(3) Foi tudo na biblioteca

248 26 5
                                    

-Como se eu soubesse. -digo.

-Você é a inteligência daqui. -ele explica.

-Ah ta, e você é o quê? -pergunto.

-Eu sou a força masculina. -ele diz fazendo cara de bobo.

-Força masculina? -pergunto.

-Sim. -ele confirma.

- fei minino. -digo a rir.

-To falando sério. -ele continua.

-Já que você é a força, arromba a porta, e faz a gente sair daqui. -digo.

-Ta maluca? -ele pergunta.

-Você quem disse que era a força. -levanto as mãos.

-Essa porta é enorme, nem um elefante arromba. -ele explica.

-Falou a força masculina... -digo.

-Não era bem assim. -ele continua.

-No seu celular ao menos tem rede? -pergunto.

Ele olha a tela do celular, em seguida olha pra mim.

-Não. -ele levanta e me olha.

-Que foi? -pergunto.

-Nada. -ele diz andando até mim e eu me afasto.

-Para com isso mané. -digo.

-Sabe de uma coisa? -ele pergunta parando na minha frente.

-Estamos presos sozinhos dentro de uma biblioteca, não tem como estudar porque está escuro. O que deveríamos fazer? -ele se aproxima mais ainda.

-Esperar! -pego um livro e coloco na frente do rosto.

-Não. -ele retira o livro do meu rosto.

-O que então? -pergunto.

-Você podia me dar um beijinho. -ele diz.

-Sai fora mané! -digo me desviando e sentando na mesa.

-Por que? -ele pergunta.

-Porque não. -digo.

-Ah, só um. -ele continua insistindo.

-Pelo que eu me lembre, você é completamente apaixonado pela Rafaela. -digo baixo.

-Quem? -ele pergunta.

-RAFAELA! Você é surdo? -grito.

-Como você sabe da Rafaela? -ele perguntou.

-Sabendo. -digo irônica.

-Eu não sou "apaixonado" por ela. -ele conta.

-Haha, não é o que dizem. -começo a rir.

-Se fosse assim, você gostava do Jean. -ele diz parecendo ter razão.

-Claro que não. -digo.

-Claro que sim. -ele insiste.

-Ele é meu primo imbecil. -digo.

-Mas o que é que tem? -ele pergunta.

-Primeiro que ele é primo de primeiro grau, e segundo que loiros não fazem o meu tipo. -digo a verdade.

-Eu não sou loiro. -ele ri.

-Tanto faz, você não me interessa. -digo.

-Por que não? -ele sempre me enche de perguntas.

-Porque não! -digo.

-Mas por que não? -ele insiste.

Moleque chato!

Blecaute Onde histórias criam vida. Descubra agora