Cheguei a casa e fechei a porta com força. Se havia algo que me ajudava a libertar um pouco da raiva que eu guardava dentro de mim, era o barulho da madeira a bater com força. Ainda estava a pensar na melhor maneira de matar aquele anormal mas parecem-me todas tão... simples.
"Nora." a minha mãe apareceu a partir da cozinha. Não a esperava ver em casa uma vez que costuma ficar no trabalho até pelo menos às seis da tarde. Ela ia matar-me, definitivamente. O seu olhar queimava-me e podia quase adivinhar que era também devido à maneira como fechei a porta. Para mim aquilo era ótimo e ajudava-me a aliviar o stress, para ela era igual a bater com a porta do carro.
"Julguei que estavas no trabalho." pousei as chaves num armário.
"E eu julguei que estavas de castigo!" os seus olhos transbordavam de raiva "Não te permito que me desobedeças assim!"
"Ai mãe!" bufei, a ultima coisa que me apetecia era ter de a ouvir a buzinar-me aos ouvidos daquela maneira "Não me chateies com merdas." comecei a andar até ás escadas para ver se ela parava de me chatear com aquilo. Tenho dezanove anos e estou de castigo? Pelo amor de Deus!
O meu braço foi agarrado com força "Não te admito esse tipo de linguagem!" engoli em seco com a força da sua mão no meu braço.
"Estás-me a aleijar!" disse entre dentes. Já há bastante tempo que a minha mãe não me tratava como se eu fosse uma criança desta maneira. Castigos, horas para chegar a casa, quase me bater.
"Ainda bem!" berrou "Quero as chaves da mota, do carro e as de casa! Agora!"
O meu queixo quase caiu com aquilo que ela disse mas esforcei-me para o manter no sitio. Acho que consegui. "A mota é da Leah." disse em vez de dizer algo estupido que a pusesse ainda mais furiosa comigo.
"Eu própria lhe entrego. Está descansada. Dá-mas agora!" esticou a outra mão.
Revirei discretamente os olhos e pus a mão no bolso. Deste tirei as chaves da mota e do carro "Quem te garante que ela não me volta a dar?"
Riu sem graça, ela quase que perdia as estribeiras quando a provocava daquela maneira "Podes ter a certeza que desta casa não sais nem que tape todas as janelas com madeira e pregos." o pior é que ela era mesmo capaz.
Respirei fundo frustrada e ela largou-me o braço. Subi as escadas a correr e fechei-me no meu quarto. Se ela me estava a tratar como uma criança de sete anos, então eu ia agir como uma. Uma vez que tenho a fama, ao menos que tenha o proveito.
Alguém bateu á porta o que me fez grunhir.
"Não estou com disposição para almoçar!"
"Mana?" disse uma voz do outro lado da porta e reconheci o Dean quase de imediato "Sou eu."
Suspirei, levantei-me e destranquei a porta. Se fosse a minha mãe a bater à porta, iria fingir que estava demasiado ocupada a ouvir musica e me abstrai dos sons à minha volta. Já que tinha de ficar ali durante imenso tempo devido a um castigo idiota. O Dean entrou e fechou a porta.
"Estás bem? Ouvi os gritos." sentou-se ao meu lado na cama. Enquanto que os meus pés estavam assentes no chão, os dele baloiçavam por uma distância pequena. Ele lançava um para a frente e depois o outro, tal como eu costumava fazer e ainda faço se estiver numa cadeira alta.
"O que te parece? Estou de castigo." Para variar. Deixei a minha cabeça cair em cima da cama e suspirei.
"Oh.." hesitou em dizer o resto e quando olhei para ele vi-o a olhar para o chão enquanto pensava em algo "Eu posso dizer á mãe que te pedi para me ires comprar um jogo para a playstation." olhou-me nos olhos. Ele era impressionante. Tão depressa era o puto que entrava no quarto para extorquir o meu dinheiro como me ajudava nestas situações. Era irritante e querido ao mesmo tempo.
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Criminal Life |J.B|
Fanfiction"Nós estávamos a começar algo que não íamos ter como acabar." ---- Esta temporada completa está disponível no Spirit (@fab4styles) mas sem a reconstrução. Decidi reescrevê-la porque não gostei de como a tinha escrito antes. A fanfic com a...