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A discoteca parecia tirar-me o oxigénio então decidi sair para apanhar ar. A quantidade de pessoas que a frequentavam tinha aumentado desde o dia de strip. O Jason tinha ido tratar de negócios na sala e prometeu não demorar mas já tinham passado pelo menos 40 minutos e o ambiente lá não estava grande coisa.

Era a primeira vez que estava a apanhar uma seca na discoteca. Pensei em mandar mensagem à Leah mas depois repensei na ideia e lembrei-me que ela ia passar a noite com o Ryan. Então fiquei entregue a mim mesma.

Abracei-me ao meu próprio corpo enquanto caminhava para o meu carro onde me tinha esquecido do telemóvel. Graças a deus cheguei bastante antes de toda esta gente aparecer e o automóvel não estava muito longe.

Ao longe avistei um grupo de raparigas num carro ao lado do meu. As minha sobrancelhas franziram-se e eu estiquei o pescoço para conseguir ver o meu carro apenas para me certificar de que não havia problema. Elas pareciam não ser muito cuidadosas.

Um carro cor de rosa todo piroso foi tudo o que primeiro vi. Pude, quando elas começaram a sair do carro, confirmar que melhor combinação com o carro era impossível. Lutei contra a vontade de revirar os olhos e aproximei-me do meu carro.

A rapariga que conduzia aquela coisa abriu a porta e esta acabou por raspar contra o meu carro. O sangue ferveu-me nas veias e senti-me quase a entrar em erupção. Acelerei o passo queimando a pele dela com o olhar.

"Hey! Tu ai!" gritei para chamar a atenção dela enquanto fechava a porta do carro.

O grupinho dela –que eram umas cinco raparigas, viraram-se para mim com um sorriso divertido no rosto. Entretanto, acabaram por o perder.

Ela olhou-me de cima a baixo como se eu não prestasse.

Controla-te Nora... Tu não vais à cara de ninguém. Só em casos estremos.

Repeti a frase na minha cabeça como se fosse um mantra.

"Sim é contigo, pirosa." parei de braços cruzados em frente a ela "Cuidado com o meu carro, sim? Ele não veio propriamente de uma caixa de cereais como alguns."

Revirou os olhos e, na minha opinião, isso só lhe dava um ar ainda mais oferecido. Por segundos fiquei com medo que esse meu tic me desse um ar tão ... oferecido quanto o dela. Esperava que não.

"Estás a querer dizer que o meu veio de uma caixa de cereais?"

"As palavras foram tuas, não minhas." Sorri cinicamente.

A rapariga pareceu avaliar-me com o olhar e depois gargalhou sem graça "Esperem meninas, vejam se não é a stripper do Jason!"

Todas elas riram e apercebi-me que eram aquele tipo de raparigas que eu sempre despresei: grupinhos de raparigas que apenas falam sobre roupa, maquilhagem, sapatos, o novo carro que o papá comprou ou até o rapaz que olhou interessado para elas -o que era claro que era raro ser verdade, o mais provável seria o rapaz ser estrábico.

Respirei fundo de modo a procurar paciência dentro de mim "Voltas a bater com a porra da tua porta do carro no meu e podes ter a certeza que te rebento a cara."

A rapariga sorriu de forma provocadora. Recuou uns dois passos e abriu de novo a porta. Olhou para mim ainda com um sorriso trocista. Assim que ouvi o barulho, todo o meu corpo ardeu de fúria. Algo dentro de mim me dizia para eu limpar o chão do estacionamento com a cara dela. A porta do carro dela foi fechada e assim que vi um risco no meu carro, passei a ver tudo vermelho.

"Ups." A voz dela soou e todas se riram baixinho.

Filha da puta.

Quando dei por mim já estava mesmo à frente dela a puxar-lhe os cabelos. O meu punho avançou e chocou contra a cara de base dela. Entretanto tudo se tornou uma confusão: as minhas mãos do cabelo dela e a dar-lhe murros e as dele a agarrarem o meu cabelo.

Criminal Life  |J.B|Onde histórias criam vida. Descubra agora