Narrado por William.
Chegamos no cinema e eu fui pra fila comprar os ingressos, enquanto Maite esperava sentada. Um pouco de longe a observei e ela estava linda, passava a mão pela barriga e em seu rosto haviam expressões meigas que eu amava. De repente a cena mudou, Maite se contorceu no banco onde estava e pude perceber ela gemendo de dor. Corri até lá e percebi muita água por seu vestido e por perto.
- Acho que a bolsa estourou. - Sorriu entre dentes.
- Tá doendo muito?
- Não, eu tô grávida de gêmeas, a bolsa das duas fez questão de estourar agora e não tá doendo nem um pouco. MAS É LÓGICO QUE TÁ DOENDO********.
- Maite fala baixo as pessoas estão olhando.
- FODA-SE AS PESSOAS, ME LEVA PRO HOSPITAL LOGO SEU FILHO DA MÃE. - Acho que nunca ouvi tanto palavrão saindo da boca dela, deveria estar nervosa mas não mais que eu. Peguei ela no colo e sai correndo até o carro, sem me importar com os que olhavam. Liguei para a médica, por sorte ela estava fazendo plantão e iria começar a preparar a sala de parto.
- Você sentiu alguma dor mais cedo?
- Só algumas antes de você chegar em casa e uma depois mas achei que era normal.
O trânsito parecia não querer colaborar e eu já tinha ouvido inúmeras ofensas, xingamentos, palavrões e algumas palavras que eu nem sabia que existiam. Minhas mãos tremiam e o nervosismo só piorava a situação.
- Calma meu amor vai dar tudo certo, já estamos chegando - Disse quando ela tacou sua bolsa em mim.
- JÁ TEM UMA HORA QUE VOCÊ FALA ISSO E NADA, ANDA LOGO SEU MERDA.
Finalmente estacionei na porta do hospital, já haviam enfermeiras com uma maca para levá-la ao parto. Fui com ela até lá e as pessoas que passavam até riam das coisas que Maite falava, se eu não estivesse tão nervoso iria rir também, eu acho. Liguei para os meus amigos pedindo eles pra passarem na minha casa e buscarem as bolsas das meninas que já estava pronta antes de virem pra cá, meus pais e os pais da Maite e até outra parte da família, a maioria disse que estava vindo pra cá. Trocaram sua roupa e uma delas começou a medir quantos centímetros tinha dilatado, e até aquele momento seis.
- Vejo que as crianças resolveram vir um pouco mais cedo. - A doutora disse simpática.
- VOCÊ QUERIA QUE ANOITECESSE PRA EU APARECER AQUI? - Dessa vez não consegui segurar a risada. - TÁ RINDO DO QUE WILL, É VOCÊ QUE NUNCA MAIS VAI ENCOSTAR UM DEDO EM MIM.
- Maite se acalme, ficar nervosa só vai piorar sua dor meu amor - Apertei sua mão e beijei sua testa, bochechas e por último um selinho rápido. Apertou minha mão com mais força e soltou um último grito, dessa vez mais alto que os outros. A médica fazia os toques com o dedo em sua virilha e sorriu.
- Ela está pronta pro parto, você vai querer ficar na sala senhor Levy?
- Você quer que eu fique Maite? - Ela assentiu e sorriu pra mim.
Narrado por Maite.
Se passou tudo muito rápido, aplicaram anestesia em mim e pediram pra eu fazer muita força assim que as contrações viessem, na primeira acho que quase quebrei a mão do Will com tanta força que eu fazia e nada. Na segunda a doutora disse que já podia ver a cabecinha de uma delas e que eu deveria continuar, na terceira (essa foi a pior), senti algo atravessando minha********e fiz mais força ainda. Um alívio e felicidade percorreu meu corpo ao ouvir um choro agudo ecoar pela sala, a enrolaram em uma manta e a colocaram em meus braços, ainda cheia de sangue. Era menor que os outros bebês recém-nascidos e seus olhinhos eram pretinhos, como os meus.
- Olha Will, ela é linda - Sorri para ele e o mesmo devolveu o sorriso.
- É perfeita. - Tiraram ela do meu colo e a levaram para um canto onde pude ver que mediam seu tamanho peso e marcavam a hora do nascimento.
- Ainda falta uma Maite, tá pronta?
- Mais que isso - Dessa vez apertei o pulso do William, meu nervosismo já havia diminuído e eu só pensava em ver como seria a próxima.
Repeti os mesmos procedimentos, porém dessa vez não doeu tanto. Na quarta contração senti a mesma coisa que antes, a mesma dor e as mesmas palavras de que a cabeça estava saindo. Minutos depois pude ouvir um chorinho pela sala, era agudo mas não muito parecido com o outro. Me entregaram e eu pude ver seu rosto, os olhos eram cor de mel e pude ver alguns traços de William.
- É tão lindinha como a irmã. - William disse sorrindo e me deu um selinho demorado.
- Se parece com você. - Pegaram-na e me deram a primeira já sem sangue e limpinha, ainda vestida em uma manta - Essa vai ser a Charlotte.
- Vou na recepção avisar a todos que nasceram e pegar as bolsas pra podermos colocar uma roupa melhor. - Saiu e depois eu desmaiei na cama, meu corpo não respondia por mim e o cansaço era maior.
[...]
Acordei já em um quarto cheio de gente me observando, ali vi meus pais, meus amigos, meus sogros, meus cunhados e William que estava segurando as gêmeas nos braços, todo babão, tentando brincar com as duas.
- Olhem minhas lindas, a mamãe já acordou. - Todos olharam para mim e a maioria me deu parabéns pelas meninas lindas. Peguei as duas no colo e reparei nas pulseirinhas douradas com os nomes, Charlotte e Estrella. Abaixei a roupa que eu usava, deixando meus seios a mostra. Cada uma delas, abocanhou um e eu quase chorei de dor, mas era uma cena tão bonita que eu acabei resistindo.
Algumas horas depois a maioria foi embora e só sobramos, eu e Will. Aproveitei que tinha conseguido fazer minhas filhas dormirem e fui tomar um banho rápido, quando terminei vesti um pijama confortável e me sentia extremamente bem, apesar de estar gorda e um pouco inchada ainda, mas nada que academia não resolvesse.
- Você se saiu muito bem hoje amor, acho que se fosse eu não conseguiria - Ri fraco com as palavras dele.
- E me desculpe por falar tanto palavrão, besteira e xingamentos, você não merecia.
- Só espero que aquela parte de nunca mais encostar um dedo em você seja mentira.
- Eu disse isso? - Ele afirmou e nós rimos. - Eu não conseguiria ficar sem seus toques. - Beijou as costas da minha mão e em seguida minha boca, começando um beijo lento e doce.
- Eu amo você, muito.
- Eu também te amo, e não é pouco.
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Aprendendo a Reconquistar ( Adaptada Levyrroni )
RandomMaite Perroni e William Levy foram casados durante três anos, ela o amava e nunca negou, já ele era frio, a traia, a espancava quando chegava em casa bêbado e sempre deixava bem claro que só se casou com ela para garantir toda a herança de sua famíl...