Capítulo 23

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William estava em casa olhando papéis da empresa, passou os olhos por parte da casa e sentiu os olhos inundarem, já haviam se passado dois anos e ainda sentia a presença dela em cada canto da casa, era tão ruim chegar e ver que não havia mais ninguém ali além dele mesmo. Lembrou-se de como eram felizes quando namoravam, como via Maite dar um verdadeiro sorriso quando ele estava por perto e como a via chorar praticamente todos os dias depois do casamento, ele era tão tolo e insensível. Poderiam ser felizes até hoje e ter vários filhos que colocariam vida e alegria naquela enorme casa. Foi interrompido de seus pensamentos quando dois gritos invadiram a sala.

- WILLIAM! - Anahí e Dulce gritavam, eram as únicas presenças femininas que ele tinha em sua vida.

- Ninguém mais toca interfone nessa vida não? - perguntou fingindo indignação.

- Tudo bem, se quiser a gente volta e não te contamos uma notícia ótima - a animação era evidente na voz de Dulce.

- Sabem que eu estava brincando, mas vai me contem ai a novidade se bem que mais nada nessa vida me anima mesmo.

- Mas pode ter certeza que nossa notícia vai te animar - Anahí disse, William olhou a pequena Melissa nos braços dela e fez sinal com que ela viesse para os braços dele, a mesma correspondeu e a mãe a entregou para ele - Adivinha quem estará de volta em alguns dias?

- Quem? O Papa Bento XVI? Não quero vê-lo obrigado, sabem que não sou católico - riram com o comentário enquanto William brincava com Melissa.

- Não idiota, vou te dar algumas dicas - Dulce falou - O nome dela começa com M e termina com E, é linda. Precisa de mais alguma coisa pra você saber quem é?

- Minha pequena vai voltar pra casa? - Os olhos castanhos brilharam com a possibilidade de tê-la de volta.

- Não pra essa casa, mas ela tá voltando pro Rio o que já é um começo, certo?

- Lógico. Céus, nem acredito que depois de tanto tempo vou poder ver ela novamente, esperei tanto tempo por isso - colocou Melissa no chão e correu para abraçar as meninas - só espero que ela me perdoe por tudo o que fiz.

- Ela vai perdoar William, tenho certeza. Ela só precisa saber que você voltou a ser aquele William que todo mundo adora e pode ter certeza que ela volta correndo pros seus braços - Dulce tentava falar coisas bonitas que o enchessem de esperança, mas sabia que a nova Maite Perroni não o perdoaria sem antes ele se humilhar muito aos pés dela, talvez nunca perdoasse, não depois do acidente.

- E cadê o Poncho e o Ucker? Hoje é sábado, deveriam ter vindo junto com vocês não?

- Não a gente dispensou eles para irmos no shopping, mas quando a gente tava saindo a May ligou e disse que tava voltando por causa da herança do tio dela - Anahí explicava.

- Que herança? E que tio ?

- O tio é o Lauro, se lembra dele? - William assentiu, tinha algumas lembranças dele em seu casamento, Maite o admirava muito, deveria estar bem triste - E como ele não tinha filhos e não era casado deixou praticamente tudo pra ela, principalmente a presidência da editora.

- Nossa ela deve estar muito feliz, trabalhar lá era tudo o que ela sempre quis pena que eu a impedia...

- Não volte a esses assuntos sobre o passado, viva o presente e aproveite em técnicas pra trazer a verdadeira Maite de volta e... Ops, falei demais.

- Como sempre não é Anahí?

- Como assim, 'trazer a verdadeira Maite de volta'?

- Em breve você vai descobir.

Olhava pela janela do avião a vista do Rio de Janeiro, deveriam ser quase seis horas da tarde quando o voo pousou no aeroporto Santos Dumont. Maite procurou suas enormes malas na esteira, as colocou no carrinho e saiu o empurrando procurando por Dulce e Anahí que a esperavam em algum lugar. De repente sentiu um enorme peso sobre as costas que quase a fez cair no chão.

- MAYYY!!! - Dulce e Anahí gritavam feito doidas, chamando a atenção de todos que passavam.

- Suas doidas, quase me fizeram cair - riram e dessa vez ela pulou em cima das duas - Que saudade que eu estava de vocês darlings.

- E pelo visto a mania de falar em inglês ficou não é? - Dulce comentava - Mas acho bom parar com isso, você voltou pro Brasil, flor.

- Flor? Não, tudo menos isso soa muito meigo e estranho. ARG!

- Mas você gostava quando a gente te chamava assim.

- Disse certo Anahí, 'gostava' no passado, agora não gosto mais. É muito a Maite de algum tempo atrás, idiota, sonhadora e iludida.

- Ao menos essa Maite era mais educada - Dulce disse baixinho, Maite ouviu, mas ignorou.

- Tá mais bonita, cadê as roupas com florzinhas e as sapatilhas que você gostava?

- Joguei no fundo do baú e inovei, gostaram?

- Sim Maite, você conseguiu ser mais linda do que antes.

- Quase não te reconhecemos quando você chegou, tá perfeita. - Usava um short jeans surrado muito curto, blusa de manga longa com uma caveira de tachinhas, botas de couro com cano longo, cachos mais definidos e negros, maquiagem muito forte e algumas pulseiras pretas nos pulsos.

- Obrigada meninas, mas agora eu quero saber a cadê a Melissa?

- Tá em casa com o Poncho, e por falar nisso, vamos logo que está todo mundo lá esperando pra te receber de volta - entendeu que no 'todo mundo', estava literalmente todos mesmo, até ele...

- Ok, só não me façam e nem me obriguem a ser gentil com aquele homem.

- Aquele homem, se arrependeu muito e ainda é seu marido no papel Maite.

- Dúvido que gente com caráter ruim possa mudar em apenas dois anos, pro caso do William seria uma vida inteira e olha lá.

- Você não sabe o que tá falando, ele mudou muito e está doido pra te ver.

- Bom pra ele, ah e quanto a ainda sermos casados no papel, assim que eu puder vou ao cartório pedir o divórcio. Não quero mais ter absolutamente nenhuma relação com o William.

- A vida é sua e você sabe o que faz, mas cuidado pra não se arrepender depois - Anahí alertava.

- Ah agora é assim, quando era ele que não queria nem ver minha sombra vocês defendiam a mim não é? Entendam meninas, eu sofri durante anos por conta dele se existe algo que eu não quero é sofrer de novo.

- Por isso fica com todos que vê pela frente - Anahí falava revirando os olhos.

- VOCÊ ME RESPEITE E ...

- JÁ CHEGA VOCÊS DUAS, NÃO QUEREMOS BRIGA CERTO? - assentiram - A gente vai comemorar a volta da Maite e não discutir o ela faz da vida ou não.

- Eu sei me desculpa May, eu só ando estressada nos últimos dias. Me perdoa amiga?

- Lógico, você sabe que eu te amo? - se abraçaram, arrancando um sorriso de Dulce e seguiram para o carro.


Aprendendo a Reconquistar ( Adaptada Levyrroni )Onde histórias criam vida. Descubra agora