Livro 6: Interrogatórios

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O sono já atacava Samirah. Passava das três da manha e ele nada havia dormido. Talvez não conseguisse dormir naquela noite.
- Você precisa dormir. Pode deixar que eu cuido de Iman. - Aconselhou Mac
- O que eu preciso e de respostas. - Seu humor mudara com o passar da noite. Ela não estava com a menor paciência para os conselhos de Mac. Eles tinham um homem para interrogar, isso não ela não deixaria passar. So então,talvez,  se entregasse aos braços de Morpheus. Depois de rodar algum tempo, eles encontram um banheiro publico que serviria perfeitamente para o interrogatório. Iman estava no chão quando acordou, assustado e nervoso ao ver aquele casal apontando-lhe armas. Imediatamente levantou as mãos e ajoelhou. Ele não entendia o que estava acontecendo, mas sabia que estava em perigo. Se ele ao menos conseguisse ligar o localizador no seu bolso, o reforço chegaria em poucos minutos.
- Quem são vocês? Por que eu estou aqui? - Perguntou o barbudo, e como resposta, Samirah acertou-lhe o nariz com a arma. Justamente o que ele queria. Caiu no chão e aproveitou o momento para tentar ligar o dispositivo no seu bolso traseiro. Mas quando levou a mão ao local, nada encontrou.
- Procurando por isso? - Mac estava com o localizador, que tinha o tamanho de um vidro de cola. Com apenas uma mão o soldado Ômega apertou o dispositivo amassando-o e depois jogou-o no chão. Pedaços do dispositivo espalharam pelo banheiro sujo. Samirah aproximou do interrogado, seus olhos cuspiam fogo e raiva. Iman sentiu mais medo da mulher, com rosto de criança do que do seu companheiro. Algo no seu interior dizia que eles não estavam ali para tomar um chá.
- Queremos informações - Disse Mac
- Ele quer informações, eu quero a sua cabeça. - Interrompeu Samirah. Mac nem deu atenção ao comentário e seguiu com o interrogatório.
- Podemos fazer isso do jeito fácil, ou do difícil. A escolha e sua.
- Não direi nada a vocês, porcos imundos. - Retrucou cuspindo sangue que escorria do nariz, provavelmente quebrado.
- Parece que ele que o jeito difícil. Samirah. Você sabe o que fazer. - Mac saiu do banheiro e esperou do lado de fora. Nunca foi um bom interrogador e alguém precisava vigiar o banheiro. Logo que saiu, ele ouviu gritos e mais gritos, de dor e angustia, que ele quase pode sentir a dor do homem barbudo. Mac precisava de alguns minutos para pensar. Seu coração estava longe, em casa. Ao lado da família. Como se lesse sua mente, o telefone vibra em seu bolso. Foi um pouco complicado encontra-lo usando a roupa camuflada que havia surrupiado do guarda de Iman. Apesar de mais larga, a roupa serviu-lhe bem. E vinha com alguns brindes, como duas granadas e um binoculo. Além de um coldre, a pistola do soldado e uma faca de combate.

Quando pegou o celular, na tela mostrava "1 nova mensagem", e quando a abriu, foi impossível conter as lagrimas. "oi papai, não sei se o momento ideal, mas gostaria de dizer que te amo. Estamos bem, mamãe faz lasanha hoje. Volta logo tá, estou com saudades.". Todo o mundo parou nesse instante. Ele tinha uma missão a cumprir. Uma família para proteger. Não deixaria que um grupo de terroristas idiotas estragar isso.
O tempo passou mais depressa do que Mac percebeu. De repente Samirah já estava do seu lado, observando-o. Sua camisa estava suja de sangue, assim como suas mãos. Ela segurava um dente na mão esquerda, que obviamente não pertencia a ela.
- Você estava chorando? - Perguntou Samirah, descrente.
- Não é só....- Tentou explicar Mac, enquanto enxugava as lagrimas que desciam. - Poeira. Caiu poeira nos meu olhos.
- Sei..! De qualquer forma. Temos um nome e uma localização. - Disse ela enquanto se livrava do dente de Iman. - Dominico Gallo.
- Bom trabalho.

A policia local estava atolada de trabalho. Dois roubos de carros, tiroteios, uma garota morta e nem um sinal dos suspeitos. O sol já estava nascendo quando receberam mais um chamado. Um homem alto e de barba foi encontrado morto em um banheiro público. "mais essa agora" pensou o capitão. Quando a policia chegou no local, Iman estava com vários cortes, sinais de espancamento e tortura. O banheiro estava uma bagunça, alguém fez a vesta com Iman por ali.
- Capitão. - Se apressou em dizer um policial. - O sujeito é Iman Al-Jáhani senhor.
- Iman? 'Ô' Iman? - O capitão da policia estava incrédulo.
- Sim senhor, alguém o torturou e matou.
- Alguma pista?
- Nada ainda.
- Capitão! - Alguém gritou. - Encontrei algo.
- O que é? - Perguntou ao policial abaixado.
- Um dente senhor.
- Ótimo, temos uma pista. Leve para o laboratório e procure impressões digitais. Me avise quando conseguir algo.

O Ataque do CorvoOnde histórias criam vida. Descubra agora