The lake.

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13 º Capítulo

Se quiserem leiam ao som da música. Eu gostei de como ficava daí ter posto. Boa leitura!

Querido Zayn,

Quero escrever-te o que sinto mas de alguma maneira o papel teima em permanecer em branco. Eu acho que é porque eu sinto tanta coisa mas ao mesmo tempo também não sinto nada. Parece contraditório, eu sei. Se há algo que eu sou é um paradoxo. Eu não sou feliz nem infeliz. Eu sorrio de algumas coisas que acontecem no dia-a-dia e rio de coisas que têm piada. Mas à noite, quando tudo está silencioso eu transformo-me num emaranhado de emoções e pensamentos e o meu único desejo nesse momento é desaparecer. Eu não sei. Acho que estou mesmo perdida. E eu pensei que finalmente alguém me fosse salvar mas rapidamente percebi que os outros estão demasiado ocupados a salvar-se a si próprios para me poderem salvar a mim. Então, porque é que dói o facto de tu não me salvares?

- Oiço o toque da campainha soar e suspiro. Pela primeira vez em muito tempo o meu pai veio-me pôr à escola. Tudo porque eu hoje quase que não me levantava da cama. Ele praticamente obrigou-me e eu lá arranjei forças para vir para este inferno. – Alexis?

- Sim, pai? – Pus a mala às costas já pronta para sair do carro dado que já que me tinha levantado da cama não valia a pena chegar atrasada.

- Tens que parar de adormecer tão tarde. Sabes o quão a escola é importante. – Arregalei os olhos com as suas palavras e abanei a cabeça enquanto dava um sorriso magoado. Eu não me queria levantar da cama não por estar cansada, coisa que estou obviamente, mas sim por estar triste, mas um tipo de triste tão grande que só o pensamento de me levantar da cama parece não ter sentido. É difícil estar sempre tão triste, que sair da cama às vezes torna-se uma luta. Principalmente quando se tem noites como as minhas.

- Nem acredito que disseste isso. – Murmurei num tom baixo e desiludido e ele ficou com uma expressão de arrependimento na cara.

- Lexi. – Tocou-me no braço tentando desculpar-se mas afastei-o logo e abri a porta do carro.

- Não. – Abanei a cabeça e saí do carro ouvindo-o suspirar alto. Entrei na escola e fui logo de encontro à sala. Hoje é quarta-feira e a nossa primeira aula é macs. Pelo menos é com o professor Horan. Ele ajudou-me tanto ontem. Quando penso em todas as vezes que ele me quis ajudar e eu rejeitei a ajuda dele sinto-me mal porque ele é realmente simpático e preocupado com o meu bem-estar e eu pareci tão ingrata em todos os momentos que fui fria com ele. Estou agora a chegar à sala e como sei que tenho que bater foi isso que fiz quando cheguei à porta. Esta foi aberta por um ser loiro de olhos azuis que quando me viu sorriu imediatamente para mim. O professor tinha uns óculos que lhe ficavam simplesmente perfeitos e eu sorri com essa visão.

- Entre, menina Smith.

- Obrigada professor e desculpe o atraso. – Dirigi-me ao meu lugar cruzando os meus olhos com os de Zayn e desviando-os logo de seguida. Nós não falamos desde ontem. E cada vez que eu olho para ele dói. Mais do que eu pensei que fosse doer. E se há alguém que é especialista na dor sou eu. Não é?

...

O dia parece não acabar hoje e tudo o que eu quero é ir para casa. Tenho apoio de história à tarde mas decidi que não vou. Só nos falta a aula de educação física para o almoço e quando esse chegar eu vou para casa. Isso é certinho e direitinho. Estou agora nos balneários femininos a vestir o equipamento e a desejar que esta aula acabe rápido. Arrumo as minhas coisas no cacifo e entro no pavilhão gimnodesportivo. Hoje vamos fazer ginástica acrobática e dança. Costumo ser ótima neste tipo de exercícios já que quando era pequena eu treinei ginástica e cheguei a ir a alguns saraus mas o problema é que como não me dou com ninguém da turma para além de Zayn das duas, uma: ou fico com alguém que não conheço ou fico sozinha.

Distant » z.mOnde histórias criam vida. Descubra agora