Maite esperou nos fundos até ouvir que o carro de William saia da garagem, pegou a maior mala que tinha achado na dispensa dos fundos e algumas roupas que estavam na lavanderia. Entrou na casa e olhou para a sala, sentia nojo daquele lugar e correu para o quarto antes que chorasse novamente. Pegou todas as suas roupas de uma vez e colocou dentro da mala sem nenhum cuidado ou organização caso contrário não daria tempo. Pegou mais duas malas menores no closet e em uma delas colocou seus sapatos, em outra alguns vestidos que precisavam de mais cuidado e alguns itens mais pessoais. Pegou sua nécessaire e colocou todas as suas joias e coisas de maior valor que tinha. Por último pegou o telefone e ligou para a primeira pessoa que veio em sua cabeça.
Ligação on:
- May?
- Sim, sou eu Pedro. Preciso de um favor e o mais rápido possível.
- Já disse que sempre pode contar comigo. O que é dessa vez?
- Só preciso que venha na minha casa me buscar já, eu te explico quando chegar, mas por favor não demora muito.
- Tudo bem, chego ai em 20 minutos. Mas quero saber de tudo, ok?
Ligação off.
Olhou para a escrivaninha e andou até lá, pegou um papel, um lápis e escreveu rapidamente nela tudo o que sentia desde que se casaram até agora e algumas coisas a mais para William. Quando terminou viu que Pedro a olhava pela porta e correu até ele, recebendo um abraço forte do irmão.
- Pode me contar o que houve agora?
- No caminho eu falo absolutamente tudo, me ajuda a colocar isso tudo no carro? - ele assentiu e pegaram as malas que estavam em cima da cama - Pode ir na frente, desço em cinco minutos.
- Só não demore.
Olhou para todo o quarto e rapidamente flashes se passaram em sua cabeça dos três longos anos ali. Lembrou-se da noite de amor que teve com William no dia anterior e derramou uma única lágrima, lembrou-se também da última vez que apanhou a mais de um mês, lembrou-se das milhares de vezes que fora humilhada por William e por último se lembrou dele transando com outra mulher na sala. Secou as pouquíssimas lágrimas que tinham em seu rosto e trancou todo o passado ruim em um baú sem chave no fundo de seu coração e agora tentaria ser feliz sem ele. Por último olhou para a aliança em seu anelar direito e a retirou lentamente, se quisesse se desfazer de William teria que ser por completo. Deixou na escrivaninha junto com a carta e saiu do quarto.
- Vamos? Acho que não preciso de mais nada - sorriu levemente.
- Sim, todas as suas malas estão no carro. Para onde quer ir?
- Para outro país, se possível hoje mesmo.
- Você é louca Maite? Não pode simplesmente abandonar tudo assim.
- Já disse que te conto os motivos no caminho e tenho certeza que vai me apoiar - ficaram em silêncio até o carro e quando saíram de perto da mansão, Pedro quebrou o silêncio.
- Pode me dizer agora? - Maite assentiu e contou absolutamente tudo o que tinha passado com William em três anos até essa noite e o que havia descobrido no médico - Eu vou matar esse cafajeste, ninguém faz isso com a minha irmã e fica impune.
- Sabe que eu odeio violência principalmente depois de tudo o que passei...
- Tá me desculpe, em respeito a você eu não vou fazer nada com aquele troglodita.
- E por favor, não conte ao papai, só diga a ele que eu e William brigamos muito, nos separamos e eu decidi morar em outro país para tentar esquecê-lo, só isso.
- E o que eu não faço por você? - riram e logo chegaram ao aeroporto escolhendo o destino de Maite, depois de muito tempo finalmente acharam uma passagem para Nova York que sairia em três horas, compraram com direito a hotel por alguns dias e transporte. Afinal o que a família Perroni não conseguia? - sabe que eu vou sentir saudades certo?
- Também vou de todos aqui, mas é preciso maninho, enquanto não dá a hora pode me levar para me despedir de minhas amigas?
- Claro, só preciso ligar pra casa e avisar Priscilla que vou demorar.
William havia comprido seu plano com sucesso segundo ele, tinha ouvido os gritos de Maite que vinham dos fundos e sorriu ao lembrar que ela tinha visto aquela cena. Depois que terminaram levou a mulher com quem tinha saído até a casa dela e ficou lá 'aproveitando' por mais algum tempo, voltando para casa quase uma hora e meia depois. Estacionou o carro na garagem e ao entrar em casa estranhou a sala estar bagunçada do mesmo jeito que ele havia deixado, esperava que Maite arrumasse. Tentou ouvir algum soluço de choro vindo de algum lugar da casa e nada. Olhou em todos os lugares do andar de baixo e não a encontrou, subiu as escadas olhou em todos os quartos de hóspedes, sala de televisão e por último foi em seu quarto, ela também não estava lá, no banheiro também nada. Olhou para a escrivaninha, o abajur estava aceso e tinha um papel dobrado sobre ela, andou até lá e não acreditava no que lia.
