Capítulo 30

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Maite olhava William na cama de hospital, ela o visitava todos os dias depois que saía da editora e na maioria das vezes dormia no sofá do quarto, já fazia quase duas semanas que ele estava lá e ela se culpava todos os dias por isso.

- Maite, tenho boas notícias - doutor Rafael anunciava aparentemente feliz ao abrir a porta - Ontem no último exame o cérebro do William estava em perfeito estado e nós suspendemos a medicação hoje.

- E o que isso quer dizer? - sorria e seus olhos lacrimejaram.

- Que em no máximo uma hora ele pode acordar - Maite quase gritou de felicidade ao ouvir a notícia.

- Obrigada doutor, muito obrigada mesmo por tudo o que você fez por ele.

- Não tem que me agradecer por nada, salvar e curar vidas é o meu trabalho. Tenho que ir ver outros pacientes, mas quando ele acordar peça para um dos enfermeiros me chamarem - quando ele saiu Maite pegou na mão de William que já voltava a ter a cor normal.

- Hey, até que enfim você vai sair dessa. Somente Deus sabe o quanto eu sofri por te ver nessa cama - acariciou o rosto dele e lágrimas desciam por seu rosto, caindo sobre William – Sabe... Quando eu fui embora, eu não fui porque te vi tendo relações com outra, eu fui porque eu estava grávida, estava nervosa pra te contar logo mas acabei vendo aquilo - continuou fazendo carinho - Eu não queria nosso filho vivendo em um campo de guerra, eu queria que ele fosse amado e eu não acreditava que você seria capaz de amá-lo, então eu simplesmente desisti de um dia ter você só pra mim...Mas a partir do momento que eu sofri muito emocionalmente, a gravidez se tornou de risco e eu te culpava por isso, qualquer coisa que acontecesse eu perderia o bebê - sabia que William não estava ouvindo. Já que ele não demonstrava qualquer movimento, mas precisava desabafar e contar o que havia acontecido mesmo que ele estivesse desacordado - E eu consegui levar a gravidez durante quatro meses, já até sabia o sexo, era um menino. Mas um dia eu estava andando na calçada, tropecei, cai e acabei o perdendo, a médica me disse que se não fosse uma gravidez de risco, ele sobreviveria e por isso eu te odiava tanto. Eu mudei, era fria, quase todas as noites eu saia e estava na cama de um homem diferente e só ligava para o meu trabalho e para o meu próprio nariz mas agora eu tô aqui. Pronta pra te perdoar e ficar junto com você, assim que acordar.

- May... - ouviu a voz fraca de William e a mão dele apertando a sua - Me perdoa por ter contribuído na morte do nosso filho, me perdoa por ser tão idiota... Eu te amo - ele sorriu sem mostrar os dentes.

- Eu disse que já te perdoei, agora só falta você me perdoar, se não fosse por minha culpa você não estaria nessa cama de hospital.

- Eu te provei o que você queria não provei? - Maite assentiu - Então não se culpe mais, acho que essa era a última coisa que eu precisava sofrer pra ter o seu amor de volta.

- Você nunca perdeu, ele só precisava ser despertado, eu te amo Will, amo demais.

- Você não sabe o quanto é bom ouvir isso de você - Maite se aproximou para dar um selinho nele - O que aconteceu pra eu ter vindo parar aqui? Por quantas horas eu dormi?

- Não foram horas Will, você ficou em coma induzido por duas semanas - William se espantou, duas semanas? Isso era tempo demais - Você sofreu um traumatismo craniano, seu cérebro inchou muito e o doutor Rafael não podia te tirar do coma até ele voltar ao normal, o que aconteceu ontem e hoje ele suspendeu seus medicamentos.

- Meu Deus, eu dormi tanto assim? - perguntou assustado e Maite assentiu rindo - Você vinha me visitar de vez em quando?

- Vinha te ver todos os dias quando eu saia do trabalho e na maioria dormia ali - apontou para o sofá do quarto.

Aprendendo a Reconquistar ( Adaptada Levyrroni )Onde histórias criam vida. Descubra agora