Capítulo 41

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Narrado por William

Acordei jogado no tapete da sala e com uma dor de cabeça absurda, flashs começaram a vir em minha memória e eu me condenei.

- Que droga William, será que você só consegue fazer besteira? - Dei um tapa forte na minha própria face. - Quero ver você conseguir se sair dessa, canalha! - Outro tapa.

Fui até a cozinha e peguei um remédio qualquer para ressaca, tomei e fui até meu quarto tentar fazer com que a Maite me perdoasse o que eu duvidava muito. Abri a porta e não a encontrei por lá, olhei no banheiro e também nada. Sai olhando quarto por quarto até achar um dos últimos com a porta fechada, porém não trancada. Olhei somente uma parte e encontrei minha princesa toda encolhida na cama. Entrei e me aproximei dela, seu rosto estava inchado como sinal de que havia chorado muito, dei um terceiro tapa em mim mesmo. Eu a amava e havia a magoado, de novo.

- Me perdoa pequena - Sussurrei baixinho. - Eu juro que não fiz por mal, eu te amo muito.

Peguei a May no colo e a levei para o nosso quarto, tirei o vestido que ela usava e coloquei uma camisola com muito cuidado para não acordá-la, tirei minha própria roupa e tomei um banho gelado, vesti um calção e me deitei ao lado dela. Não consegui dormir, pensando nas coisas que eu havia falado, na verdade não sei por que eu disse tudo aquilo, lembro da minha mente não estar raciocinando e eu só falava coisas que não queria. Quando dei por mim já eram mais de nove da manhã, não sentia a mínima vontade de ir trabalhar.

- Como eu vim parar aqui? - Resmungava e se afastava o máximo que podia de mim.

- Eu te trouxe, não queria ficar longe de você. - Ela me olhou espantada e eu tentei me aproximar mais dela - Sobre a noite passada, me desculpa amor, de verdade? Eu juro que não disse por mal, eu tava bêbado e não falava nada que queria. Por favor, me desculpa May? Não vai embora de novo, eu não suportaria... - Mal consegui terminar a frase e caí em choro.

- Eu...eu preciso pensar Will, ontem não vi o meu marido que eu amo, vi o cara com quem eu me casei a anos atrás.

- Me desculpa, uma das sedes da empresa faliu, eu não sabia o que fazer e acabei tomando a decisão errada
quando lembrei da bebida. Na verdade, eu sei que não presto pra nada e não mereço nada que tenho, mas eu te amo e amo nossos filhos.

- Você me... Por acaso você me traiu de novo Will? - Desviou seu olhar do meu - Não minta para mim.

- Não, eu me lembro muito bem de tudo, jamais faria isso com você novamente. Caso isso tivesse acontecido, eu mesmo me afastaria, na verdade eu me mataria.

- E eu não sobreviveria - Rimos juntos e ela me abraçou. - Não quero que você beba nunca mais, está me ouvindo?

- Eu juro que nunca mais farei isso. Amo-te demais pra arriscar te perder mais uma vez.

- Eu também te amo meu lindo, e nossos bebês também - Me abaixei na altura de sua barriga e a beijei.

- Papai ama vocês minhas vidas e a mamãe também - Senti uma movimentação no local que eu havia beijado e em seguida mais duas em outros lugares.

- Mexeram Will, é a primeira vez que eles mexem.

- Chutem pro papai de novo vai? - E assim aconteceu. - Acho que eles ou elas gostam da minha voz - Sorrimos e nos beijamos pela primeira vez naquele dia.

Narrado por Maite

Em pleno sábado à tarde e eu e Will estávamos deitados na nossa cama abraçados e assistindo um filme qualquer, na verdade a gente mal prestava atenção.

- Estou com fome - Resmunguei pela quarta vez em três horas. William não disse nada, apenas levantou e pegou uma barra de chocolate no frigobar do quarto. - Obrigada meu dengo - Lhe dei um selinho e depois devorei quase metade da barra grande, e ele por sinal só ria de mim. - Tá achando engraçado?

- O que? - Riu de novo.

- Me ver comer, você fica rindo como se tivesse ouvido alguma piada.

- Não estou rindo porque é engraçado, eu ri porque é lindo te ver comer nessa gula toda, você fica linda de qualquer jeito.

- Até comendo feito como uma pessoa que nunca viu doce na vida?

- Até desse jeito.

O puxei pra mais perto e apertei seus lábios aos meus, era impressionante como aquilo nunca me cansava, parecia que a boca dele havia sido feita para se moldar na minha. Passei meus braços por seus ombros e aumentei a velocidade do beijo, fazendo o ficar mais quente e luxuoso. Quando nós íamos avançar, o interfone tocou nos tirando a concentração.

- Deixa tocar, não deve ser ninguém importante - Voltou a me beijar e eu me afastei.

- Eu vou descer e você dá um jeito na bagunça aqui no quarto ah, e vista uma camisa também - Ajeitei minhas roupas e fui ver quem era.

Abri o portão menor e me deparei com meus pais olhando espantados especificamente para minha barriga.

- Meu Deus, você está grávida de quantos meses minha filha? - Minha mãe perguntou depois de me abraçar.

- Hoje completam dezesseis semanas - Abracei meu pai e os levei para dentro, onde se sentaram na sala de estar.

- Você já descobriu os sexos dos bebês?

- Depois de amanhã é a próxima consulta, espero que já tenha como ver - Começamos a conversar sobre minha gravidez e outros assuntos como família e trabalho até William descer.

- Boa tarde senhor e senhora Perroni - Apertou a mão deles e se sentou ao meu lado - Por que não me avisou que eles viriam amor? Assim eu preparava alguma coisa.

- Nem eu sabia - Ri e ele me abraçou de lado.

- Desculpe não avisar a nossa vinda, mas a senhorita esqueceu que tem uns pais que sentem saudade e futuros avós que precisam saber como vão os netos.

- Eu não me esqueci de ninguém, mas o tempo diminuiu bastante. Tem a gravidez e eu ainda me sinto enjoada, tem a editora que toma boa parte do meu dia e eu também preciso ficar com meu marido.

- Fora os desejos malucos dela, ontem ela queria feijão com molho de tomate e calda de chocolate.

- Você tá grávida de bebês de outro planeta may?

- Não mamãe, e o que ele me deu ontem estava uma delícia, vocês deveriam provar.

- Aposto que se eu te entregar aquela gororoba agora, você vai vomitar antes de comer. - Ri e nos beijamos rápido, mas foi um beijo.

Era lindo como agora que as coisas estavam bem, nós não precisávamos fazer qualquer esforço para provar felicidade, simplesmente a tínhamos em nossas mãos e qualquer pessoa enxergava de longe.


Aprendendo a Reconquistar ( Adaptada Levyrroni )Onde histórias criam vida. Descubra agora