-Como se eu soubesse. -digo.
-Você é a inteligência daqui. -ele explica.
-Ah ta, e você é o quê? -pergunto.
-Eu sou a força masculina. -ele diz fazendo cara de bobo.
-Força masculina? -pergunto.
-Sim. -ele confirma.
-Cê fei minino. -digo a rir.
-To falando sério. -ele continua.
-Já que você é a força, arromba a porta, e faz a gente sair daqui. -digo.
-Ta maluca? -ele pergunta.
-Você quem disse que era a força. -levanto as mãos.
-Essa porta é enorme, nem um elefante arromba. -ele explica.
-Falou a força masculina... -digo.
-Não era bem assim. -ele continua.
-No seu celular ao menos tem rede? -pergunto.
Ele olha a tela do celular, em seguida olha pra mim.
-Não. -ele levanta e me olha.
-Que foi? -pergunto.
-Nada. -ele diz andando até mim e eu me afasto.
-Para com isso mané. -digo.
-Sabe de uma coisa? -ele pergunta parando na minha frente.
-Estamos presos sozinhos dentro de uma biblioteca, não tem como estudar porque está escuro. O que deveríamos fazer? -ele se aproxima mais ainda.
-Esperar! -pego um livro e coloco na frente do rosto.
-Não. -ele retira o livro do meu rosto.
-O que então? -pergunto.
-Você podia me dar um beijinho. -ele diz.
-Sai fora mané! -digo me desviando e sentando na mesa.
-Por que? -ele pergunta.
-Porque não. -digo.
-Ah, só um. -ele continua insistindo.
-Pelo que eu me lembre, você é completamente apaixonado pela Rafaela. -digo baixo.
-Quem? -ele pergunta.
-RAFAELA! Você é surdo? -grito.
-Como você sabe da Rafaela? -ele perguntou.
-Sabendo. -digo irônica.
-Eu não sou "apaixonado" por ela. -ele conta.
-Haha, não é o que dizem. -começo a rir.
-Se fosse assim, você gostava do Jean. -ele diz parecendo ter razão.
-Claro que não. -digo.
-Claro que sim. -ele insiste.
-Ele é meu primo imbecil. -digo.
-Mas o que é que tem? -ele pergunta.
-Primeiro que ele é primo de primeiro grau, e segundo que loiros não fazem o meu tipo. -digo a verdade.
-Eu não sou loiro. -ele ri.
-Tanto faz, você não me interessa. -digo.
-Por que não? -ele sempre me enche de perguntas.
-Porque não! -digo.
-Mas por que não? -ele insiste.
Moleque chato!
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Blecaute
RomansaO que podemos fazer quando toda a luz da cidade vai embora em plena noite de segunda-feira? É uma pergunta inconveniente, mas em meio a esse blecaute e a tempestade que viria a seguir esses personagens descobriram o amor. E o que esse destino apront...