William Levy:
Sei que talvez para você isso vai ser inútil mas eu precisava escrever. Deixei esta carta porque estou indo embora dessa casa, dessa cidade, enfim do país... Eu sempre te amei de uma forma inexplicável, quando a gente estava no ensino médio e você era sempre o garanhão pegava todas e eu morria de raiva, mas não podia fazer nada, eu era só mais uma ali, até que um dia você veio ter uma conversa de verdade comigo e sem ninguém perceber eu me senti arrepiada e com o coração batendo mais forte, quando você me pediu em namoro pensei que explodiria de felicidade, você dominava meus pensamentos vinte e quatro horas por dia, no dia em que me pediu em casamento acho que foi o dia mais feliz da minha vida, você me respeitava e era sempre carinhoso e fofo comigo, me enchia de presentes e de mimos. E então veio os dias depois do casamento e eu comecei a viver em um verdadeiro inferno, você chegava tarde em casa cheirando a mulher e muitas vezes a bebida também, lembro-me de quando me deu uma surra pela primeira vez. Doeu em todos os sentidos que possa imaginar, mas eu suportava tudo porque te amava e dava tudo pra te ver nem que fosse daquela maneira. O que aconteceu hoje não foi a primeira vez que eu vi, outra vez fui te dar um aviso na empresa há uns dois anos atrás e vi também, só não era tão intenso como o que vi no inicio da noite, sinceramente não sei por que você trouxe aquela mulher justo para casa, eu já estava me cansando de ser tratada como sua escrava e isso foi a gota d'água. Eu estava nervosa para ver sua reação ao descobrir o que eu tenho e agora prefiro que não saiba nunca, quem sabe um dia... Quando estiver lendo isso provavelmente já estarei longe, em outro país ou até em outro continente. Só não se esqueça que eu te amo como ninguém, além de Deus, consegue te amar, e é algo tão forte que é isso o principal motivo de eu estar indo embora, fui porque quero te deixar livre pra encontrar alguém que você consiga amar da mesma forma que te amo, pois se você estiver feliz eu vou também vou estar, de alguma forma mas vou. Espero que a sortuda que consiga o seu amor seja uma mulher de muita valha, coisa que provavelmente não consegui ser para você. Perdoe-me se te impedi de achar o amor da sua vida.
Te amarei eternamente, Maite Perroni.
William esmurrou a parede ao terminar de ler a carta, lágrimas escorriam por seu rosto e ele se xingava de todos os nomes possíveis. Não queria encontrar outras mulheres, não queria ser feliz com mais ninguém. Maite era a mulher da sua vida e isso era o principal. Pena que havia descoberto tarde demais, agora ela estava a milhares de quilômetros seguindo rumo a uma nova vida, uma vida em que ele não existiria. Chorou mais ainda ao lembrar-se de como era terrível com ela, Maite não merecia nada, na verdade todos tinham razão Maite era uma rainha e merecia o tratamento de tal, coisa que ele nunca soube dar.
- IDIOTA, BURRO, IMBECIL, CANALHA, CAFAJESTE E TUDO DE RUIM QUE SE POSSA EXISTIR. É ISSO O QUE VOCÊ É WILLIAM - gritava para si mesmo - QUEM MANDOU NÃO DAR VALOR A MELHOR MULHER DO MUNDO? AGORA AGUENTA E SOFRE, ISSO É POUCO PARA O QUE VOCÊ MERECE - esmurrou a parede mais uma vez com toda a sua força, até que olhou para a mesinha novamente e viu a aliança dela lá. A pegou e chorou mais ao saber que Maite estava livre para ser de quem ela quisesse, pena que ele mesmo não conseguiria tal feito. Maite fora embora mas não foi sozinha o coração dele estava com ela, onde quer que estivesse.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Aprendendo a Reconquistar ( Adaptada Levyrroni )
RandomMaite Perroni e William Levy foram casados durante três anos, ela o amava e nunca negou, já ele era frio, a traia, a espancava quando chegava em casa bêbado e sempre deixava bem claro que só se casou com ela para garantir toda a herança de sua famíl...