca era o alvo. Temos armamento suficiente para matar três quarteirões inteiros de Nova York. - Samirah estava impressionada com tanto poder de fogo concentrado. Com certeza ela gostaria de ter alguns desses equipamentos em seu inventario pessoal.

O Furgão chegou ao local de entrega e Mac fechou a falsa porta de queijo. Esperou junto com a sua jovem companheira o momento certo. Era possível ouvir as pessoas fora do veículo conversando entre si. Uma porta foi aberta. O código foi digitado. A porta foi aberta. Nesse momento o jovem terrorista, com não mais do que vinte anos viu duas pessoas apontando-lhe fuzis, sem nem ao menos ter tempo para qualquer reação, foi cravejado de balas. Os dois passaram por ele e continuaram com a matança. Um a um, seus companheiros foram caindo, muitos deles nem ao menos conseguiram sacar suas armas, ou se proteger. Quando os integrantes do último veículo dos dois que vieram resolveram fugir, Mac sacou o Lança mísseis, olhou pela pequena tela verde e esperou o sinal sonoro. Um projetil com o comprimento de 90 centímetros foi disparado da arma. Seguiu para frente durante dois segundos a uma velocidade de quase 200 quilômetros por hora e subiu a mais de meio KM até acertar o veículo em movimento, antes de voltar para viaduto de onde viera. A explosão e tiroteio gerou muito tumulto na região. A polícia foi imediatamente acionada para averiguar a situação e prender os terroristas, mas antes que isso acontecesse, Mac viu que escondido covardemente atrás do veículo preto restante estava um terrorista, extremamente assustado. Quando viu o soldado apontando-lhe o fuzil, quase urinou nas calças, levantou as mãos e implorou por piedade. Era um gesto que o experiente Omega tinha visto, muitas e muitas vezes. Agarrou o rapaz pelo colarinho da jaqueta vermelho escuro que ele usava, colocou-o no banco de trás do veículo e mandou os motoristas irem em bora. Eles correram e deixaram o furgão para traz, sem pensar duas vezes. Enquanto Samirah entrava no carro, Mac pegou um explosivo plástico com detonador via controle remoto que pegou na casa de sua companheira e plantou numa das caixas de explosivos. Entrou no carro e saiu, quando estava a uma distância segura ativou o detonador, causando uma explosão estrondosa, que abalou as estruturas do viaduto e qualquer um que estivesse lá sentiria. Poeira e estilhaços se espalharam pelo o lugar, junto com labaredas de fogo.

A polícia chegou pouco depois de Mac fugir do local com seu novo refém. Eles tinham muito trabalho a fazer, doze corpos, e dois veículos destruídos, chamas em vários lugares e a estrutura do viaduto completamente abalada. O capitão chegou enquanto a brigada de incêndio tentava acabar com as chamas dos veículos. Ele sabia quem era o responsável pela matança, e tinha que pega-lo antes que mais gente perdessem a vida. Um policial apareceu com dois civis vestindo avental branco, extremamente sujo, eles estavam suados e vermelhos de tanto correr. Segundo os suspeitos foram pegos enquanto corriam em direção ao posto de gasolina mais próximo.
- O que vocês sabem sobre o que ocorreu aqui? - Disse o Capitão olhando intensamente para um deles, querem arrancar-lhe a verdade do fundo da alma. Isso assustou ainda mais os dois homens.
- Tudo. - Foi a resposta recebida. Exatamente a resposta que o Capitão queria.
- Leve-os para a delegacia, vou querer o depoimento completo dos dois. Eles só serão liberados quando eu voltar. - Disse para o mais próximo, e teve sua ordem acatada de imediato. - O que temos aqui? - Perguntou para um médico que analisava o corpo de um dos mortos.
- Ao que tudo indica, todos os corpos encontrados são de pessoas que tiveram passagem na polícia. Desde pequenos roubos até tráfico de armas. Esse pobre coitado aqui - Disse enquanto apontava para o corpo aos seus pés - Era Haafiz Akwal. Foi preso alguns anos atrás por traficar armas com a Síria. Foi solto a poucos meses.
- Então quer dizer que nosso homem resolveu sair de sua aposentadoria no Brasil e vir para Assuão fazer a limpa nos terroristas? Por que? - Questionou o Capitão, esperando que o médico milagrosamente tivesse alguma informação. Mas não era o caso, tudo o que o homem pode fazer era erguer os ombros e continuar com seu trabalho. Seu pensamento estava longe quando uma policial lhe tirou de seu transe:
- Capitão, olhe. - Disse ela, enquanto apontava para um poste com uma câmera de segurança. - Talvez conseguiremos mais respostas se olharmos aquela câmera.
- Faça isso imediatamente policial. Quero aquelas imagens na minha mesa em duas horas. - Ordenou o Capitão, indo em direção a viatura a fim de voltar para a delegacia, pois tinha alguns interrogatórios para fazer.

Num outro ponto remoto de Kom Omb Mac estacionara em um Drive-in qualquer. Sua mente estava fervilhando de perguntas, e se o terrorista prezasse por usa vida, era melhor ter as respostas. O rapaz, com talvez a idade dele, tinha olhos castanhos e pele escura. Cabelo liso cortado ao estilo surfista caia-lhe nos olhos toda vez que movimentava o rosto. Sua barba estava por fazer e seus lábios rosados tremiam. Ele era alto, mas estava encolhido no banco traseiro. Vestia calça preta assim com o tênis. Embaixo da jaqueta, uma camisa de um time qualquer, que Mac não conseguiu identificar.
- Eu tenho perguntas, e quero respostas. - Disse Mac.
- Te darei todas as informações que quiser. - Respondeu prontamente.
- Que bom, entende minha língua, isso facilita as negociações. Que tal começar com nomes?
- Meu nome é Abdul Awad.
- Bom, mas não era o seu que me interessa. Para quem você trabalha?
- Dominico Gallo. Você vai encontra-lo no prédio comercial no centro de Kom Ombo.
- Eu já conheci Dominico. Eu quero saber quem é o 'Chefe'
- Não sei. - E quando respondeu, recebeu uma coronhada com a arma de Samirah, que estava ao seu lado no banco de trás.
- Resposta errada. - Disse ela. - Vamos tentar de novo.
- EU NÃO SEI! - E novamente recebeu a coronhada, dessa vez mais forte, quebrando-lhe o nariz. Imediatamente a dor espalhou-se pelo corpo com uma onda de choque. O gosto de sangue impregnava sua boca.
- Eu quero o chefe. - Disse Mac calmamente, como se nada tivesse acontecido.
- Por favor, - Suplicou o rapaz chorando. - Eu não sei. Dom é quem conversa com ele. Nos só cumprimos as ordens. Só isso.
- Então você não me serve para nada. - Apontou-lhe a ponta da Glock para sua cabeça, puxou o cão da arma e perguntou: - Ultimas palavras.
- EU SEI ONDE ELA ESTÁ! - Finalmente uma resposta interessante. Mac abaixou a semi- automática, e voltou o cão para posição de trava. Talvez a vida do terrorista tivesse algum valor a final. Sua caçada estava finalmente dando algum resultado positivo.

O Ataque do CorvoOnde histórias criam vida. Descubra agora