De mãos dadas, atravessamos o pátio da igreja em direção a sua pequena casa. E apesar da ansiedade que dominava minhas entranhas, eu não me senti nervosa. Os tremores eram causados pelas roupas úmidas de chuva fria, mas em nenhum momento por dúvidas ou segundos pensamentos. Eu o queria.
Eu queria Colin O'Callaghan como jamais quisera nada na vida. Eu estava arriscando o meu noivado e todos os votos que ele fizera para entrar para o clero com objetivos mundanos e pecaminosos, mas ainda assim, não parecia nada errado. A vontade não arrefecia, tudo o que eu precisava era do contato da mão de Colin na minha e eu sabia que estava segura, que estava tudo bem.
E estava.
A porta estava aberta e ele deixou que eu fosse na frente, soltando seus dedos do enlace com os meus para que pudesse fechá-la depois que a atravessamos. As luzes não foram acesas e eu mesma me fiz confortável, indo em direção onde a discreta cortina de contas escondia o seu quarto. O abajur estava aceso e decidi que essa era toda a iluminação de que precisávamos, a chuva lá fora fazia sons confortáveis e eu soube que nunca em toda a minha vida, eu me sentira tão pronta e disposta para um ato de amor.
Amor, porque era isso que eu sabia que aconteceria ali. Não seria algo apressado e desconfortável como a minha primeira vez, nem algo contido como as noites com Jared. Seria mais. Algo que eu não conseguia nem antecipar, por mais que quisesse imaginar.
O som suave das contas da cortina alertou-me para a sua presença ao mesmo tempo em que meu coração bateu mais forte, com o mesmo intuito. Eu deveria lhe dar a chance de pensar direito no caso, ele estaria jogando fora um importante voto que fizera à Igreja Católica por uma noite de prazer.
Porém, ao voltar-me em sua direção, percebi que ele não estava nem um pouco preocupado com os seus votos. Seus olhos estavam escuros e luminosos, havia um sorriso predador em seus lábios e somente isso fez com que meu corpo se aquecesse.
Suas mãos agarraram minha nuca, puxando-me em sua direção até que meus seios tocaram seu peito, contidos pela barreira de nossas roupas, o desejo parecia pulsar entre nós como uma névoa elétrica e a certeza de que havia amor ali, quase me emocionou.
Nossos olhos estavam firmemente vidrados um no outro, decididos a elevar a paixão de todas as maneiras possíveis, com toques, com olhares e com as batidas de nossos próprios corações. Seus dedos faziam círculos em minha nuca e era entorpecente e relaxante. Eu o amava tanto que meu coração ameaçava explodir.
- Eu te amo tanto. - sussurrou antes de beijar minha boca, lendo meus pensamentos e os respondendo. Meu corpo já estava completamente pronto para a sua posse, mas ainda assim Colin estava decidido a me levar o mais longe possível. Abraçada a seu corpo enquanto beijava meu pescoço, colocando meus cabelos do outro lado do meu ombro, ele levou seus dedos até minhas costas, abrindo o zíper do meu vestido até o seu fim, em meu quadril, permitindo que a pele nua de minhas costas ficasse ao alcance de suas mãos quentes.
Afastando-me, apenas o suficiente para realizar a sua tarefa, Colin empurrou as alças largas do vestido verde e extremamente molhado, assistindo-o cair no chão enquanto eu dava um passo para fora deste, já deixando no caminho minhas sandálias de salto. Não haveria nenhuma barreira entre nós. Eu não deixaria que houvesse. Por isso estendi minhas mãos, segurando o seu imaculado colarinho clerical, arrancando-o do espaço onde ele ficava em seu pescoço e como se meus dedos tivessem vida própria, consegui abrir os botões de sua camisa negra sem demora, vendo como seu peito era amplo e cheio de músculos que eu jamais acreditaria que poderiam definir o corpo de um padre.
A sua pele era quente e o calor que ela emanava estava deixando-me ainda mais entorpecida. O cinto foi arrancado de suas calças com um som característico que harmonizou com a chuva que ainda batia contra a janela. Nossos olhos estavam mais uma vez fixos um nos outros. Castanhos contra verde, numa disputa que nenhum de nós tinha a mínima intenção de vencer. O baque suave de suas calças no chão fez um arrepio subir por minha coluna e me vi dando um passo à frente, grudando meus seios firmes em seu peito quente, a reação foi automática e minha boca foi clamada em um beijo ainda mais apaixonado do que os outros. Não percebi que ele estava me conduzindo até a parte de trás de meus joelhos tocar a dureza de sua cama. Tudo o que eu tinha de fazer era reclinar, deixar que meu corpo se espalhasse naquele colchão fino e permitir que seu corpo possuísse o meu em sincronia com o ato da sua alma dominar a minha.
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Forgive My Sins
RomanceA um mês de seu casamento, Grace Samuels se vê ocupada com pesquisas sobre amor no Google e infinitas taças de vinho tinto ao invés de escolhas de flores e tabelas de cores, afinal, apesar de Jared Wales ser o homem perfeito, ele não dá a ela o famo...