William Shakespeare

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6 º Capítulo

Hey girls, espero que gostem do cap. Boa leitura.

Querido Zayn,

Está a chover a potes. Eu não me importo. Eu gosto da maneira como a chuva cai e faz um som angelical. É como se estivéssemos em silêncio mas não num silêncio vazio. Isto provavelmente não fez sentido nenhum para ti. Desculpa. Hoje estás estranho. Não sorriste uma única vez e isso meio que me incomoda. Gostava de te poder fazer sorrir. Não consigo perceber porque estás assim. Ainda pensei que tivesse a ver com as cartas que te mandei a falar sobre ele. Mas duvido. Tem que ser algo mais. Não sei o quê mas vou descobrir. Se eu quero que tu me salves então eu também te vou salvar. Não como uma forma de agradecimento. Mas sim, porque este mundo sem o teu sorriso é uma tragédia.

- Meninos, vou-vos juntar em pares para fazerem a apresentação do primeiro período. Falta apenas um mês, por isso é bom que se apliquem. Vale 30% da nota. Para quem tem negativa a esta disciplina, mesmo sendo a vossa língua materna, têm agora a oportunidade de ficar com positiva na pauta. Não a desperdicem. – Disse em tom de aviso e revirou os olhos. Eu tenho média de 18 de momento, por isso não estou muito preocupada. No entanto o facto de ter que conviver com alguém desta turma deixa-me nervosa. – Apontem nos vossos cadernos quem são os vossos pares e qual o tema do trabalho. Vou dizer por ordem alfabética para ser mais organizado. Alexis vai ficar com o Zayn e o tema do vosso trabalho é William Shakespeare. – Ele continuou a dizer os outros pares mas eu não conseguia ouvi-lo. O tempo parecia ter parado. Ficar com o Zayn? O quê? Merda, um ataque de pânico agora não. Por favor, Alexis não. Merda, respira, respira. Tu consegues acalmar-te. Fds, não consegues não.

- Professor? – Chamei alto. Eu sinto a minha cabeça zonza e sei que pareço uma idiota a hiperventilar desta maneira. Agarrei a mesa com força para tentar controlar-me e olhei em volta procurando os olhos de Zayn. Ele tinha a testa franzida em confusão e eu virei a cara fechando os olhos. Eu tenho que sair daqui. – Posso ir à casa de banho?

- Pode, mas despache-se.

Saí da sala praticamente a correr e mal me encontrei no corredor caí de joelhos no chão. -Respira, Alexis, respira porra. Concentra-te. Tens que bloquear os pensamentos sobre ele. Não deixes que as vossas memórias te magoem, não agora, não aqui. O Declan não importa. Tu consegues fazer isto. Vá lá. – Pensei para mim própria mas não parecia estar a resultar. Então comecei a contar de três em três números até cem mas ao contrário. Dizem que é uma boa técnica para ocuparmos o cérebro com outra coisa e distrairmo-nos assim da ansiedade. Aproveitei e tentei também controlar a minha respiração. Quando vi que já estava "segura" sentei-me no chão do corredor e suspirei. Meti as mãos à frente da cara e aconteceu o que eu menos esperava. Comecei a chorar. Porque é que eu tenho que ser tão patética? – Funguei. – Porque é que depois de tudo o que ele me fez ainda sinto a falta dele? Porque é que ainda me importo com o que ele faz ou deixa de fazer? Eu não fiz nada para merecer esta dor. Então porque é que ainda me consome? Tira-me todas as forças, deixa-me esgotada. E eu estou farta disso. Porque uns dias eu não me importo com nada e outros dias eu vou-me abaixo assim. Eu só não sei o que é pior. Sentir tudo tão profundamente ou não sentir praticamente nada.

- Alexis? – Uma voz inconfundível disse num tom calmo. Zayn. Olhei para ele e quando me apercebi que ele estava confuso e receoso levantei-me e virei-me de costas para ele. Eu não quero que ele me veja a chorar. – Está tudo bem? – Sussurrou num tom preocupado?!

- Sim, está. – Respondi a tentar esconder que tinha estado a chorar. – O que fazes aqui?

- O professor disse-me para te vir procurar já que vamos ser parceiros no trabalho.

Distant » z.mOnde histórias criam vida. Descubra agora