Livro 11: Fuga

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Na sala onde a cativa estava, o silencio reinava, o que era estranho pois Mike sempre a fazia gritar. Ele já estava com ela a mais de trinta minutos em completo silencio.
- Eu vou entrar para ver o que está acontecendo, me espere aqui. - Disse um dos guardas enquanto entrava. A primeira coisa que viu foi a garota amarada na cadeira, olhando para ele, com um leve sorriso no rosto. " Cadê...." antes de concluir seu pensamento a porta fechou e alguém lhe agarrou pelo pescoço, o fio gelado da faca passando de um lado ao outro de sua garganta o fez tremer, em seguida a dor tornou o mundo escurecido. Samirah gritou e o outro guarda entrou, mas foi surpreendido pelo corpo sem vida de seu companheiro sendo atirado contra o seu, quase fazendo-o cair. Ele conseguiu atirar, mas perdeu o equilíbrio, disparando contra a parede. Saindo das sombras uma mulher surgiu em seu campo de visão, com a faca em mãos. De repente a lamina em sua garganta o impedia de gritar, se mover, ou até mesmo pensar. A última coisa que viu foi o rosto da invasora e seus cabelos vermelhos. Mac ouviu o disparo, e soube que toda a base o ouviu também quando passos rítmicos foram ecoando pelas paredes de pedra e terra. "Hora de correr" Pensou ele. Apressou-se em chegar ao quarto e viu Gabrielle na cadeira e Samirah suja de sangue mais uma vez. Sem tempo para explicações os três saíram correndo dali, porem a filha do presidente estava muito machucada, ficando de pé graças ao apoio da ruiva. Em poucos estantes, já havia um batalhão atrás deles, disparando. O medo tomou conta dos três que correram como se não houvesse amanhã, e não haveria mesmo se demorassem de mais ali.
- Precisamos de uma rota de fuga Ashley, agora! - Suplicou Samirah.
- Vocês terão que chegar a cidade de Tan-Tan e de lá para Luxor. - Informou ela.
- E o helicóptero, por que ele não pega a gente aqui e damos o fora? - Questionou Mac
- Negativo. A ZP está muito quente. Eles podem abate-lo no ar. - Vocês terão que ir por terra
- Prepare o helicóptero, vamos chegar aí.
- Vocês têm Menos de trinta horas para sair da com vida, e ir para França. Boa sorte.

O complexo parecia um labirinto de salas e mais salas, corredores infindáveis e tiros cortando o ar. Mac passou por um corredor e tirou o pino da granada, colocando-a no teto em seguida e correu. Samirah estava a alguns metros quando ela detonou. A explosão foi intensa com as labaredas de fogo descendo e indo nas duas direções, enchendo o corredor de poeira. O ar começou a ficar escasso. A fumaça entrava nos pulmões daqueles que ali estavam, mas o plano deu certo. Com a explosão, uma barreira de escombros se pôs entre os hostis e os fugitivos, dando-lhe tempo suficiente para escapar. De repente, um inimigo surgiu de uma sala e acertou a cabeça do experiente soldado enquanto corria, fazendo cair com toda a força. Quando samirah virou-se o hostil apontava-lhe a Ak, Mas, Mac já estava preparado para defender as duas meninas e aplicou uma 'chave' nas pernas do rapaz, fazendo-o cair. O Som do tiro ecoou pelas paredes, o zunido tomou conta dos ouvidos dele. O hostil já se levantava quando recebeu a facada na cabeça caindo, para nunca mais levantar. Samirah, Gabrielle e Mac continuaram sua corrida em busca da saída, que estava a poucos metros. O soldado subiu primeiro para certificar que não haveria mais inimigos, depois subiu Gabrielle e por último Samirah. Mac estava na porta da quase quando se virou para ver as duas companheiras.
- Vamos! - Gritou ele. - Andem rápido. - Porem, desacatando a ordem, Samirah desabou no chão.

Mac empalideceu no mesmo instante, voltou para ajudá-la, esperando não ser tarde demais. Sua roupa suja de sangue atrapalhava para ver o ferimento, mas quando a levantou e olhou sua barriga ensanguentada teve certeza de que haviam a acertado. Ficou um segundo olhando o sangue brotar do buraco deixado pela bala de Ak, mas rapidamente colocou a garota nos braços e a levou para o SUV mais próximo. Colocou-a no banco de trás, junto com Gabrielle.
- Você tem a chave? - Perguntou ela em um francês embolado.
- Um amigo me deu. - Respondeu, dando partida e fazendo o pneu cantar antes de arrancar. Os tiros voltaram, os inimigos saíram do buraco e estavam atrás deles. A jovem egípcia estava se contorcendo pela dor, enquanto Gabrielle segurava o ferimento com as duas mãos, tentado ao máximo impedir o sangue de sair.
- Ashley rota de fuga, agora! - Esbravejou ele. - Samirah foi ferida, precisamos sair daqui agora.
- Vão pela interestadual. Não é a mais segura, mas é a mais rápida. O helicóptero já está esperando vocês. - Os tiros não davam trégua. Mac tremia muito ao volante, ele não poderia perder sua companheira. Ele não suportaria outra morte em suas mãos, não agora, tão próximo do fim. No banco de trás, Gabrielle rasgou um pedaço de sua camisa e improvisou uma faixa, para estancar o sangramento e pegou a USP. Abaixou o vidro e atirou contra os hostis, gritando xingamentos em francês.
- Como você fez isso? - Mac estava atônito com as habilidades da garota, que provavelmente nunca atirou com uma arma de fogo antes.
- Muito Call of Duty, eu acho - Respondeu ela, enquanto se preparava para outra rajada de tiros.

O Ataque do CorvoOnde histórias criam vida. Descubra agora