Capítulo 22 -Ella Robson

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Meses mais tarde


Sabe aquela sensação apaziguadora que sentimos por dentro quando tudo finalmente está em paz e em ternura? Uma comoção agradabilíssima faz todo o seus músculos relaxarem. Então você se joga na cama e tem um sono longo e gostoso? É como estou sentindo neste momento.

Acho que me tornei inabalável e que nada de ruim ousasse a me abalar novamente.

Sento os braços fortes do amor da minha vida envolta de mim enquanto olhávamos aquela vista do mar da lancha de papai, ao qual nos disponibilizou para comemoramos. Está bem propício para o meu estado de espírito. Há uma flor presa no meu cabelo que Miguel colocou dizendo que ficava bem em mim.

—Uma vez você me perguntou o que eu esperava do futuro, lembra? —Perguntei a Miguel, virando a cabeça para trás para olha-lo nos olhos.

—Sim, eu lembro. Eu disse os meus interesses profissionais e você só queria se livrar do peso do seu sofrimento. E, claro, ser feliz. —Sorri voltando a olhar o mar. O vento bagunçava os meus cabelos.

—Acho que alcancei o meu objetivo. Não existe pessoa mais feliz do que eu. —Senti um beijo cálido na minha nuca assim que Miguel afastou os meus cabelos.

—Sim, existe. —Olho de novo para os seus olhos, esperando que completasse a frase. —Eu sou esta pessoa.

Sorri coberta por uma emoção pura e arrebatadora, ele toma os meus lábios em um beijo tão romântico que dava vontade de chorar, mas claro, de pura felicidade. Acho que não podia ter tido alguém melhor para chamar de meu. Miguel e eu fomos feitos um para o outro. Sei que é piegas demais, mas é só a verdade, simples e crua.

—Ei, ei, ei. Não podem esperar o casamento? —Papai aparece interrompendo o nosso beijo. Sim, ele foi conosco e está com uma taça de champanhe nas mãos. —Quer saber de uma coisa, Miguel? Acho que me deve uma por ter ficado com uma mulher tão maravilhosa quanto a minha filha. Eu fiz ela, e depois lhe entreguei de mão beijada. —O humor de papai nos fez rir.

—Nunca duvidei disso. —Miguel levanta as mãos em rendição acompanhando a brincadeira de papai. —Você sempre foi responsável por tudo, Robert. Vou lhe agradecer imensamente por todo o bem que fez a mim.

—Então mais que na hora quero cobrar a minha participação em sua felicidade. —Ambos nós olhamos para o meu pai com desconfiança. —Ah, não! Não façam essas caras, não é algo absurdo. Só estou comunicando que darei todo o apoio para que Miguel abra a sua própria empresa de publicidade. Sei que sempre foi o sonho dele crescer nesta área. Nada mais justo que fazer isso ao meu genro que sempre cuidou da minha filha, até melhor que eu, não é mesmo?

—Uau! —Miguel está embasbacado, eu por outro lado sinto orgulho do meu pai por este marco. —Eu nem sei o que dizer.

—Não diga nada. Só aceite. Não quero que meus netos morem em um apartamento pequeno no subúrbio de San Diego.

—Se depender de mim, os seus netos serão as crianças mais felizes desse mundo. Muito obrigado.

—Eu não tenho nenhuma dúvida. —Papai estende as mãos para Miguel e os dois se cumprimentam, selando ali uma parceria para a vida.

Não sei se um dia Miguel e eu nos casaríamos, ou teríamos filhos. Estávamos namorando e para mim já era maravilhoso. Miguel e eu somos um do outro e não é um papel de cartório que irá concretizar isto. Quando penso em minha vida no que foi e no que está sendo, só vejo o quão forte fui. E que todos os problemas por mais difíceis e conturbados poderia ser, há sempre uma solução. Uma palavra amiga, um rumo diferente que possamos seguir para superar, um amor que seria capaz de fazer tudo para te ver sorrir. Miguel me deu a vida novamente, se empenhou para conseguir em mim tudo que desejava. "Um sorriso sincero" acho que não poderia ter um sorriso mais sinceros do que tenho hoje em dia.

Aquela vida ruim ficara toda para trás. Me empenhei em ajudar Karoline com as vítimas que sofreram como nós, viajando vez ou outra para o lugar que jurei nunca mais pisar os pés. Mas eu sabia que precisavam de mim, de conhecer a minha superação, de serem fortes assim como fui. E posso dizer que foi gratificante. Tornara a minha vida útil, com mais cor e mais propósito. Quem disse que não existe razão para a superação? 


FIM 

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Chegamos ao fim de Aprendendo a viver. Espero que tenham gostado da história, assim como eu amei escrever. Fiquem ligados nas minhas próximas. Mistério em Forest Grove já está em seu 4º capítulo. Corram pra lá! <3 Obrigada de coração :3 

Aprendendo a Viver (Sem revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora