Alguns dias depois daquela manhã estavam todos na cozinha da casa dos pais de Mércia,era sábado e todos conversavam animados,contavam piadas,falavam de coisas do cotidiano, conversavam animadamente.
Mércia contava alguns micos que já havia pagado na capital e todos riam a valer .
_Bom dia!
Todos olharam surpresos para a porta e viram Juliana que torcia as mãos meio sem jeito,olhando fixamente para Mércia.
_Bom dia.- responderam todos,com exceção de Mércia.
_Olá,bom dia minha filha,se achegue aí,estamos ouvindo as gafes que Mércia cometeu em Goiânia. - falou Maria satisfeita em vê-la ali.
Mércia abaixou a cabeça e perdeu todo o entusiasmo com a chegada de Juliana,o ressentimento ainda falando alto.
_Aqui mesmo está bom,só...queria falar algo. - o nervosismo tomando conta dela.
_Bom,pode ficar à vontade,vou sair pra que você possa dizer o que veio fazer aqui. -falou Mércia já se encaminhando para a porta que ligava a cozinha à parte externa da casa.
Juliana segurou em seu braço e a impediu de sair.Mércia a olhou nos olhos sem entender sua atitude.
_Fica! -olhou dentro dos olhos de Mércia - Na verdade eu vim aqui te pedir desculpas. - olhou para todos e continuou - E também convidar você para ir pescar comigo.
Mércia engoliu em seco,pensou um pouco,olhou para sua família que esperava sua resposta , abriu um sorriso ,pois sabia bem o que isso significava,sua amiga estava voltando.Aquele era o código que estava tudo bem. Sempre que elas se desentendiam ou precisavam compartilhar algum segredo aquela era a deixa para elas ficarem à sós para conversar.
Todos sorriram satisfeitos e se entreolharam.
_Como nos velhos tempos? -indagou Mércia.
_Como nos velhos tempos! -respondeu Juliana com um sorriso aberto e cheio de promessas de paz.
Os olhos de ambas brilharam emocionados.
_Então vamos.Papai vou pegar os equipamentos de pesca no barracão.
_Pode pegar o que quiser filha,temos muita isca no minhocário e o restante do material você sabe onde fica. - o pai estava feliz .
_Vamos pescar nas veredas.Podemos pegar o Jeep?
_Filha acho melhor vocês pescarem na represa que fica na divisa da fazenda ,pois os peões andaram vendo sucuri nas veredas e eu temo pela segurança de vocês.
_Sucuri?
_E das grandes,estou fazendo uma cerca de proteção,ela ou elas,pois não sabemos quantas são,tem bastante alimento lá,só estamos nos precavendo,a lagoa fica longe de casas,só vou afastar o gado de lá,chamei o Ibama para ver se ela está segura lá e depois disso é só deixar ela livre na natureza que é o seu lugar,além do mais as nascentes que ficam ali estarão bem protegidas.
_Não gosto muito de pescar na represa da divisa,então vamos para a cachoeira mesmo,lá é pequeno,mas tem bastante peixe ,são pequenos,mas acredito que para nosso ideal será o suficiente. - olhou para Juliana.
_Com certeza. - concordou Juliana abrindo um sorriso.
Elas saíram e todos respiraram aliviados,enfim, parecia que tudo estava se ajeitando.
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Já na cachoeira ,elas estavam sentadas nas pedras observando pequenos peixes beliscarem a isca,ambas procurando coragem para iniciar o diálogo,até que de repente.
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Sob o Céu de Gyn
RomanceMércia Andrade e Rafaela Marcondes descobriram juntas que o amor não é só coisa do destino ou mero acaso da vida. Amor é construção, é reciprocidade. O amor é tão absoluto que não é possível nomeá-lo e colocá-lo dentro de um simples contexto ou parâ...
