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Entrei em casa respirando ofegante, bati a porta e minha mãe saiu do quarto correndo, assim como os meninos que estavam na sala, ficaram de pé num pulo. Como sempre, os três ficavam me esperando chegar toda vez que saía.
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(Izabel): Filha... (Zark): O que aconteceu?! - passou por mim com a expressão de raiva no rosto e saiu pela porta da frente. Vi que o carro da Simone acabava de estacionar, entrei em desespero com a possibilidade de ver o Gabriel de novo, essa noite. (Helanor): Nada... Só não quero ver ele mais (Hans): O que ele fez? Fala logo! (Zark): Não preocupa, não vou deixar ele chegar perto de você - se colocou na frente da porta, logo o Max e o Hans também estavam lá. Se tinha alguma coisa que tirava a paciência meus irmãos, era quando alguém me fazia mal - (Gabriel): Eu quero falar com a Helanor! - do canto da porta vi ele nervoso encarando os três - (Zark): Vai embora, moleque (Gabriel): Helanor! - deu passos na direção daquelas três muralhas cercando a porta. Eles estavam preparados pra revidar, fechei os olhos pra não ver o que aconteceria a seguir - (Izabel): Zark, entra agora! - interviu - Hans e Max também, que palhaçada de vocês três! - mesmo estando cheios de adrenalina e irritados, obedeceram prontamente então antes que começassem o interrogatório me tranquei no meu quarto. De longe ouvia a fala da minha mãe se perdoando com a Simone, e das duas tentando acalmar o Gabriel. Tudo se confundia com o Zark gritando na minha porta e meus pensamentos, que hoje em especial estavam falando alto demais. {E se ele está diferente? ... Ele parece o mesmo Gabriel de antes ... Não! Você não vai chorar por causa dele ... Você vai sofrer ... Não, não, não. De novo não.}

O dia consecutivo, foi um daqueles que eu me trancava dentro do quarto, e não saía apesar da insistência de todos.
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(Izabel): Sai daí Nono (Helanor): Mãe, já te pedi pra me deixar (Izabel): Hector, manda ela sair (Hector): Se ela não sai é por que não quer, deixa ela aí, aposto que quando estiver com fome vai aparecer - ouvi o suspiro dela do outro lado da porta - (Izabel): Tenho uma novidade - disse com a voz serena, esperou minha resposta, não teve então continuou - sua tia Marília está vindo pra cá (Helanor): O que essa perua vem fazer aqui? (Izabel): Ver vocês. Você sabe que nós somos a única família que ela tem, espero que você seja cordial, pelo menos (Helanor): Hmpf - se ela visse a cara de tedio que fiz, provavelmente teria ouvido poucas e boas - ok, não vou te fazer vergonha - ela ficou calada mas percebi que ainda estava ali - (Izabel): O Gabriel esteve aqui hoje de novo - engoli seco - Quer falar com você de todo jeito, mas você sabe, seus irmãos montaram um forte esquema de segurança pra te proteger - abri a porta e ela quase caiu pra dentro do quarto - (Helanor): Não quero que eles o machuquem - ela passou e fechou a porta atrás de si - (Izabel): Eles não vão se machucar, você sabe que eles ficam com essas briguinhas desde sempre - riu - agora eles só são maiores e mais fortes. Pra garantir que nada aconteça, acho que nós podemos todos almoçar juntos amanhã, não é? (Helanor): Ai mãe. Não quero. (Izabel): Você não quer ou está com medo? Esquece da magoa que você tem com o Gabriel, ele gosta demais de você - respirei fundo - (Helanor): Vou tentar - sorriu - (Izabel): Almoço amanhã

p.s.: fui pra longe daqui Onde histórias criam vida. Descubra agora