Capítulo 24

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Logo ao entraram na casa de Anahí, todos os olhares daquele lugar se dirigiram para Maite. Olhou e viu todos ali, seus antigos amigos, seus irmãos, seus pais, o resto da família e William que estava encostado em um canto da sala com a cabeça com a cabeça baixa, Maite estranhou. Ele estava bem mais magro, parecia ter envelhecido uns dez anos ou invés de dois e seus cabelos que estavam sempre impecáveis, agora já não tinham ordem alguma, mas continuava lindo. Desviou os pensamentos e o olhar de William rapidamente e correu para abraçar seus pais.

- Meu Deus, é incrível como o tempo só fez bem para sua aparência filha, está mais linda do que nunca e agora vai assumir a presidência de uma grande editora, é mesmo o orgulho do papai.

- Não sou mais uma garotinha pai, não me mate de vergonha - riram pela forma como Maite ficou ruborizada.

- Para mim sempre será querida - assentiu e cumprimentou o restante das pessoas que estavam lá, menos William que sentiu os olhos arderem ao ser ignorado por ela.

Maite estava tão perfeita, suas roupas estavam mais ousadas e parecia mais confiante de si. Não se surpreendeu ao ser ignorado por ela, sabia que nunca seria tão fácil como ele gostaria e agora principalmente, Maite carregava no olhar mágoa e raiva enquanto o olhava. Nem ele mesmo sabia o estava fazendo ali, aquela comemoração era para as pessoas queridas por ela e ele obviamente não era uma dessas, só queria vê-la de qualquer forma e sabia que Maite não poderia expulsá-lo se não estava em sua própria casa.

- Vejo que não está mais casada com o Levy - Thiago sussurrava ao pé de seu ouvido quando estava voltando do banheiro. Ele era um velho amigo de faculdade que se distanciou a mais de cinco anos quando se casou com William - E vejo também que está mais bela do que nunca.

- A primeira afirmação é mais que verdadeira, já a segunda só você mesmo pode me dizer - falou de forma provocante e sentiu o lóbulo de sua orelha ser mordido, era bom, mas nada comparado aos toques de William, droga, ainda lembrava dele querendo ou não.

- E eu digo que também é verdade, nem sei como o idiota do William te deixou escapar, se eu tivesse tido a sorte de estar no lugar dele não te deixaria partir de forma alguma - Maite riu e deixou uma risada escapar - Não ria Perroni, é uma das mulheres mais belas e encantadoras com quem já tive o prazer de ter uma conversa.

- Assim me deixa sem graça Thiago - sentiu beijos em seu pescoço, mas não conseguia se arrepiar como gostaria, achava bom e mais nada.

- Essa é minha intenção, o que acha de me dar seu telefone para um possível encontro?

- Não coloquei um chip do Brasil no meu celular ainda, mas me passe o seu e eu te ligo pode ser?

- Lógico - tirou um cartão do bolso e a entregou - Aqui tem tudo o que precisa para me encontrar, estarei ao seu dispor a qualquer momento que precisar - disse malicioso e depositou uma mordida em sua bochecha antes de sair pelo corredor descendo as escadas.

- Pode ter total certeza que vou precisar - Maite gargalhou enquanto falava sozinha. Guardou o cartão no bolso e desceu as escadas logo depois.

Só não haviam percebido a presença de uma pessoa, que observava tudo silenciosamente com lágrimas nos olhos.

William subiu ao quarto de Melissa para buscar algum brinquedo para ela e quando estava saindo viu Maite e Thiago no corredor, observou a cena toda já chorando. Não acreditava que aquela era mesmo a sua Maite, no fundo sabia que era tudo culpa dele, se não fosse aquele maldito plano para chamar a atenção dela ainda a teria em casa como sua esposa e alguma coisa lhe dizia que se ela não tivesse fugido, em breve ele iria perceber que a amava de uma forma outra. Esperou as lágrimas cessarem e desceu com um monte de brinquedos que achou.

- Nossa William que demora, quase que minha filha dorme esperando um brinquedinho - Poncho falava enquanto William deixava os brinquedos no chão atraindo a atenção de Melissa que rapidamente veio correndo.

- É mas eu não trouxe só um, eu trouxe um monte pra minha bebê mais linda - brincou com as bochechas dela, dessa vez chamando a atenção de Maite, que olhava tudo atentamente. Será que ele ouvira a conversa com Thiago?

- Eu acho que você estava fazendo é outra coisa no banheiro - Cristian entrou na conversa e riu logo em seguida.

- Gente deixem o Wiliam em paz - Dulce defendia - Eu sei porque ele demorou tanto - lançou um olhar rápido para Maite que fingiu que não viu enquanto conversava com suas irmãs.

- É me deixem em paz, é a Dulce que tá pedindo.

Quase quatro horas depois todos já tinham ido embora, só sobravam Poncho, Anahí, William e Maite. Ambos estavam desconfortáveis, já que não tinham nenhum assunto ou comentário, só William que se distraia brincando com Melissa.

- Então Maite...Vai ficar pra dormir aqui ou vai pra casa?

- Vou dormir aqui, não tenho mais casa no Brasil mesmo e não quero voltar para a casa dos meus pais - William queria levantar a voz e dizer que a casa que ele morava ainda era dela, mas sabia que ou ia levar patada ou seria ignorado - mas pode deixar que amanhã mesmo, eu vou a editora e na hora do almoço vou procurar um apartamento.

- Por mim pode ficar o tempo que quiser, a casa é sua May.

- Não obrigada, não quero incomodar e também é bom eu ter meu próprio canto - Anahí assentiu e o silêncio voltou a reinar na sala.

- Eu já vou, são quase onze horas e eu moro longe, pode ser perigoso.

- Dorme aqui cara, amanhã cedo você vai e...

- SE ELE FICAR EU VOU EMBORA - Maite levantou a voz e ficou de pé.

- Não precisa ir, não quero incomodar a ninguém.

- Você vai ficar sim William, até porque Maite vocês não vão dormir juntos, cada um ficará em um quarto de hóspedes.

- E dai? É bem capaz de esse doido entrar no meu quarto durante a noite e tentar me bater - segundos depois só se foi ouvido William subindo as escadas na velocidade da luz e batendo a porta de um dos quartos.

- Viu o que você fez Maite?

Aprendendo a Reconquistar ( Adaptada Levyrroni )Onde histórias criam vida. Descubra agora