Os quatro nos olharam com expectativa de dizermos algo assim que entramos, meu coração batia acelerado, meus olhos estavam no Gabriel, também na mesma ansiedade de saber o que ele iria falar. (Izabel): Vocês querem falar alguma coisa? - ele segurou minha mão mais firme - (Gabriel): Aham Bel... Olha, você e o Hector que me desculpem, mas eu to de saco cheio do ciúmes que os meninos têm da Helanor. Eu gosto absurdamente dela, tá escrito na minha testa. Eu sei que eles são protetores, mas não vou fazer mal nenhum a ela, não tem por que essa pressão toda, isso está até atrapalhando nossa amizade. Se vocês deixarem, a gente quer namorar pra acabar de vez com essa história! - soltei minha mão da dele bruscamente - (Helanor): Quem disse que eu quero namorar com você?! - a cara dele foi de confusão, a espanto, a decepção, a tristeza num piscar de olhos. Minha resposta rendeu risadas calorosas dos meus irmãos, que foram logo impedidas pela minha mãe ao perceber a cara do Gabriel - (Zark): Nem preciso falar, nem fazer nada depois dessa - mais gargalhadas - (Helanor): Para com isso! - gritei pra eles, depois me virei para o Gabriel - você mesmo disse que todos tomam decisões pra mim e faz isso? Quando você me pediu pra namorar com você? (Gabriel): Eu não pedi, por que eu sou um troxa! Achei que não precisava disso por que você gostava de mim (Helanor): Eu gosto - me virei pra eles na mesa de almoço, que olhavam nossa discussão estatelados - vocês ouviram? Eu gosto do Gabriel. Muito! Vocês se meterem ou não nossa vida não muda em nada isso! - quando me virei de volta, ele já não estava mais lá... (Helanor): Ah não - disse com os olhos cheios de lágrimas, corri até a porta mas ele já não estava mais lá. (Marília): Vi seu namoradinho passando com uma cara horrível, o que você fez? - disse vindo em minha direção - (Helanor): Cala a boca, sua bruxa! - entrei novamente em casa e me joguei no meu pequeno cantinho de raiva, meu quarto. Chorei com o rosto enfiado no travesseiro, tentando compreender porque ninguém me entendia, e pela raiva que o Gabriel me fez, cometendo o mesmo erro que tanto criticava, raiva da minha família, mais raiva por ter tratado o Gabriel daquele jeito. Depois que passou o calor do momento, fui atrás do meu celular, tentei inúmeras vezes falar com o Gabriel, sem sucesso. Óbvio, que ele não queria nem pensar que eu existo. Liguei na casa dele.
(Simone): Alô? (Helanor): Oi... - disse baixinho - é a Nono, eu queria saber do Gabriel (Simone): Oi No, imaginei que você ligaria. O que aconteceu aí hein? Ele está enfiado no quarto, soltando marimbondo em todo mundo, mandou avisar que não quer falar com você (Helanor): A gente se desentendeu. Posso ir aí? (Simone): É melhor não, deixa ele acalmar - suspirei - (Helanor): Tá, tenta fazer ele me ligar? Ou atender? (Simone): Tento amor, até mais (Helanor): Tchau
Não desisti de falar com o Gabriel toda a tarde, me doía cada vez que a ligação caía, ou era cancelada. Volta e meia, meus pais ou meus irmãos apareciam no quarto pra me adular, tentando minimizar a parte deles nessa briga minha e do Gabriel. (Max): Nono (Helanor): Hm? - respondi sem o olhar - (Max): Posso entrar? - assenti - você... você vai na festa hoje? (Helanor): Não, eu ia com o Gabriel, agora não tem por que eu ir (Max): Ele vai (Helanor): O Gabriel vai nessa festa? Hoje? (Max): Vai - me joguei com o rosto enfiado nos travesseiros de novo - acho que você deveria ir também, comigo (Helanor): Sério? (Max): Lá você e o Gabriel conversam (Helanor): Porque você está tentando me ajudar? - o olhei desconfiada - (Max): Por que sei que você ficou triste de verdade por causa da briga (Helanor): Fiquei - ele bateu uma palma - (Max): Então começa a tomar banho e se arrumar, mulher demora demais - disse já saindo do quarto. Não fiz o que ele pediu, e me preocupei em preparar na cabeça o que dizer a ele, {acho que vou ter que pedir desculpas dessa vez, argh}. Depois de escolher minhas palavras, uma por uma, tomei meu banho, sequei o cabelo melhor que normalmente, me enrolei na toalha e logo veio a dúvida cruel do que usar, fiquei parada à frente do guarda roupa sem muitas esperanças de achar algo decente. (Marília): Precisando de ajuda? - me virei e ela entrava no quarto, se tinha algum momento na vida que eu precisava dela era aquele - (Helanor): Sim, tia (Marília): Você esqueceu do vestidinho que eu te dei? (Helanor): Ah, não sei se vou ficar confortável com ele (Marília): É só você se acostumar, e ter boa vontade - peguei os embrulhos com o vestido, e a sandália, fiquei parada olhando pra ela - vai, veste Helanor! - me vesti e calcei as sandálias, andei um pouco mas já sentia os pés doerem - (Helanor): Isso é torturante (Marília): Você acostuma, agora vou te maquiar - saiu empolgada do quarto, e voltou com um enorme estojo cheio de maquiagens - só um pouquinho, já sei - me sentei lá e sem demorar muito ela disse que estava pronta - pode se olhar - me entregou um espelhinho - (Helanor): Uau, tia... Obrigada, to me sentindo linda (Marília): Você tá, e é linda! - me deu um beijo no rosto - agora me diz, porque você quis se produzir? - respirei fundo - (Helanor): Eu magoei o Gabriel, agora eu to mal, quero conversar e pedir desculpas, mas ele não deixa, aí vou tentar falar com ele na festa (Marília): Ai Nono... Você dá muita mancada (Helanor): Ele também, e joga tudo sobre as minhas costas, só porque eu já sou errada normalmente. A gente mal brigou e ele já vai nessa festa?! Tá brincando comigo né (Marília): Você já tá com raiva de novo, se acalma - cruzei os braços e me encostei na parede atrás de mim - você vai fazer o seguinte... (Helanor): Hm? (Marília): Chega na festa, ele vai logo ver que você está lá, não vai atrás dele, espera que ele vem até você, aí você se desculpa e reclama também, como sempre (Helanor): Entendi, cadê o Max? (Marília): Já foi (Helanor): O que?! (Marília): Vamos combinar que você demorou muito (Helanor): Aquele puto, vai se ver comigo - ela riu - (Marília): Boa festa, vou arrumar as malas pra voltar pra casa já que você não quer ir comigo (Helanor): Posso ir passear (Marília): Tá bom, Nono - me deu um beijo rápido no rosto e saiu. Me olhei mais uma vez no espelho, só porque sim. (Helanor): Mãe, me leva na festa? (Izabel): Que linda, filha - saiu do sofá, e veio me abraçar - olha isso, Hector (Hector): Tá uma princesa (Helanor): Eu sou, meu amor - ele piscou pra mim - agora vamos mãe? O idiota do Max tem que apanhar ainda, por ter me deixado pra trás (Izabel): Ele me avisou que estava indo e ia te deixar, porque avisou pra não demorar - revirei os olhos - (Helanor): É assim que ele me ama, me deixa pra trás depois fica me cobrando as coisas. Cadê os outros dois? Me largaram também (Izabel): Foram namorar, e você para de drama porque tá assim por outros motivos, que não tem nada a ver com seus irmãos - não respondi nada porque ela estava certa. Me deu carona até o local da festa, desejou "boa sorte" quando desci. Recebi vários olhares admirados, enquanto passava pelo meio da festa, busquei com os olhos até encontrar meu irmão, que por sinal, estava muito mal acompanhado.
(Luana): Helanor? - arregalou os olhos, e me olhou de cima a baixo - (Helanor): Olá (Luana): Você tá bonita, por que motivo será hein? - sorriu sarcástica - (Helanor): Ah, você também está. Ainda bem que o roxo que eu deixei na sua cara, não atrapalhou sua maquiagem de vagabunda (Max): Oooow - se colocou entre nós duas - já chega, chegando hein Nono (Helanor): Sou dessas, vamos sair daqui (Max): Depois nós conversamos, Lu - disse pra Luana e pegou meu cotovelo, me arrastando como uma criança pra longe dela - (Helanor): Já pode me soltar - soltei meu braço dele, e virei de costas pra ele - você chama ela de Lu agora? Ridículo - calei a boca ao ver o Gabriel de longe me olhando. (Max): Que foi? Desistiu de brigar? - ficamos vidrados um no outro - (Helanor): Desisti - resmunguei. Dava pra perceber que ele queria vir até mim, mas o orgulho era maior. Ficamos assim, ele de lá, eu dê cá, e nós dois querendo ficar juntos - (Max): E aí Renan (Renan): Oi Max, quem é essa? - virei para o olhar - Helanor? (Helanor): Oi (Renan): Você tá diferente - me abraçou e beijou na bochecha - (Helanor): É, um pouco (Renan): Tá gostando da festa? (Helanor): Cheguei agora a pouco (Renan): Entendi. Quer beber alguma coisa? Te levo lá - olhei pro Max e ele estava com uma cara de "quem esse menino pensa que é pra dar em cima da minha irmã assim?" - (Helanor): Pode ser - o segui pela festa, até um bar, local mais movimentado da festa já que todos adolescentezinhos estavam loucos pra ficar loucos - (Renan): Quer esperar aqui? Pego lá pra você (Helanor): Acho melhor (Renan): Quer beber o que? (Helanor): Uma água (Renan): Aguinha? Que princesa - ri ao vê-lo sair, não por ele, mas porque essa não era a primeira vez que era chamada de princesa só nesse dia - aqui - me entregou a garrafinha (Helanor): Obrigada - ele se aproximou do meu ouvido pra falar - (Renan): Desculpa te dizer isso, mas não tinha percebido que você era tão bonita - senti uma mão me afastar - (Gabriel): Vamos parar com essa palhaçada?!
VOCÊ ESTÁ LENDO
p.s.: fui pra longe daqui
FanfictionHelanor é a perfeita personificação da rebeldia, mas dizem as más línguas que é a rebeldia mais doce que já se viu e quem quer aproveitar cada segundo disso, é um certo Gabriel...