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Fifth Harmony - Going Nowhere


Fechei a porta atrás de mim e corri até ao meu quarto. Continuava furiosa com o mundo à minha volta mas tinha de me despachar. Daqui a pouco a Leah e o Ryan estavam á minha espera e eu precisava de fingir que não sabia de nada. Era o mínimo. Iria fazer de vela depois de um lanche no café porque íamos dar uma volta a seguir. Subi as escadas de 2 em 2 e entrei na casa de banho. Despi o vestido assim como a roupa interior, depois de ligar o chuveiro apressei-me a entrar lá dentro. Suspirei com a água quente a ser projetada nas minhas costas. Iriam desaparecer todos os vestígios do Jason.

Por uma parte, eu estava radiante. Ele estava vivo o que comprovava as minhas suspeitas e isso tirava um peso de cima dos meus ombros. Por momentos quase que voltei a sentir os seus beijos no meu pescoço, o seu beijo intenso porém calmo, a agilidade das suas mãos enquanto me tocava, o seu cheiro que inspirei sempre o mais que pude. Suspirei quando me pareceu sentir os seus dedos contra o interior da minha coxa. Voltei a abrir os olhos e não estava ali ninguém. Apenas eu.

Depois de rever tudo isso o meu corpo ainda se sentiu mais relaxado.

"Tinha tantas saudades tuas."

"Nora, deixas-me tão louco!"

"Oh, Nora... Estás tão molhada para mim."

"Merda."

"Tu és minha e quero saber que quando voltar ainda te tenho."

A sua voz repetia-se inúmeras vezes na minha cabeça fazendo-me desejar que ele estivesse aqui para o poder beijar e dizer as saudades que tinha dele, a maneira como ele me enlouquece, o quão atraída por ele estou e dizer-lhe que sou dele e só dele. Que só ele me faz sentir como um íman e que me puxa por ele. Mas a realidade chama-me constantemente para a maneira como o tratei.

Suspirei. Nós nunca iríamos dar para continuar com isto. Somos os dois demasiado explosivos e orgulhosos.

Enrolei-me a uma toalha enquanto me encaminhei para o meu quarto. Escolhi uma roupa simples: umas jeans básicas, uma camisola preta, uma camisa xadrez e uns ténis quaisquer. Peguei no meu telemóvel e desci as escadas. Ainda não tinha comido nada por isso tirei uma maça da fruteira e trinquei-a logo sentindo o seu sabor doce. A campainha tocou e a minha mãe apressou-se em chegar lá primeiro que eu.

"Bom dia Leah" disse amavelmente "Estás melhor querida?"

A minha mãe era sempre tão querida... com a Leah. A Leah, comigo não de certeza.

A Leah olhou para mim confusa mas de modo a que a minha mãe não percebesse. Uma dica: quando envolverem mais alguém numa mentira, informem essa pessoa. Acenei com a cabeça para que ela disse-se que sim "Sim, estou melhor."

"Conhecia-lo?" olharam-se e tive pena da Leah por a ter posto naquela situação mas não podia fazer nada ou estava tramada e tinha de dar ainda mais justificações à minha mãe "Esse teu parente?" a expressão da Leah suavizou e dei graças a deus que a minha mãe desviou os olhos dela "Quero dizer, é pior quando se tem uma ligação com alguém que pronto... acaba por falecer. Logo na tua idade, tão novinha." pousou a mão no ombro da Leah "O que ele era a ti?"

"Um tio." respondeu com uma expressão de sofrimento. Isto sim, é friendship goals "Conhecia, ia lá almoçar a casa algumas vezes. Estava a casa a deprimir e decidi vir ter com a Nora," olhou para mim e eu acenei um olá para a Leah quando a minha mãe se virou para trás "Pensei que pudéssemos espairecer?" sugeriu a medo.

Por favor. Vá lá.

Vá láaaaaaa.

"Oras," começou e eu já queria bater com a cabeça na parede "Podem ficar aqui. Vou estar na cozinha, nem vão dar por mim."

Criminal Life  |J.B|Onde histórias criam vida. Descubra agora