Capítulo Vinte e Um - True or Lie?

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Capitulo Vinte e Um – True or Lie

Eu não estava nem um pouco ansiosa, e nem nervosa, como o resto das pessoas ao meu redor. Era só apenas uma coroação estúpida, porque eu estaria daquele jeito? Para mim era como qualquer coisa, mas para aquelas pessoas era como se fosse um sonho. Eu não acho um sonho usar um sapato alto – que lhe dê calos –, usar uma coroa de plástico fora de moda, e beber ponche estragado. Eu não faço nenhuma questão de participar daquele acúmulo adolescente, que me dava náuseas. Mas, como todos os adolescentes ali, algum deles tinha a esperança de seu nome ser chamado. Eu apenas queria comer o meu sanduíche.

– Victoria Crambey, – Por isso eu já esperava. E que raios é Crambey? – Maggie Scott.

Ele fez uma pausa, um barulho ensurdecedor passou e todos colocaram as mãos no ouvido, eu apenas continuava comendo, enquanto fazia uma cara de tédio, porque eu não poderia virar um Tate e sair atirando em todo mundo desse colégio?

Ouvi Maggie dar um grito – quase fino –, animada e revirei os olhos. Ah! Era só o que me faltava, ânimo adolescente. Preciso de uma arma agora mesmo.

– Parabéns, Maggie. – Uma garota passou por nossa mesa, sorridente.

– Obrigada. – Maggie agradeceu, ainda sorridente. Ah, porque essas pessoas tinham que sorrir tanto? Por acaso éramos palhaços em extinção? Bem que os mesmos poderiam entrar em extinção...

– Ah! Parabéns, Maggie! Não sabia que era o seu aniversário! – Eu falei com uma falsa animação levantando os braços, Maggie revirou os olhos mas não se deixou abalar.

– Porque você não evolui? De tamanho poderia ser bom também. – Lucas falou e eu o encarei, me controlando para não bater a cabeça do mesmo na mesa. Repetidas vezes.

Para que evoluirmos? Nós não somos pokémons! – Eu revirei os olhos. – E para constar eu tenho 1,61 de altura, babaca. – Ele ia falar algo, mas fomos interrompidos pelo som do microfone, causando um barulho tão alto ao ponto de ficarmos quase surdos. Eu peguei o sanduíche do prato de Maggie, e ela nem percebeu, estava tão animada rindo de si mesma que poupei o meu comentário sobre ela precisar de um médico psiquiátrico.

– Me desculpem pela reviravolta! Já arrumamos tudo, e vamos continuar com os nomes. – A voz animada quase me fez vomitar o que eu havia ingerido. Muitos me chamariam de dramática, mas animação e felicidade não era o meu ramo. – Felícia Grant e... Freya Mellark?

Eu estava tão distraída que nem ouvi vários resmungos no refeitório, ainda continuava a devorar o lanche da Maggie, alguns olhares se lançaram a mim e eu mostrei o meu dedo do meio, voltando a comer. Mas era tanta pressão que já estava me irritando. Que merda foi que eu fiz para estarem me encarando?

– O que foi? Nunca viram alguém comendo não? – Resmunguei de boca cheia e ouvi risadas.

– Você foi chamada para a coroação do baile. – Lucas falou e eu assenti, dando outra mordida.

– Legal. – Falei limpando o canto da boca. – Nossa, isso aqui está muito bom.

– Sério isso, Freya? Você é chamada para a coroação do baile e fala só: legal? – Ele disse e eu já estava irritada demais com aquela coroação, as pessoas idolatravam aquilo. Resolvi fazer um teatro e subi em cima da mesa, clareei a garganta e suspirei, dei um sorriso que senti que poderia rasgar o meu rosto, ew, muita animação.

– Oh, meu Deus! Eu fui chamada para a coroação do baile! Estou morrendo de felicidade! Eu poderia pichar muros e roubar carros para falar o quanto eu estou feliz em relação á isso! Agora se me dão licença, vou doar os meus rins! – Pulei da mesa dramaticamente, as risadas começaram a ecoar o lugar, e os meninos já riam também. Fiz uma reverência e comecei a andar para fora do refeitório, mas antes voltei e peguei o resto do sanduíche.

FreyaOnde histórias criam vida. Descubra agora