11 º Capítulo
Alexis
...
Há algo de estranho à medida que ando. Os meus passos, eles não se ouvem enquanto piso a relva. Existem inúmeras campas há minha volta e apercebo-me rapidamente de que estou num cemitério. Vejo um funeral a decorrer a uns metros à frente e decido andar mais um pouco para o observar. Várias pessoas estão sentadas à frente de um caixão. Não consigo identificar quem faleceu mas mal passo os meus olhos pelas pessoas que assistem ao funeral observo inúmeras caras familiares mais nomeadamente a família de Zayn e a minha família?! Ambos choram enquanto o padre faz um discurso. Tento encontrar Zayn no meio daquela confusão mas ele não está em lado nenhum. Decido aproximar-me mais e quando observo a fotografia em cima do caixão a minha boca abre-se de espanto. Aquela sou eu? Á medida que chego mais perto, as pessoas que assistem à despedida da minha vida começam a levantar-se e a pousar rosas no caixão para estas irem depois para debaixo da terra comigo junto. Elas estão à afastar-se e os únicos que ficam são os meus pais e a família de Zayn. Tento gritar por eles, chamá-los, afirmar que estou viva, mas eles não me ouvem. O pânico invade-me ainda mais quando os vejo abandonarem lentamente o sítio onde eu estou deixando-me para trás. O meu pai e a minha mãe choram juntos mas não se atrevem a olhar um para o outro. Parece quase como se não quisessem ver a dor um no outro. O meu pai dá a mão há minha mãe devagar. Ela finalmente deixa-se ir e abraça-o com força. Eles desaparecem assim pelo portão do cemitério. A família de Zayn é a seguinte. Quando todos estão fora de vista vejo alguém aproximar-se. Os seus cabelos pretos e olhos castanhos fazem-me reconhecê-lo imediatamente. Ela aproxima-se e observa o meu corpo inerte e frio. Cai de joelhos mo chão e começa a chorar compulsivamente. Sinto o meu peito arder de dor ao ver Zayn naquele estado. Ele implora baixo para que eu volte, que volte para ele, mas isso não acontece. A chuva começa então a cair. E quando dou por mim estou a ouvir o meu nome ser chamado num tom distante. Como se a voz estivesse longe. Começo a ouvir esta mais nitidamente e de seguida estou sentada na minha cama com a respiração acelerada, suor na testa, lágrimas a escorrer pelos meus olhos e Zayn ao meu lado, aliviado por eu ter acordado. Não demoro muito a entender que foi apenas mais um pesadelo e suspiro profundamente tentando controlar-me.
- Gritei? – Olhei para ele. Ele assentiu e eu pus as mãos na cara cansada de isto acontecer. – Desculpa. Fds porque é que eu não posso ser como todas as outras raparigas e dormir a noite inteira? – Murmurei num tom frustrado enquanto as lágrimas caíam pelos meus olhos.
- Está tudo bem.
- Não, não está. Eu não tenho o direito de te arrastar para as minhas merdas, Zayn. A sério, desculpa. – Apertei os lençóis da cama com força como uma tentativa de controlar as lágrimas. Odeio chorar, odeio ser tão fraca mas acima de tudo odeio ser tão problemática como sou.
- Agora já não podes fazer muita coisa acerca disso. – Arrastou os seus dedos para ao pé dos meus e começou a brincar com eles. – Eu quero estar aqui sempre que tu precisares. E nada vai mudar isso. Não me podes afastar, Alexis. – Olhou-me nos olhos enquanto murmurava estas palavras. Engoli em seco com o seu olhar intenso sobre o meu. Deitei-me na cama puxando-o com a mão e sorri um pouco. Pousei a minha cabeça no seu peito e continuei a brincar com os seus dedos.
- Conta-me outra mentira. – Pedi. Não num tom brusco ou frio mas num tom suave e maravilhoso ao imaginá-lo a estar sempre lá para mim quando eu precisar. A sua expressão confusa observou-me.
- Não é mentira. - Fechei os olhos ao senti-lo entrelaçar as nossas mãos. – Confia em mim.
- Agora, neste exato momento, pode não ser mentira mas lidar comigo não é fácil. Eu não quero que tu sintas a obrigação de me salvar. Por isso tens que me prometer que vamos ser sempre sinceros um com o outro à medida que esta amizade decorre. Pode ser?
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Distant » z.m
Fanfiction"A tragédia da vida não é a morte, mas o que morre em nós enquanto vivemos". - Robin Williams "Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente". - William Shakespeare. "A melhor cura para o amor é ainda aquele remédio et...