(7) Foi tudo na biblioteca

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Acordo ainda sonolenta deitada no ombro do Alisson.

-Ei, Alisson! -cutuco ele depois de um tempo.

-Oi? -ele pergunta.

-Que horas são? -pergunto.

Ele então se mexe um pouco para pegar o celular que deveria estar em seu bolso.

-2:00 da manhã. -ele diz ainda lerdo pelo sono que havia pegado.

-Nossa, a gente dormiu pra caramba. -digo.

-Verdade. -ele confirma.

-Mas agora eu perdi o sono. -digo.

-Hum... -ele diz apenas.

-E eu não iria ficar aqui sem ninguém pra conversar. -digo.

-E do que você quer falar? -ele pergunta.

-Quero que você faça o joguinho da calculadora de novo. -peço.

-Sério isso? -ele pergunta com um sorriso irônico.

-Posso saber o por que da ironia? -pergunto.

-Acho que você quer outro beijo. -ele sorri.

-Idiota! Só quero ver o resultado que iria dar com o segundo nome junto. -digo.

Então ele pega a calculadora e faz a mesma coisa de antes porém com Maria João.

-Eu acho que nascemos um para o outro. -ele ri ao ver o resultado que foi um belo 0,2%.

-João sempre me dá azar. -digo.

-Ue, você queria que o resultado fosse maior? -ele pergunta ainda sorrindo.

-Ah, mas é claro que não. Só estou dizendo que me dá azar. -digo.

-Mas se naquela hora você tivesse escolhido o nome todo não precisaria me dar o beijo. -ele ri.

-Verdade, pela primeira vez ele iria me dar sorte. -digo.

-Mas quando estamos destinados a algo, tudo vem para proceder a favor. -ele explica.

-O que você quer dizer com isso? -pergunto.

-Que já estava escrito. -ele explica.

-Escrito o que? -pergunto.

-Eu e você. -ele diz.

-Haha. -rio falso.

-Eu acho que gosto de você, ta ta, eu sei que nos conhecemos melhor a pouco tempo. Mas sei la, eu gosto. -ele confessa me deixando completamente envergonhada.

(Apesar de eu não conhecer direito isso)

-Você ta maluco. -digo tirando o esmalte da unha com os dentes.

-Ei, olha pra mim. -ele pede.

-O que? -olho de má vontade. Na certa iríamos brigar nesse momento.

Mas ao invés disso ele estava olhando pra mim tão engraçado. Não com aquela cara de ironia e deboche.

-Você não gosta de mim ne? -ele pergunta.

-Gosto... A gente virou AMIGOS aqui, não é? - pergunto.

-Não estou falando de amizade, você não gostou dos beijos, ne? -ele pergunta.

Por dois pequenos minutos da minha vida eu parei para pensar, e só depois responder. Ta, eu confesso que foi, perfeito.

-Em? -ele insiste.

-Os beijos foram bons... -digo.

-Mas e eu? -ele diz.

-Você é legal. -digo.

Não queria magoar ninguém, e do jeito que ele é besta podia estar fazendo uma brincadeira.

-Só legal. -ele pergunta.

Agora essas perguntas estavam me dando certa raiva.

-Sim, legal. -digo.

-Legal o bastante para ser... mais que seu amigo? -ele pergunta SEM nenhum sorrisinho falso, o que era completamente estranho.

-Não sei. -falo depressa.

Ele fica em silêncio, e eu não queria ficar ali para ouvir a próxima pergunta dele.

-Vou ver se a luz já voltou. -digo ao me levantar rápido.

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